Capítulo XIII

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""É que eu nunca tive escolha, comigo era vença ou morra.""
- 7 Mz


Após colocar a pedra sobre a cova, Aiala não voltou a hospedaria, em vez disso mandou um menino de recados avisar a Nikolaus que ela o aguardava na saída da cidade.


- Você demorou. - Falou Aiala ao homem que se aproximava. - Tava começando a pensar que você tinha fugido.


Nikolaus a encarava como se a visse pela primeira vez, como se ela fosse a vista mais rara do mundo.


- Nem acredito que é você. - disse o homem. - Eu já estava perdendo as esperanças de te encontrar e você aparece diante dos meus olhos. Não importa o quanto eu pense sobre isso, só consigo chegar a uma conclusão.


De repente o ambiente se tornou ainda mais frio e silencioso, os pássaros já não cantavam e o menor dos animais não ousava emitir ruído. O vento soprou suavemente os cabelos ruivo-escuro do homem que parecia pálido, seus olhos marcados por horas de choro e machucados pelas mãos que tentaram inutilmente seca-los enquanto repetiam para os olhos " você sequer merece o direito de chorar", seu olhar era o de alguém escolhido para o abate, sua face desolada não demonstrava o menor resquício do homem caloroso e alegre que Aiala conheceu. Havia apenas amargura em sua expressão. Arrependimento? O que aquele homem visivelmente sentia era muito mais profundo que mero arrependimento. Sua alma estava exposta diante da garota e nela não havia nada além de tristeza e dor. Nem mesmo o Hades seria capaz de prover uma punição tão severa ao espírito de alguém em seus domínios, mas aquele homem inflingiu tal castigo a si mesmo. Aiala poderia perdoar aquele homem, mas poderia ele se perdoar algum dia? A garota duvidava.


- Você veio me matar? - Perguntou por fim Nikolaus.


- Sim, vim a essa cidade para te matar. - Disse Aiala.


Estranhamente o rosto do homem se iluminou um pouco ao ouvir aquelas palavras.


- Então o faça. - disse ele. - Aceitarei de bom grado sua sentença e sofrerei sem resistência qualquer que seja o castigo por você impor a mim. Qualquer coisa.


- Qualquer coisa? - Perguntou a garota.


- Qualquer coisa. - Confirmou.


- Muito bem, eis a sua sentença. - disse Aiala. - Você será meu a partie de hoje.


O homem não compreendia o que estava acontecendo.


- Me quer como escravo?


- Até parece que eu ia cometer um desperdício desses. - Falou Aiala suavemente. - Escute, apartir de hoje você me será leal, morrerá antes de me trair. Jure.

Aiala: A Noiva do deus do marOnde histórias criam vida. Descubra agora