18. Surpresas

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Sexta - Feira, 4 de setembro de 2020.

 
  A vista era perfeita, eu tinha observado Londres a alguns minutos atrás e nem de longe a vista do meu quarto conseguia ser tão encantadora.

  Andei um pouco mais e fechei os olhos inalando aquele cheirinho bom de chuva, e sentindo a brisa gélida acalentar minha pele.

  Quando abri os olhos de novo tinha um enorme buquê de flores de rosas vermelhas à minha frente:

  – Pra você. Eu não sabia que flores você gostava então escolhi a que mais me lembrava você.

  – São lindas. E você acertou, são minhas preferidas.

  – Que bom. E aí, o que achou da vista?

  – É maravilhosa.

  – Eu achei mesmo que você fosse gostar. Eu percebi que você gosta de vistas da cidade quando você foi no meu apartamento, uma coisa que pareceu chamar a sua atenção assim que você entrou foi a vista, e também teve a hora que eu precisei entrar no meu quarto, o som da sua voz veio de perto da janela. Acho que você tem um carinho grande por cidades.

  – Nossa, você já pôde perceber isso em mim, sendo que a gente só se conhece a alguns dias?

  – Desculpa, eu costumo prestar bastante atenção em quem eu me interesso.

  – Não tem problema. E sim, eu gosto da vista das cidades, excecionalmente à noite. É que é tão engraçado como isso tudo é grande e não representa nem 2% do mundo, me faz refletir sobre o nosso tamanho, somos tão pequenos, mas conseguimos fazer coisas imensas. - Percebi que ele me observava curiosamente. - Quem me dizia isso era a minha avó.

  "Na verdade quem me dizia isso era a minha mãe, mas eu estava em uma situação em que minha mãe, não era minha mãe."

  – Você parece ter uma relação muito boa com ela. Se não for um incômodo responder, ela ainda está viva?

  – Sim. Ela vive pedindo pra mim ir morar com ela no campo mas… olha isso! Olha essa vista. É esse tipo de imagem que me faz fincar os pés no chão e não querer sair da cidade de jeito nenhum.

  – Realmente, a cidade tem um brilho maravilhoso, eu também prefiro os arranha-céus e casarões, mas não deixo de ter um pouco do meu corpo voltado ao campo. Sua avó parece muito sábia, eu gostaria de conhecê-la um dia.

  "Céus! Se isso acontecesse eu estaria fodida!!"

 – Sim, claro. - Dei um sorriso simples.

  – Vamos para a segunda parte da surpresa?

  Ele apontou para algo atrás de mim, me virei e dentro de uma enorme sala com uma enorme parede de vidro, havia um enorme apartamento luxuoso, graças ao vidro foi fácil notar a mesa toda enfeitada como naqueles filmes românticos, com velas e toda aquela luminosidade que lembra o primeiro encontro de um casal apaixonado. Sendo bem sincera, aquilo não era minha praia, mas tenho que admitir que estava tudo muito bonito:

  – Nossa, você pensou em tudo não é? - Olhei para ele e o mesmo esbanjou um sorriso.

  – Uma noite maravilhosa para uma pessoa maravilhosa.

  – Que frase brega. - Demos risada.

  – Vem, vamos entrar. 

  Nós entramos na sala, era diferente do meu apartamento e do apartamento dele, as cores eram mais vibrantes, a que mais predominava o ambiente era a vermelha, presente nas cortinas, almofadas, cadeiras e jarros de plantas, mas também tinha o marrom, preto e branco que deixavam tudo bem equilibrado. Duas das paredes eram de vidro, tanto a que estava atrás de nós como a que estava à nossa frente.

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