Capítulo LI

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Íris berrava com os olhos fechados. 

- Já chegamos. - Avisou Dídimo tentando conter o riso. 

A ruiva abriu os olhos e começou a olhar para todos os lados. Todos olhavam para ela, inclusive Tânatos que a fitava como quem olha para uma criatura rara. Desta vez ela quem enrubesceu.

 - Podia ter avisado. - Reclamou. - Eu vomitaria se ainda tivesse algo no meu estômago. 

- Mas eu avisei. - Disse ele virando-se e começando a caminhar. 

Tânatos viajou pelas sombras com os demais, ele pode sair por aí assim desde que haja sombra e desde que ele tenha uma visão clara de para onde está indo. Tudo acontece em breves segundos. 

O quarteto o seguiu, incluindo Íris depois de murmurar uma ofensa para Dídimo que a olhava com uma expressão debochada. Eles caminharam por uma estrada estreita que ficava no meio de um bosque com árvores cujas folhas eram negras. Após alguns poucos minutos de caminhada, saíram em uma pequena pradaria, mas seguiram caminhando na estrada. Perto dalí, a sua frente, o grupo avistou um belíssimo palácio negro e quando final em chegaram nas imediações entraram um belíssimo jardim, aquele era o tão famigerado Jardim de Hades. 

Eles deixaram a estrada que levava para a entrada lateral e começaram a andar sobre o gramado negro, acima deles árvores frutíferas sombreavam o lugar. Presos às árvores, pendiam deliciosos frutos redondos e vermelhos, eram deliciosas romãs. 

Ver aquilo atiçou ainda mais a fome deles e quase que por hipnose, Íris estendeu a mão para recolher um dos frutos. 

- Eu não comeria isso se fosse você. - Disse Tânatos sem sequer olhar para trás. - A menos que queira ficar aqui pela eternidade. 

Íris recobrou a consciência. 

- Se você estiver por perto... - Provocou e as orelhas do deus avermelharam. 

Uma vez que atravessaram o pátio externo, subiram bela a escadaria e viram-se diante de uma enorme porta dupla feita de cedro. Com a aproximação do deus da morte, a porta se abriu revelando um corredor amplo, depois de atravessar o corredor, chegaram em um salão de festas que tinha cinco portas, eles pegaram uma das portas à direita e ao passar por ela estavam enfim no salão do trono. 

A sala do trono era sustentada  por colunas negras, haviam enormes janelas apenas no lado direito, no fundo da sala ficavam dois  tronos em um lugar elevado e para chegar até eles era necessário subir alguns degraus. O trono à esquerda  era belíssimo e requintado, parcialmente de obsidiana e parcialmente de ouro, na parte superior do encosto tinha um elmo com asas entalhado, aquele era o trono de Hades. O da direita era branco e parcialmente de prata, na parte superior do encosto tinha um ramo de trigo feito de ouro entalhado, aquele era o trono da rainha do submundo. Havia um tapete carmim estendido desde a porta, sobre os degraus, até chegar aos pés do trono. Ao lado do trono à esquerda, havia um suporte de cristal e sobre ele estava o famoso elmo de Hades. 

 A esquerda dos tronos tinha uma porta usada pelo rei.  Ela se abriu no instante em que o grupo chegou a cerca de dois metros de distância do primeiro degrau, e por ela entrou uma figura masculina. 

Ele tinha longos e volumosos cabelos em um misto de preto e vermelho, traços delicados e belos, seu corpo era esguio e menos corpulento que Poseidon, olhos pequenos de íris verde esmeralda, lábios finos e nariz afilado que ornava bem até demais com o seu rosto, brincos dourados enfeitavam suas orelhas. Era tão alto quanto Tânatos e sua pele era igualmente pálida, trajava vestes brancas que iam até os tornozelos, haviam detalhes triangulares  em azul e vermelho na borda superior da roupa, que ia de um ombro ao outro deixando parte deles desnudos, um fino e delicado cinto dourado em forma de corrente estava preso a sua cintura e calçava sandálias parcialmente de couro e parte trançada com fios de ouro e seda. Ele trazia consigo seu bidente em vez de um cetro. 

Aiala: A Noiva do deus do marOnde histórias criam vida. Descubra agora