Terça-feira, 01 de setembro de 2020.
Enfim em casa.
O Ethan tinha me deixado na porta do hotel, e depois que eu entrei seguiu para a casa dele. Dentro do carro, eu não quis puxar muito assunto e parece que ele percebeu isso porque não falou nada também. Todo o meu silêncio se dava ao escândalo idiota e desnecessário que aquela mulher havia feito na casa do Ethan.
"Porque o porteiro não informou que ela estava subindo?! A é, eles dois namoraram!" Fiz uma cara de nojo. "Nem sei porque estou me incomodando tanto! E onde será que o Ryan está?"
Depois que entrei no apartamento não notei a presença dele, e tenho certeza, que se o mesmo estivesse em casa teria saído do quarto apenas para me encher a paciência, e fazer diversas perguntas como: o por que de eu não ter dormido em casa.
Expulsei todos os pensamentos sobre esses homens da minha mente, inclusive sobre a ex louca psicopata do Ethan, e fui tomar um banho quente e demorado.
Quando saí do quarto, vestida em minha camisola e meu robe preto para tomar um café da manhã, encontrei o Ryan na cozinha sentando em um banco próximo ao balcão, tomando algo que parecia chá. Eu até me assustei, ele foi bem silencioso ao chegar.
– Bom dia. - Falei educadamente, mas não obtive resposta.
"Ok. Se ele não quer falar comigo, quem sou eu para obriga-lo?"
Fui até a o fogão e comecei a procurar os ingredientes para preparar um latte, e algumas panquecas pra mim. O Ryan enquanto isso não parava de limpar a garganta como se quisesse falar comigo mas não quisesse tomar a iniciativa do diálogo, mas eu havia sido muito educada com o meu bom dia, e nem isso ele respondeu.
Depois de um tempo, terminei de preparar meu café, levei o prato com as panquecas e a caneca com o latte para a sala, e enquanto isso o Ryan continuou sentado no mesmo lugar, sem dizer uma palavra se quer.
Quando eu estava para me sentar lembrei dos talheres, não queria ter que sujar a mão para depois tocar no controle remoto, mesmo que fosse muito melhor comer tanto panquecas, quanto pizza apenas com as mãos.
Fui até lá buscar os talheres, e quando me virei para sair senti meu pulso sendo segurado, me virei rapidamente e não tive tempo de me esquivar de Ryan que me surpreendeu com um beijo.
Mesmo que o toque de nossos lábios tivesse durado apenas alguns segundos, eu pude sentir que o beijo dele era uma mistura de pedido de desculpas, suplica e desejo, porém ele teve um fim trágico graças à força que eu coloquei nos braços para empurrar ele para longe, a força foi tanta que ele bateu as costas no balcão e grunhiu de dor.
Me assustei, afinal a minha intenção era afastá-lo e não machucá-lo.
Coloquei os talheres apressadamente em cima do balcão, e olhei para o mesmo perguntando se ele estava bem. O mesmo virou-se para mim com um olhar baixo e atordoado:
– Eu estou bem. Eu mereci isso. Desculpa ter te beijado sem seu consentimento.
– Cara, onde você está com a cabeça?
– Eu gosto de você, tá legal?! E ter que ver você se envolver com esse cara, me deixa com raiva, me deixa com… ciúmes!! - Ele falou aquilo com urgência, eu até me assustei com o tom dele.
– Mas você tem que entender, você não pode colocar…
– Eu sei!! - Ele me interrompeu. - Não posso colocar os sentimentos acima da missão! Mas isso é impossível, visto que eu vejo a mulher que eu amo todos os dias.
"Mulher que eu amo?"
Essas palavras ficaram martelando na minha mente, e suponho que na do Ryan também porque ele não falou mais nada, ficou apenas olhando para baixo. Depois de 2 minutos silenciosos e constrangedores, o Ryan apenas saiu da cozinha me deixando com meus pensamentos confusos.
Eu não conseguia dizer nada. Eu sempre soube que o Ryan gostava de mim, mas eu nunca achei que fosse neste nível. Mas, mesmo que ele realmente me ame, o que eu posso fazer com relação a isso? Eu não amo ele. Pra falar a verdade, na maioria das vezes a presença dele me irrita ao invés de me deixar feliz.
Ele é controlador, não ouve o que os outros tem a dizer, se estressa por qualquer coisa, além de muitas outras características ruins. Não, ele não é pra mim.
Fiquei parada por um tempo, e depois fui tomar o meu café.Mais tarde naquele mesmo dia, recebi uma mensagem do Anthony:
"Olá, Scarlett.
Como você já está ciente, um dos nossos protegidos e vítima de Ethan Cooper, infelizmente está morto. Mas nossa missão não pode parar.
Ainda temos 4 pessoas para proteger e uma para colocar atrás das grades.
E agora chegou a hora de proteger, Marta Styles, a diretora da maior escola particular de Westminster.
O aniversário de 57 anos dela será nessa quinta feira, e mesmo com diversos seguranças que iram cercar o lugar, ainda preciso de uns dos meus dentro daquele recinto.
Ainda hoje mandarei o mapa da mansão Styles, e hoje também a senhorita Edwards estará ai no apartamento de vocês, para levá-los à mais algumas horas de compras.
Fique atenta e boa sorte!"
"Uma diretora?
Eu já sabia quais eram todas as vítimas da lista, mas não dava para fazer nenhuma ligação lógica com elas, como um juiz, um advogado, uma diretora, um empresário de sucesso e um riquinho mimado de 33 anos, podem ter histórias ligadas a um serial killer?
Como prometido, o Anthony me mandou o mapa da casa, quero dizer, mansão Styles, e que mansão em?! Tem de tudo lá dentro, pode ser até considerado um shopping de tão grande.
Além disso às uma hora da tarde, a Susan chegou com um belo sorriso no rosto e muita disposição para comprar novas roupas.
Dentro do carro, já à caminho do shopping, o Ryan não estava falando comigo, não tenho certeza se é por ter empurrado ele ou por vergonha em ter me beijado a força, mas ele não estava falando com ninguém.
– Nossa. - Susan falou depois de muito tempo quieta. - O clima aqui dentro está tão pesado! E aí? O que aconteceu pra vocês estarem brigados?
Mesmo que por um segundo pude perceber que o olhar do Ryan pesou sobre mim, ele queria que eu desse uma resposta.
Pensei rápido e a coisa mas plausível que veio a minha mente foi:
– Nada de mais, apenas brigas diárias. Ele tem deixado o apartamento muito bagunçado ultimamente, e eu gosto de tudo nos conformes.
– Parece até briga de casal. - Susan riu, e eu acompanhei a mesma nas risadas, para que aquela hipótese parecesse idiota.
Já na loja, Susan apareceu com mais um daqueles papéis com muitas e muitas instruções.
O Ryan não estava muito interessado então o primeiro smoking mostrado pra ele, foi embrulhado, e seria levado para casa. Já eu escolhi um vestido azul brilhante, a parte de cima tinha as alças do vestido caídas sobre os ombros, o comprimento ia até o pé, tinha uma abertura na perna esquerda, um decote em v, além de alguns tecidos na parte de baixo, o que dava um ar de maior movimento ao vestido. E como sapato comprei um salto preto com diversas tiras que passavam em volta.
Assim que pagamos, fomos embora.
Agora era só esperar a festa.
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Vermelho Sangue
Acak⚠️ATENÇÃO: Obra +16. Contém linguagem imprópria, palavrões, apologia ao sexo. Temas que tratam de suicídio, depressão, assasinatos e tortura. Caso sinta gatilho, aconselho que não leia, para o seu próprio bem. ...