Capítulo LVII

144 24 17
                                    




Aiala apenas ouviu, não podia negar a ele um direito dado aos humanos, o direito de amar. 

Após olhar para ele por alguns minutos, a garota olhou para o horizonte e foi capaz de vislumbrar um lindo pôr do sol, uma paisagem incrível que ela não poderia presenciar em nenhum outro lugar. Ela ficou ali admirando tal vista e ao seu lado o homem assistia uma vista ainda mais bela do que a que ela estava tendo, ele via uma expressão satisfeita sob as luzes do sol poente, ele via o rosto da única garota que ele amaria em toda a sua vida.

A magia daquele momento seria gravada a ferro e fogo na alma de Nikolaus. 



Eles ficaram olhando o horizonte até o crepúsculo, logo a floresta começou a se mover naturalmente para o repouso noturno, os pássaros e demais animais se recolhiam em seus ninhos, tocas e abrigos, em contrapartida, os hábeis caçadores noturnos começavam a perambular pelos seus domínios. Já era hora da dupla retornar para o conforto do lar. 

Aquela seria a última noite de perfeito descanso deles, o dia seguinte marcaria a chegada dos membros restantes e o início do árduo treinamento e preparação para a tão esperada superlua. 

Aiala e Nikolaus deixaram a floresta sem pressa, afinal não havia ali criaturas fortes o bastante para rivalizar com tais indivíduos. Ao alcançar a margem da floresta era chegada a hora de cada um seguir seu próprio caminho. 

- Nos vemos amanhã. - Disse Aiala. 

- Sim. Amanhã chegarão nossos preciosos cavalos de guerra. - Brincou Nikolaus com um largo sorriso. 

- E o que seria de nós sem nossos cavalos? - Aiala entrou na brincadeira. 

- Íris diria que não seríamos nada. - Respondeu Nikolaus se afastando após acenar uma última vez. 

Aiala o observou partir, ela olhava para as costas dele, se perguntava quando adquiriu tal hábito. Desta vez seu coração não estava aflito, ela tinha plena certeza de que o reencontraria no dia seguinte. Ela pensava nas palavras da senhora Ráptis e analisava o quanto ela estimava Nikolaus, de fato, aquele homem havia ido de inimigo em potencial à pessoa responsável por preservar sua sanidade. Aiala não conseguia contar quantas vezes poderia ter cedido ao mal que habita no íntimo dela se Nikolaus nunca tivesse pagado aquela bebida para ela naquela taverna. 


                                ❇❇❇

O alvorecer estava com pressa e chegou logo, o dia estava nublado, mas não parecia que choveria tão cedo. Aiala levantou-se cedo como de costume, preparou um café da manhã simples e se alimentou, estava comendo melhor ultimamente. Depois ela colocou roupas de treino e foi visitar o túmulo de Pachis, ali fez sua oração aos mortos.

Nikolaus chegou pouco tempo depois, estava acompanhado de uma ruiva sorridente e do seu guia favorito. 

Íris correu e atirou-se sobre Aiala sem cuidado. 

- Íris, devagar! - Pediu sem sucesso. - Espero que não tenha fraturado a coluna de ninguém da sua família. 

- Nem me fale. - Disse a ruiva permitindo que Aiala escapasse de seu abraço de urso. - Foi um porre ter que me controlar até pra não entrar numa briga com meu irmão. Você não faz idéia do que passei. - Disse fazendo seu drama habitual. 

- Mas não perdeu tempo e foi logo se gabar sobre o quanto estava mais forte. Cortou lenha para os próximos dois invernos. - Disse Dídimo. 

- E você quebrou quase todos os pratos da minha mãe, tua sorte é que ela gostou de você, senão tu ia descobrir algo mais perigoso que o submundo. - Rebateu a ruiva. 

Aiala: A Noiva do deus do marOnde histórias criam vida. Descubra agora