Vermelho Sangue

21. Manhã Conturbada

 Sábado, 5 de setembro de 2020.

  Eu me senti como uma boneca nos braços dele, realmente ele tinha um gingado diferente. Em algum momento que eu não percebi ao certo qual foi, eu e ele já tínhamos tirado nossas jaquetas e entregado á Susan e a Laura que já haviam se sentado fazia um tempo.

  Aquela boate tocava umas músicas maravilhosas, tinha para todos os gostos, desde o heavy metal até o tango, inclusive o Diego arrasava no tango também.

  – Que calor. Acho que vou parar pra beber um pouco. - Minha fala estava entrecortada por causa da respiração pesada.

  – Acredito que seja uma boa. 

  Nós dois seguimos rindo até o balcão:

  – Se cansaram foi?! Achei que vocês não iam mais sair daquela pista! - Susan falou rindo.

  – Sempre que eu pensava em sair pra beber alguma coisa, ele me puxava pra outra dança.

  – A gente tinha que aproveitar. Mas e aí? Eu te ajudei a não pensar em nada; que tal eu ganhar um beijo como prêmio.

  Olhei pra ele e dei risada daquele comentário:

  – Você é muito corajoso, e bem engraçado também. 

  – Um beijinho não faz mal a ninguém.

  Dei um sorriso e peguei o copo que eu tinha usado antes, coloquei um pouco do gelo que as meninas tinham acabado de pedir e um pouco de Whisky.

  A sensação da bebida gelado descendo pela minha garganta foi maravilhosa, eu estava morrendo de calor, e olha que lá fora o tempo nem estava tão quente.

  – Eu vou ao banheiro. - Falei depois de virar a bebida. - Já volto.

  Fui até o banheiro, fiz minhas necessidades e lavei as mãos.

  Fiquei observando o meu reflexo no espelho, por causa da dança e do modo como eu mexia a cabeça o meu cabelo tinha ficado um pouco volumoso, não foi nada de mais apenas uns fios rebeldes aqui e ali. O meu batom era Matte, então ele não saiu mesmo depois da bebida. Mesmo que minha pele fosse escura dava para perceber a tonalidade vermelha em minhas bochechas, depois da grande fonte de energia gasta na pista.

  Dei uma última passada de mão no cabelo para ver se estava tudo uniforme, e uma olhada no celular também; só havia uma mensagem. Do Ethan.

  "Oi vida.
  Como você está?"

  Eu não ia abrir naquele momento, tanto porque naquela noite eu não queria me importar com ele, ou também  por quê, talvez, se eu respondesse ele naquele instante a gente acabasse gastando tempo demais conversando, por isso eu só iria responder quando estivesse em casa. Guardei o celular e sai do banheiro.

  Nós quatro dançamos e conversamos a noite toda, eu não bebi mais nada alcoólico, quando eu olhei o relógio de pulso já eram duas da manhã:

  – Nossa. Já são duas horas.

  – Duas horas?! Nossa eu preciso ir. - Diego falou em um sobressalto.

  – Você veio de carro?

  – Não, pedi um táxi.

  – Eu te levo.

  – Não precisa!

  – Ah que problema tem? Eu levo vocês até as suas casas. - Falei me levantando e pegando as chaves do carro.

  – Tá legal se você insiste.