Vermelho Sangue

29. Ele Te Ama

Quarta-feira, 9 de setembro de 2020.

  Chegamos na casa e ele já foi me puxando escada acima, eu tinha um sorriso divertido no rosto, era prazeroso ver ele tão agitado por minha causa.

  Assim que chegamos na porta do meu quarto ele parou bruscamente, Liz estava limpando lá dentro e deu um pulo ao ver a cara séria do Ethan e a mão dele fechada no meu pulso. Acredito que ela realmente tinha muito medo dele porque desmaiou na hora.

  – Era só o que me faltava. - Ele falou entrando de cara feia e se agachando próximo ao corpo desmaiado.

  Coloquei as mãos no rosto escondendo o riso para não parecer que eu estava rindo da situação de Liz:

  – Desce lá e chama a Dona Dalji, por favor? - Ele falou me direcionando um olhar calmo, mas que escondia pura fúria.

  – Claro.

  Desci rápido e encontrei Dona Dalji na cozinha, contei o ocorrido com Liz e ela subiu as escadas enquanto dava uma risada espalhafatosa:

  – Essa Liz é muito medrosa. - Ela falava enquanto ria.

  Os próximos vinte minutos foram tomados de risadas pela casa toda, os únicos que não tinham humor algum eram o Ethan e o George.

  Pouco tempo depois de Liz ter acordado e todos terem voltado à suas funções, o Ethan estava sentado de um lado da minha cama chacoalhando a cabeça negativamente:

  – Você está com raiva? - Falei colocando as mãos na cintura.

  – Sim! Não entendo porque essa maluca tem tanto medo de mim. - Comecei a rir alto depois daquele comentário.

  – Não precisa ficar assim, a gente vai ter outras oportunidades. - Ele me olhou com um sorriso no rosto.

  – Eu sei. Desculpa, devo ter sido muito bruto. Eu te machuquei enquanto a gente caminhava? - Ele pegou minhas mãos e começou a examinar meu pulsos.

  – Na verdade corria né? Por que você estava voando.

  – Foi a luxúria. Bom, eu vou para o meu quarto tomar um banho, depois que terminar desce pra comer alguma coisa. Pelo cheirinho, tenho certeza que a Dona Dalji faz algo muito gostoso para o café da tarde.

  – Ok. 

  Antes de sair ele me deu um beijo na testa, fui tomar banho ainda sobre o encanto daquele ato gentil. Ele conseguia ser a faísca que me queimava por inteira e o vento forte que tornava a temperatura mais amena.

  Ao terminar o banho coloquei uma calça de moletom branca e uma camiseta larga preta.

  Olhei o relógio e no mesmo marcavam quase cinco da tarde, desci as escadas e como não encontrei ninguém segui o gostoso aroma de frutas em direção à cozinha, ao entrar no ambiente de cores vivas notei a grande quantidade de gostosuras em cima da mesa, bolo, pudim, torta, e mais outros 3 pratos com comidas lindas e tenho certeza que deliciosas.

  Em meio a todos aqueles pratos, Dona Dalji cantarolava uma música enquanto mexia em algo dentro de uma panela:

  – Dona Dalji? - A mesma deu um pulinho após me ouvir.

  – Olá, meu bem. Precisa de alguma coisa?

  – A senhora sabe onde o Ethan está?

  – Acho que no quarto dele, não desceu ainda. Quer comer algo enquanto espera ele descer? Assim você também já experimenta minha comida.

  Dei um sorriso largo porque era realmente aquilo o que eu precisava, comida.

  – Eu vou aceitar, sim.