42. Jorge Smith

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Domingo, 20 de setembro de 2020

  No restante da anterior noite perturbadora deixamos a Beatrice aos cuidados da FC de Londres, enquanto seguíamos para o museu novamente apenas para averiguar a cena, porque o corpo já estava no hospital esperando para ser feita a perícia.

  Depois de alguns minutos fomos ao hospital e fizemos a perícia do corpo de Benjamim Miller, dessa vez não tivemos nenhuma surpresa maluca como um celular no ânus. Fomos para a delegacia e encontramos a policial Brown que nos entregou algumas fotos da cena enquanto o corpo ainda estava lá, além de um pen-drive com as filmagens das câmeras de seguranças. 

  Já era meia noite quando voltamos para o prédio da FC de Londres e fizemos um interrogatório à Beatrice, mas ela era fria, calculista, não deixava absolutamente nada passar. Ela não falou sobre os outros dois homens de preto, não comentou mais sobre a ou as supostas outras pessoas que poderiam também estar por trás da lista negra, ela era um túmulo.

  Voltamos para o apartamento já muito tarde e o que mais me deixou com pena foi o motorista que estava exausto com todo aquele vai e volta; eu havia perguntado se ele queria ir embora e deixar o carro com a gente e nós devolveríamos no outro dia, mas ele disse que tinha feito um trato com o Anthony e só voltaria para casa quando nós dois estivéssemos no nosso apartamento.

  Começamos o trabalho cedo no domingo, pra falar a verdade nós nem conseguimos dormir direito, mas já estávamos no meio da sala rodeados de papéis e vendo e revendo gravações de câmeras de segurança, vídeos e documentos com interrogatórios, cenas de assassinatos, era uma bagunça e eu não encontrava ligação alguma.

  – Quem é o próximo alvo dos assassinos? - O Ryan perguntou e eu percebi o como era estranho ouvir de outra pessoa que realmente havia mais de um ser, que causava a morte de pessoas inocentes.

  Entrei nos primeiros e-mails da minha conta e encontrei o nome dele:

  – Jorge Smith. É um dos maiores executivos de Londres, casado com Katherine Smith, e tem um filho adotado. O estranho é que não tem fotos dele em família. Ah, e ele não quis nossa proteção. Nunca vi ele pessoalmente mas o Anthony disse que ele é muito ranzinza.

  – Então nós perdemos todos os nossos protegidos?! Todos estão… mortos?

  – Sim. 

  Ele colocou as mãos no rosto como se estivesse completamente esgotado.

  Meu notebook começou a vibrar, e eu atendi a ligação do Anthony:

  – Olá agentes, trago informações. Vou mandar reforços. Eu deveria ter feito isso assim que ocorreu a morte da Marta, então assumo a responsabilidade pelas mortes à partir daí.

  – De jeito nenhum. Nós também temos culpa nesta situação. Não é agente Maison? - Belisquei o Ryan e ele começou a assentir freneticamente.

  – Sim, sim, sim. Nós também temos culpa no cartório, chefe. Não vai se responsabilizar por isso sozinho.

  – Eu agradeço agentes. Bom, o que podemos fazer agora é esperar a amostra da galeria de arte no museu, que será no sábado que vem. - Ele deu uma pausa com um suspiro e esfregou a testa. - Já que não vamos proteger o Senhor Smith, vamos esperar que o outro assassino seja menos eficiente que a Beatrice, para que passamos capturá-lo. E mais uma coisa, a Beatrice já está sendo levada para a prisão de força máxima.

  – Isso é ótimo.

  – Mando informações sobre quem estou enviando em reforços por e-mail, mas acredito que eles só chegaram aí na sexta de manhã, ainda temos que prepará-los. Tenham um bom dia agentes.

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