11. Dorme Aqui...

182 17 5
                                    

Segunda, 31 de agosto de 2020.
 

  Ele estava fazendo o jantar, enquanto eu observava ele andar de um lado para o outro, foi quando meu celular começou a tocar, e eu vi no notificador de chamada que era o Ryan.

  – Eu vou atender rapidinho. - Ele assentiu com um sorriso e eu fui até a entrada da cozinha, não fui muito longe pra não parecer que eu queria esconder algo. - Alô?

  – Scarlett?! Meu Deus eu fiquei preocupado. Te mandei um monte de mensagem e você não respondeu.

  – Eu estava conversando, perdi a noção do tempo.

  – Perdeu mesmo! Já são quase oito horas, você falou que logo-logo estaria em casa. O que aconteceu? Ele te prendeu com uma corrente?

  – Ai Spencer para! Pelo amor, vai se divertir LONGE DO APARTAMENTO e me deixa em paz.

  – Tá, legal. Se você prefere assim.

  Ele desligou na minha cara e eu voltei para a cozinha.

  "Possessivo!"

  – Que cara emburrada é essa? – O Ethan perguntou apoiando as costas na pia.

  – O Spencer, querendo discutir comigo só porque eu ainda não voltei pra casa.

  – Eu tenho a impressão de que ele não gosta muito de mim.

  – Não é isso. É só que ele é muito, protetor.

  – Entendo. Quer me ajudar a fazer o jantar?

  – Ah não. Eu não levo jeito pra cozinha, pode ter certeza. - Dei uma risada curta sentindo a tensão da ligação do Ryan ir embora.

  – Encontrei uma coisa que você não é boa. Mas pra compensar, você é inteligente, bonita, educada, tem um sorriso bonito, é gentil, e é boa em nocautes. - Nos dois rimos. - Você não precisa saber cozinhar, só quero a sua ajuda. 

  – Ok. Mas não briga comigo depois de eu queimar a carne.

  Ele deu uma gargalhada alta que me fez se sentir bem por ter sido o motivo de sua risada. Ao chegar perto do mesmo ele pegou um avental dentro de uma gaveta, e colocou em mim.

  O laço era pra ser feito atrás, só que em vez de ele me virar para amarrar ele me puxou pra perto dele e amarrou com os nossos corpos praticamente colados.

  O cheiro forte que ele emanava veio com um baque, quase que inesquecível e…

  "Meu Deus eu tô maluca!!"

  Ele terminou de amarrar e me deu um sorriso ousado e ladino.

  Eu fiz uma bagunça enorme, e ao em vez de ele ficar bravo e falar pra mim sentar em um canto e não mexer em mais nada, ele ria de cada coisa errada que eu tirava do lugar ou sujeira que eu fazia. Ele parecia uma criança se divertindo com um show de palhaços.

  No final deu tudo certo, tudo o que eu bagunçava ele arrumava e a gente teve uma refeição descontraída, com muita conversa e uma comida bem feita.

  Olhei meu relógio de pulso e levei um susto:

  – Meu Deus 22:40?! A hora tá passando muito rápido. Acho que já vou pra casa. - Falei me levantando.

  – Dorme aqui.

  – Como? - Arregalei os olhos pega de surpresa pela pergunta.

  Não parecia ser certo dormir lá, só havia ficado sozinha com ele por pouco tempo, eu não queria parecer fácil, e ele era o suposto serial killer, mas ainda assim tinha uma voz na minha cabeça que gritava aos quatro ventos para mim aceitar o convite inesperado.

Vermelho Sangue Onde histórias criam vida. Descubra agora