38. Parque

95 7 0
                                        

 Quinta-feira, 17 de setembro de 2020.
 
  O tempo ainda estava bem frio, e como eu não iria sair até as sete da noite, só queria uma roupa quente e confortável para aquela manhã de quinta feira chuvosa.

  Na noite anterior eu havia chegado no apartamento e mais uma vez eu fui apenas uma sombra para o Ryan. Quando eu já estava no meu quarto, debaixo das minhas cobertas o sono acabou vindo pela insistência.

  Mesmo que na cafeteria a Susan tivesse tentado me aconselhar eu ainda sentia que aquilo não era o que eu queria ouvir, ou não era ela quem eu queria que me dissesse aquelas palavras.

  E mesmo quando a manhã já tinha nascido, eu ainda estava com aquela mesma sensação. Então decidi ligar para quem sempre me confortou e apoio, não importava a situação.
 

  – Mãe?

  – Oi meu amor. Como você está?

  – É justamente por isso que eu liguei. Eu estou tão confusa.

  – Pode falar, meu anjo. Pra você, eu tenho todo o tempo do mundo.

  Só de ouvir ela dizendo aquilo eu já me sentia muito melhor, ouvir a voz da Dona Ashley era o melhor remédio pra mim.

  – Eu estou apaixonada, mãe. Mas o problema é que as vezes parece que não é certo. O Ryan ele… Ele foi tão rude mãe.

  – Me conta melhor todos os fatos, desde quando você chegou em Londres.

  Respirei fundo e comecei a falar, era tanta coisa, foram tantos sentimentos para apenas 20 dias.

  Enquanto contava eu me exaltei, eu sorri, e por mais complicado e estranho para mim, eu até chorei.

  – Mãe. - Eu falei ainda entre lágrimas. - Eu entrei nessa missão de cabeça erguida e acreditando que seria só mais uma pessoa do mal que eu colocaria atrás das grades, mas…

  – Me responde uma coisa, meu amor. Qual é o seu medo quando você pensa no Ethan? - Parei e revi meu critérios.

  – Nenhum. Ele me faz tão bem. Aparece sempre nos momentos ruins, e transforma em momentos bons.

  – E qual é o seu medo quando você pensa em tudo que envolve o seu sentimento por ele?

  – Tem a corporação, querendo ou não ele é um alvo, eu seria rebaixada com toda a certeza. E o Ryan, ele joga na minha cara como se eu tivesse escolhido me apaixonar.

  – Tudo o que você está vivendo com o rapaz, parece errado? No seu ponto de vista e não no das outras pessoas. Pense em você e não nos outros.

  – Não. Pra mim não é errado. É inovador, é aconchegante, é libertador.

  – Então pare de se perguntar tantas vezes se isso é certo. O amor nunca vem com uma garantia de que tudo vai ser as mil maravilhas. Não é se questionando a todo momento que você vai ter uma resposta, é vivendo o amor, e assim você vai saber se é certo ou não. Não tem porque ter medo, meu anjo. Vai dar tudo certo, e se não der eu estarei aqui por você.

  Depois de colocar mais algumas coisas em dia na nossa conversa e eu finalmente ter colocado na minha cabeça que iria viver o meu sentimento com o Ethan enquanto durasse, minha mãe teve de desligar para atender alguns clientes da floricultura; ela estava cheia de vida e isso me deixava ainda mais feliz.

  – Eu te amo, minha querida. Tenha um bom passeio.

  – Eu também te amo, mãe. E obrigado.

  Eu não sei ao certo se o dia passou tão devagar porque eu estava louca para ver o Ethan, ou se era simplesmente porque eu não tinha nada para fazer. A Susan havia me ligado de tarde contado que ela e a Laura estavam bem, e mais uma vez ela tinha me agradecido pelos conselhos do dia anterior, e olha que eu nem achava que tinha ajudado tanto.

Vermelho Sangue Onde histórias criam vida. Descubra agora