Capítulo LVI

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Nikolaus ainda estava deprimido, mas foi até um rio que havia ali perto e lavou a face com água fria, seu rosto estava horrível porém a água gelada da montanha amenizou a aparência, somente a aparência, seu coração não ficaria satisfeito mesmo se chorasse por uma semana inteira. O vestido ainda estava em sua mão, ele teve todo o cuidado para não sujar ou rasgar. Brisa fria chacoalhava as folhas das árvores e os cabelos do homem, ele fitava sua própria imagem refletida na água. Sua mente estava vazia e sua alma parecia tão fluída quanto a água corrente diante dele, seus ombros carregavam um pesado fardo. Seu novo fardo. 

Sem pensar muito em suas ações, guiado apenas pelo ímpeto de realizar a missão a se atribuída, Nikolaus caminhou para fora da floresta e foi até a casa dos Ráptis. 

A senhora o atendeu na primeira batida, era como se ela o estivesse esperando, ela o analisou dos pés a cabeça, procurava o menor sinal de ferimento, parecia afoita e preocupada. 

- Onde esteve? - Perguntou antes de concluir sua minuciosa análise. 

Nikolaus a olhou sem nada entender, sentia que tinha perdido alguma parte daquela conversa. Ao notar a enorme interrogação que se forma entre as sobrancelhas do rapaz, a senhora decidiu esclarecer um pouco. 

- Aiala esteve aqui ontem, perguntava por você. - Disse a mulher enquanto prescrutava no rosto de Nikolaus algo que denunciasse o que havia ocorrido. - Você não é de sumir sem avisar, principalmente sem avisar a Aiala, na verdade sequer é do seu feitio sair do lado dela por mais que algumas horas. - Senhora Ráptis pontuava. - Vocês brigaram? - Saltou ela. 

Nikolaus foi surpreendido pela pergunta tão direta. 

- Não brigamos. - Respondeu embaraçado. - Nós não brigamos. - Repetiu para parecer mais convincente. 

- Vai dizer que você finalmente se declarou e ela te rejeitou? - Athos se intrometeu surgindo de dentro da casa.

 - Eu não… - Dizia Nikolaus. 

- Está parecendo que foi atropelado por cavalos selvagens debandando. Tenho certeza de que foi rejeitado. - Disse o irmão gêmeo que seguia seu irmão. 

- Então foi rejeitado, tadinho do meu filho. - Disse Senhora Ráptis colocando ternamente ambas as mãos nas laterais da face de Nikolaus. - A vida é assim mesmo meu filho, mas você é bonito, inteligente, charmoso, cavalheiresco, dedicado, atencioso, posso ficar o dia inteiro falando sobre suas qualidade. Tenho certeza de que conseguirá uma boa esposa. Não se preocupe! Pode deixar comigo que eu arrumo um bom partido para você e… - Dizia a mulher animada. 

Nikolaus começou a rir, sonora era sua gargalhada. Os gêmeos e suas provocações infantis lhe faziam sentir que estava brincado com seus irmãos, senhora Ráptis lhe dizia as mesmas coisas que ele imaginava que sua própria mãe lhe diria naquela situação. Ele ainda sentia muita dor e vazio no peito, mas estar ali no meio de tanto calor o fazia se sentir muito melhor. 

Senhora Ráptis lhe ofereceu um sorriso meigo. 

- Isso meu filho, um sorriso combina mais com você. - Disse ela. - Esse é o vestido? - Questionou estendendo a mão para que o rapaz lhe entregasse a roupa. 

- Sim! - Disse ele depositando-o nas mãos dela. - Quando ficará pronto? 

- Na terceira hora da tarde já pode vir buscar. - Respondeu ela. 

- Assim farei. - Disse Nikolaus se virando e iniciando seu caminho para fora dali. 

- Filho? - Chamou a mulher, ela o observava ir embora ainda em sua porta. 

Aiala: A Noiva do deus do marOnde histórias criam vida. Descubra agora