Capítulo LV

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Ouça a música na multimídia do capítulo, tem a tradução disponível. O choro é livre ( e sim Army, eu conheço a história que a música faz referência.)  💜💜💜💜

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Após cerca de duas horas sentindo o calor que emanava do deus, a mulher levantou e foi se lavar. Com ambos vestidos e de pé, Poseidon deu um último beijo em Aiala e deixou a casa tão rápido quanto surgiu. Aiala estava sozinha agora e decidiu tomar um chá antes do desjejum, então foi até a cozinha externa, acendeu o fogo e colocou o bule para esquentar a água. 

Ao som de leves batidas na porta, Aiala caminhou pela casa e foi ver quem estava do outro lado. Assim que abriu foi recebida por um caloroso sorriso, Nikolaus a aguardava de pé e parecia ansioso em vê-la novamente mesmo que tivessem se visto no dia anterior. 

- Bom dia! - Saudou animado. - Você parece mais cansada que ontem, não conseguiu dormir? - Indagou preocupado. 

- Posso não ter dormido, mas me sinto bem. - Respondeu ela. - Entre, estou fazendo um chá, quer um pouco? - Falou caminhando até a cozinha interna. 

- Vou querer, mas não vou demorar muito. - Disse ele. - Eu vim aqui para pegar a roupa que você mencionou ontem. Você falou que ela certamente estaria folgada demais para vestir depois de ter emagrecido por causa do tempo em que ficamos no mundo inferior. - Falou Nikolaus. - E como essa roupa foi o último presente que você recebeu do seu velho, imaginei que ia querer que fosse ajustada o mais rápido possível. Então vim logo cedo. 

- Bem atencioso da sua parte. - Disse ela. - Ela está lá no meu quarto, na segunda gaveta. Você já sabe qual é o vestido. Pode ir pegar. 

Nikolaus caminhou até o quarto, abriu a porta e entrou sem olhar muito a sua volta, mas é claro que precisou erguer o rosto para olhar se a cômoda ainda estava no lugar e como ela ficava perto da cama foi impossível não ver a cena diante dele. Aiala estava tão desligada e habituada com a presença de Nikolaus, estava tão acostumada em tê-lo passeando pelos cômodos da sua casa que sequer lembrou da situação em que ela e o deus deixaram o quarto. 

Nikolaus estava estático enquanto olhava para a cama parcialmente quebrada, os cobertores jogados de qualquer jeito, o travesseiro rasgado e as penas dele jogadas para todos os lados, além disso, ali parcialmente coberto por tecido haviam manchas de sangue. Não era necessário ser um gênio para saber o que tinha acontecido ali. 

O homem sentiu um aperto no peito e quase pode ouvir o som de seu coração se estilhaçado como vidro, sua cabeça começou a doer, sua boca amargava e sua voz havia sumido. Contudo ele dizia para se mesmo que estava tudo bem, que ele não tinha o direito de se apaixonar daquele jeito, até sorriu do quão patético era por sequer ter confessado seus sentimentos para ele e sabia que não poderia mais fazê-lo. Não como se ele fosse simplesmente capaz de deixar de amá-la, diferente da química e do sentimento avassalador que Aiala e Poseidon compartilhavam, os sentimentos de Nikolaus foram forjados da admiração, conhecimento sobre a pessoa amada e acima de tudo da intensa convivência. Talvez Aiala sequer tenha percebido, mas tirando os sexo e o fato de não dormirem na mesma cama e do homem ter a sua própria casa, apesar de ter dormido na casa dela várias vezes, Nikolaus e Aiala praticamente levavam uma vida de casados. Ele se contentava com isso, mas sabia que enquanto não confessasse seu amor jamais passaria de alguém em quem ela confiava, o medo de ser rejeitado ou pior, que ela o afastasse colocou ele naquela situação desgostosa. 

Quando Aiala percebeu para onde tinha mandado Nikolaus ir já era tarde e sem pensar muito ela foi atrás dele. Por alguma razão passou pela cabeça dela que ela devia uma explicação, que era errado ele ver aquilo, mas ela não conseguia entender o motivo de se sentir assim. 

Aiala: A Noiva do deus do marOnde histórias criam vida. Descubra agora