Sexta-feira 25 de setembro de 2020.
A luz do dia começou a atrapalhar meus olhos, e eu me mexi na cama com a intenção de colocar minhas mãos nos olhos para tampar a luminosidade, porém elas estavam… Presas?
Abri os olhos rapidamente e olhei para cima dando de cara com as minhas duas mãos presas na cabeceira da cama por duas algemas. Tentei me soltar mas fui repreendida por uma voz:
– Se eu fosse você não faria isso. Quanto mais você se mexer mais apertada elas ficam. - Olhei para frente e o Ethan me observava vestido com um traje social completamente preto, me olhei e eu usava apenas a camiseta branca dele.
– Você não acha que está muito cedo para nós fazermos joguinhos eróticos? - Ele deu uma risada tão fria que eu me vi se perguntando se aquele realmente era o Ethan com quem eu havia dormido na noite passada.
– Acha mesmo que isso é um "joguinho erótico"? Qual é a Agente Hall. Eu achei que você fosse mais inteligente que isso. - Arregalei os olhos ao ouvi-lo pronunciar o meu verdadeiro nome. - Você está aqui com um propósito não é, Clover?
– Eu posso explicar…
– Você não precisa me explicar nada, quem tem que te explicar alguma coisa aqui, sou eu. Eu só quero ouvir a resposta para essa pergunta saindo da sua linda boca: Você está aqui com um propósito não é, Agente? - Ele falava pausadamente com um tom cheio de desprezo.
– Sim. Eu estou atrás de um suposto serial killer. - Ele sorriu.
– Você ficaria muito surpresa… Não! Eu tenho certeza que você VAI ficar surpresa quando souber que encontrou este "suposto" serial killer. E que ele está aqui; na sua frente neste exato momento.
– O que, quer dizer? - Perguntei tentado me convencer de que tinha ouvido errado.
– Ora Clover, não se faça de idiota. Quer ouvir mais alto? EU SOU O SERIAL KILLER!! - Ele gargalhou enquanto observava minha cara de espanto.
– Não, mas…
– Deixa eu te contar uma história… - Ele se arrumou na poltrona. - A minha história. Você estava tão curiosa sobre a minha relação com o meu pai, chegou a hora de descobrir.
Eu não conseguia dizer nada, era como se não só minhas mãos estivessem atadas mas também as minhas cordas vocais.
– A minha família era perfeita aos meus olhos e aos olhos de qualquer pessoa que nos visse de fora. Eu tinha um pai presente, uma mãe divertida e uma avó que estava sempre ali para mim. A gente vivia indo em museus e na nossa casa de campo, a gente era uma família feliz. Até que minha avó ficou doente, acamada, e eu ouvi quando os médicos e os meus pais estavam conversando e o doutor disse que a minha avó não tinha muito mais tempo de vida.
Eu encarava o mesmo ouvindo cada pequena palavra que ele prenunciava, tentando assimilar suas frases que se embaralhavam na minha mente, não sei ao certo se era por causa do sono ou se era porque eu realmente não queria acreditar.
– Tenta imaginar, uma criança de 11 anos que acabou de descobrir que a avó está prestes a falecer. Foi um baque tão grande, eu era cheio de vida mas à partir daí eu chegava na escola e não conversava com ninguém, as únicas pessoas fora a minha família que sabiam sobre a minha avó, eram os meus melhores amigos, Thomas Davies e Matheo Stone. - Arregalei os olhos. - Eles estavam até tentando me animar mas era um trabalho difícil. Nessa mesma época entrou uma nova professora na escola, Marta Styles, todo mundo dizia que ela parecia ser um amor de pessoa, que ela era divertida, autêntica, amorosa. E eu realmente acreditei nisso no começo mas depois, ela se tornou o meu pior pesadelo.

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Vermelho Sangue
Random⚠️ATENÇÃO: Obra +16. Contém linguagem imprópria, palavrões, apologia ao sexo. Temas que tratam de suicídio, depressão, assasinatos e tortura. Caso sinta gatilho, aconselho que não leia, para o seu próprio bem. ...