Capítulo XXXII

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"Não escolhemos a forma do nosso destino, mas podemos dar-lhe conteúdo. O que procura aventura encontrá-la-á - à medida da sua coragem. O que procura o sacrifício, será sacrificado - na medida da sua pureza."

- Dag Hammarkskjod


Quando seu olhar caiu sobre a figura feminina, primeiro Aiala viu a volumosa cabeleira lisa e avermelhada, bem como a característica bandana, depois ela fitou com curiosidade os tempestuosos olhos acinzentados da mulher a sua frente. Íris Kouris não parecia ter mudado quase nada desde a última vez que Aiala a tinha visto, mas sua aura estava perfeitamente ocultada e isso demonstrava que alguém andou refinando suas habilidades ao ponto de ser capaz de ocuta-las.

- Mas que droga! - Disse Aiala seriamente, os moradores ficaram tensos. - Você cresceu mais ainda?

- Não, acho que foi você quem encolheu. - Falou estendendo a mão direita em um cumprimento.

- Vejam só, está treinando pra ser comediante? - Disse segurando o braço estendido enquanto íris também agarrava seu braço em resposta ao cumprimento. A ruiva gargalhou.

Todos olhavam a cena sem saber direito como reagir e vendo isso Aiala se virou para apresentar a recém chegada.

- Essa é Íris, minha convidada. - Disse para os residentes do vilarejo. - Não se preocupem, se ela aprontar eu dou conta, podem trata-la como alguém da minha casa. Ela é bem-vinda.

Ao ouvir isso a população relaxou, as mulheres que guardam as portas de suas casas mostraram as facas e arcos que cuidadosamente escondiam atrás de si, os homens também desocultaram as espadas e machadinhas que escondiam em vários compartimentos de suas vestimentas. Alguns suspiraram de alívio e aos poucos cada um voltou para o que estavam fazendo antes, as crianças voltaram a brincar e os sons do vilarejo retornaram a normalidade.

- Não é um bom lugar para se visitar sem aviso prévio. - Comentou Íris enquanto seguia Aiala, Nikolaus as seguia silenciosamente.

- Eles possuem bons motivos. - Respondeu. - Mas e você? O que faz por aqui? Não acho que tenha vindo me visitar.

- Eu encontrei seu cão fiel lhe procurando. - Falou.

- Pelo menos evolui de "irrelevante o suficiente pra sumir sem nem mandar sinal de vida" para " cão fiel. - Comentou levemente magoado. - É uma ótima evolução, já é um começo.

- Eu já já explico o que aconteceu e não mandei notícias porque não era um recurso viável. Soube que me procurou, espero que faça isso sempre que eu sumir, pelo menos saberei que alguém estará tentando me encontrar quando eu estiver em uma situação impossível de fugir sozinha. - Falou.

- Estou tentando começar uma briga aqui, será que dá pra você fazer sua parte? - Disse com falso sinismo.

- Não. - Nikolaus sorriu ao ouvir isso.

- Em algum momento de minha busca eu pude perceber que o desaparecimento se tratava na verdade de um sequestro. - Comentou. - Então comecei a te procurar em todos os lugares prováveis, foi quando encontrei a Íris, acabamos por perceber que estávamos lhe procurando no lugar errado. Você não estava em terra.

- Eu vim pra cá para nos prepararmos para iniciar nossa jornada no mar tentariamos procurar nos lugares mais improváveis e perigosos, com sorte nós encontrariamos você. - Comentou Íris.

Aiala: A Noiva do deus do marOnde histórias criam vida. Descubra agora