39. Quero Conhecer O Seu Quarto

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Quinta-feira, 17 de setembro de 2020.

  Ele me beijava com tanto sentimento que parecia que não iria me soltar nunca mais, parecia tão irreal que eu sentia que se o soltasse ele iria sumir.

  Ao encerar o beijo ele encostou sua testa na minha:

  – Você está com fome?

  – Um pouco. - Ele se afastou e entrelaçou nossas mãos me puxando para podermos andar lado à lado. 

  – O que você quer comer?

  – Talvez, hot dog?

  – Eu nunca comi isso, acredita?

  – Você está brincando?! Você vai ter que experimentar agora.

  Chegamos à barraquinha e eu pedi os hot dogs e dois copos de suco, um de laranja e outro de morango, que havia sido a escolha do Ethan.

  Antes que o mesmo entregasse o dinheiro segurei a mão dele e estendi o cartão para a mulher do outro lado:

 – Você sempre paga. Me deixa pagar pelo menos uma vez? Está me fazendo sentir como se eu dependesse de você.

  – Eu só quero ser cavalheiro. - Ele tentou se soltar enquanto a moça ficava confusa sobre qual cartão pegar.

  – E eu acho lindo o modo como você está sendo educado comigo, mas eu não quero parecer interesseira. - Afastei o braço dele mas o mesmo levantou novamente.

  – Eu nunca acharia isso de você.

  – Mas eu acharia. 

  – Olha, porque vocês não fazem assim. Paguem dividido. - Encarei a moça e ela me enviou um sorriso singelo.

  – Não é necessário. Eu vou pagar. -  Falei e quando o Ethan levantou a mão para protestar eu belisquei o mesmo.

  – Ai!! Tá bom! Ela vai pagar, moça. - Sorri triunfante.

  Nos sentamos enquanto a mulher preparava os lanches e estavamos falando sobre coisas banais até uma menininha cair à nossa frente, o Ethan levantou no mesmo instante e ajudou a criança à se levantar.

  – Você está bem pequena? - Ele começou a limpar o vestido dela, no mesmo instante em que a menininha de aproximadamente 4 anos começou a chorar.

  – Eu quelo mia mãe! - O Ethan pegou a pequena de cabelos ruivos encaracolados no colo e eu me aproximei segurando a mãozinha dela.

  – E onde está sua mãe? - Perguntei.

  – Eu coli, e ela sumiu. - A mininha falou ainda aos prantos.

  – Sophia?! - Olhamos para trás e uma moça também ruiva vinha em nossa direção com os olhos cheios d'água.

  – Mamãe! - Ela estendeu os braços. 

  O Ethan colocou a criança nos braços da moça.

  – Sophia, por que você correu?

  – Puique eu quelia blincar de esconde-esconde.

  – Não faz mais isso, por favor. - Ela olhou para nós dois. - Obrigado por segurarem ela. Eu estava distraída e ela correu.

  – Por nada. - O Ethan sorriu e segurou a mão da pequena. - Não corre mais da sua mãe desse jeito, está bem? Ela ficou muito preocupada, e isso é perigoso.

  Achei fofa aquela interação dele com a criança, muito parecida com a conversa que ele teve com o pequeno Ben.

  Nos sentamos novamente quando a mulher e a Sophia foram embora:

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