Quando alguém te machuca, você sente ódio e quando você machuca alguém, você fica amargo, mas se sente culpado também. Conhecer a dor nos ajuda a crescer, a madurecer e crescer significa ser capaz de pensar e tomar decisões próprias.
- Uzumaki Naruto.
Aiala não gostou nada do que viu no olhar de Minos, mas mesmo que tenha ficado em total alerta não havia muito o que fazer dentro do salão de julgamento, lugar no qual os juízes possuíam poder e autoridade máxima.
- O que faremos com eles? - Perguntou Éaco.
- É certo que cometeram sacrilégio, não há o que discutir aqui. - Disse Radamanthys resoluto. Ambos olharam para Minos.
- Foi revelado a mim nesse instante que esses humanos atravessaram com o barqueiro sob a condição de que receberiam o mesmo tratamento dado aos mortos. - Minos falou com astúcia.
A garota mordeu levemente a língua em arrependimento por suas palavras descuidadas, não devia ter sido tão rápida em falar. Depois do que se sucederia ela aprenderia da forma mais amarga possível as consequências que um mísero descuido podem lhe trazer.
- Vejo dentre eles um líder e certamente a cabeça deve ser a primeira a ser julgada. - Prosseguiu Minos.
Aquela altura os outros membros do grupo evitavam a todo custo olhar para Aiala, era inútil, mas queriam fazer o melhor para preservar a identidade do líder. Éaco suspirou e fechou brevemente seus olhos.
- Devo apontar para que se revele? Nesse salão nada nos fica escondido, seja presente ou passado. Almas aqui não podem mentir, nem mesmo deuses podem fazê-lo. - Disse Éaco. - Dê sete passos à frente, senhorita. - Aquilo não era um pedido e ele olhava diretamente para Aiala.
Ela andou os sete passos e parou, não conseguia pensar no que faria, não havia para onde correr. Eles poderiam mandar alguém que ainda estava vivo para o destino final dos mortos?
- Comecem o julgamento. - Anunciou Minos tentando conter sua excitação.
No instante em que isso foi anunciado, partículas começaram a se mover, flutuar e se unir diante de dois dos Juízes, Éaco e Radamanthys, em poucos segundos dois livros se formaram, um diante de cada um deles. O livro que surgiu diante de Éaco tinha a capa na cor roxa e uma frase em grego antigo escrita com letras douradas que dizia: jaz aqui o presente, já o livro que se materializou diante de Radamanthys tinha uma capa feita de madeira na cor marrom bem escura e uma frase diferente em grego antigo estava entalhada, a frase dizia: jaz aqui o passado. O vento suave, porém gélido como uma brisa de outono soprou fazendo com que os livros se abrissem e suas páginas começassem a folear freneticamente até que o vento cessou e uma página específica ficou aberta diante dos juízes em seus respectivos livros.
- Eu julgo sobre o Presente. - Disse Éaco.
- Eu julgo sobre o Passado. - Disse Radamanthys.
- Comecemos pelo presente. - Presidiu Minos. Ele estava interessado em saber o que aquele estranho grupo fazia no mundo inferior, queria saber o quão desesperados estavam para terem se enfiado naquela situação.
Éaco olhou então para o livro em sua frente, mas sua face logo se contorceu em uma expressão de extrema confusão.
- Impossível. - Murmurou Éaco.
- Qual o problema? - Questionou Minos.
- Não consigo ler. As palavras, lembranças, objetivos, perspectivas, desejos, feitos... tudo está desfocado. - Disse o Juíz. - Simplesmente não consigo ler nada.
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Aiala: A Noiva do deus do mar
FantasyA vida é uma constante busca. Alguns buscam felicidade, outros satisfação pessoal, tem aqueles que buscam o romance e aqueles que buscam completude sem ele, há aqueles que buscam amor e há aqueles que buscam vingança. Aiala Kokkinos vive em uma Gré...