9. Tarado

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Segunda, 31 de agosto de 2020

 
  Fiquei andando de um lado para o outro na sala, enquanto o notebook estava ligado em uma chamada de vídeo com Anthony.

  Ryan veio da cozinha com duas xícaras de café, e me entregou uma:

  – Senta, vamos ouvir o que o Anthony tem a dizer.
 

  – Agente, por favor, sente-se e acalme-se. - Ouvi Anthony falar calmamente.
 

  – Gente, eu vi ele ONTEM. Nem de longe ele estava com cara de quem iria se suicidar.

  – Eu sei, e é por isso que você tem que sentar, e se acalmar, para a gente poder ligar os pontos. - Ryan falou apontando para o assento ao seu lado.

  – Ok.

  Me sentei e tomei um gole do café, esperando a cafeína entrar em contato com meu corpo. Depois de receber aquela notícia, uma enxurrada de perguntas se instalou na minha mente. Porquê ele havia se suicidado? Será que foi medo? Será que mandaram ele fazer isso?
 

  – Agora vamos pensar. Porque ele se suicidaria? ‐ Anthony pergunta confuso.

  Pensei por meio minuto e resolvi dar a explicação que parecia ser a mais plausível:

  – Talvez o Johnny, estivesse com tanto medo de que o  serial killer voltasse para pegar ele, ou até mesmo a família dele, que ele preferiu se suicidar. Talvez ele realmente conhece a pessoa que o machucou, só não quis me contar.

  – Parece plausível, mas sendo essa ou não a explicação para o suicídio, vocês devem ir até a casa dos Roberts, e perguntar a família dele se ele conversou com alguém de dentro ou fora da casa antes disso, e se ele falou algo suspeito.

– Ok.

– Espero notícias. Boa sorte.

  Fui até o meu quarto, tomei um banho e coloquei um macacão longo, social, na cor preta. Não coloquei mais acessórios do que o relógio, seria falta de educação chegar toda arrumada na casa de uma família que se encontrava de luto. Prendi o cabelo em um rabo de cavalo e peguei as mesmas coisas que usei no dia anterior para interrogar o Anthony; ao sair encontrei o Ryan na sala já vestido com uma roupa completamente preta.

  Ele pegou a chave do carro e nós seguimos para a casa dos Roberts.

  Ao chegar vimos um dois policias conversando com a mulher e o filho de Johnny, não muito longe alguns dos empregados da casa estavam sendo interrogados por outros oficiais, e no meio de tudo isso, havia uma marca gigantesca de sangue no chão.

  Saímos do carro e fomos em direção à Senhora Roberts, que ao me ver veio em minha direção rapidamente me agarrando em um abraço apertado. Logo, pude perceber que ela estava se desmontando em lágrimas.

  Retribui o abraço o mais forte que consegui tentado passar algum tipo de conforto:

  – Meus pêsames.

– Eu vi… - Ela se dissolveu do abraço mais segurou minha   mão. ‐ Ele se jogou do telhado na minha frente. Eu vi o meu marido caindo e batendo com muita força no chão. - Ela continua chorando muito. - E eu não pude fazer nada para impedir.

  – Eu sinto muito.

  Depois de mais alguns abraços, ela se acalmou um pouco, segurou minhas mãos e olhou no fundo dos meus olhos:

  – Antes de toda essa tragédia acontecer, ele pediu que eu dissesse uma coisa muito importante para vocês dois. Ele disse que vocês deveriam desistir, porque aquela pessoa é um monstro, e se descobrir que vocês estão tentando levá-lo para a cadeia, vai matar vocês, do modo mais assustador possível.

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