A tensão se instalou, ainda não haviam garantias de que Aiala iria ceder, além disso o retorno da personalidade não significava que ela estava mais fraca. A verdade é que aquela Aiala metódica era ainda mais perigosa que a anterior.
- E então? O que vai ser? - Disse a deusa da noite ciente de que Aiala sabia dos pormenores de sua oferta. - Escolherá perdão ou retribuição?
- Retribuição. - Aiala disse sem rodeios. Sua face trazia uma expressão neutra.
- Está disposta a me entregar o seu direito de justiça? - Indagou a deusa diante da decisão da garota. - Garanto que farei o possível para que se dê por satisfeita.
As feições de Aiala suavizaram e seus ombros relaxaram um pouco. Ela se soltou nos braços de Poseidon voltou-se para a deusa.
- Que tipo de justiça? - Indagou.
Nix olhou para um lugar que não tinha ninguém e um portal negro, semelhante ao que apareceu em sua asa anteriormente, surgiu.
- Querido filho? - Chamou a deusa. - Ouça o chamado de sua mãe.
Do portal saiu o homem idoso de cabelos brancos e barba de igual cor, apoiava-se em cajado de pastor. Ele era muito magro e sua pele era bastante enrugada, o homem exalava sabedoria, a sabedoria adquirida através da experiência e do tempo.
Com a aparição do homem, Ebe, filha de Zeus recuou um passo e sua expressão se tornou séria e empertigada.
O recém chegado não era ninguém menos que Geras, o daemon que personificava a velhice, mas o que Nix queria chamando-o alí? Os deuses não tardaram a compreender. Eles que sempre fizeram questão de exibir sua jovial aparência, eles que não haviam provado do dissabor destinado aos humanos, temiam e repudiavam totalmente aquele filho de Nix. Justiça? Sim. De fato Nix estava oferecendo a Aiala algo especial: o pior castigo que ela poderia impor a bela deusa Hera, deusa do casamento e da fertilidade, fertilidade essa que as mulheres perdiam uma vez que envelheciam.
Agora foi a vez de Aiala compreender o que lhe estava sendo oferecido.
- Hera receberá a pena justa e você dará por encerrado este conflito. - Falou Nix. - Temos um acordo Humana?
A garota pensou por um breve tempo e concluiu que Hera teria algo muito pior que a morte. Contudo, Aiala não respondeu, em vez disso ergueu a sobrancelha como se pedisse por algo mais.
- Entendo! - Disse a digníssima deusa da noite. - Hera será jogada no Tártaro e ficará reclusa até que você decida que ela deve sair. - Ofereceu.
- Mas isso é... - Começou Zeus, mas apenas um olhar de Nix bastou para o fazer recuar e emudecer.
Aiala ponderou, se a deusa estava disposta a negociar significava que ela via em Aiala uma ameaça, talvez não uma ameaça direta a ela, mas ao dito "equilíbrio" e se esse era o caso ela não deixaria a chance fugir. Ela reconhecia a fama de Nix, e diante do comportamento dos demais deuses e monstros presentes ela pôde concluir que o boato de que a deusa da noite era a entidade mais poderosa que existe não estava longe de ser uma verdade. A garota analisou e se decidiu.
- Aceitarei se incluir mais uma condição. - Barganhou a garota. Nix a olhou com curiosidade, questionava-se de onde vinha tamanha coragem. - Você me dará sua palavra de que os deuses jamais voltarão a perseguir os humanos tal como fui perseguida.
Nix encarou Aiala, ela esperava um pedido egoísta, afinal era disso que toda criatura era feita, incluindo os humanos.
- Sabe que sou aquela que detém o conhecimento por trás da imortalidade dos deuses, não sabe? - Questionou a deusa.
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Aiala: A Noiva do deus do mar
FantasyA vida é uma constante busca. Alguns buscam felicidade, outros satisfação pessoal, tem aqueles que buscam o romance e aqueles que buscam completude sem ele, há aqueles que buscam amor e há aqueles que buscam vingança. Aiala Kokkinos vive em uma Gré...