27. Como Uma Criança

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  Quarta - Feira, 9 de setembro de 2020.

  Coloquei um biquíni por baixo de um vestido branco bem leve e um pouco mais transparente, e desci as escadas para encontrar o Ethan na cozinha. O mesmo estava de costas pra mim cortando alguma coisa:

  – Está fazendo o que pra gente comer? - Perguntei entrando na cozinha.

  Ele se virou pra mim com brilho nos olhos, o que só aumentou quando ele olhou para a minha roupa:

  – Quando eu estava na loja comprando as roupas que iria trazer pra você, eu pedi pra vendedora roupas praianas. Essa daí foi a última que ela me trouxe, e era a que eu menos tinha gostado. Mas vendo agora, no seu corpo. Eu agradeço por aquela mulher ter insistido tanto pra trazer esse vestido. - Dei uma risada alta. - Eu estou fazendo bangers and mash e Ale Pie.

  – O que é isso? - Falei me aproximando um pouco. 

  – O primeiro é um salsichão acompanhado de purê de batata, ervilhas e mais alguns ingredientes, já o Ale Pie é uma torta de carne recheada com bacon, cebolas, e costuma vir acompanhado de batata frita. Como eu não sei se você gosta de cerveja eu não coloquei o Ale, mas eu vou deixar do lado do seu prato pra se você quiser colocar por cima da torta.

  – Ale é uma cerveja?

  – Sim. Por isso do nome: Ale Pie.

  – Bom, eu não costumo tomar cerveja, mas eu posso fazer uma exceção apenas para experimentar com a torta. - Ele sorrio pra mim e eu me sentei em uma cadeira próxima. - O que a gente vai fazer nos próximos dias?

  – Jogar sinuca, nadar, fazer trilha, assistir um filme, comer, conversar, dançar, se beijar, dormir agarradinhos, transar…. você que sabe. Opção é o que não falta.

  Ele não queria que aqueles dias fossem cheios de doçura, ele queria fogo, desejo e luxúria.

  – Realmente você pensou em tudo.

  – Eu gosto de ter tudo calculado e sobre controle. Está pronto. - Ele se aproximou e começou a colocar os pratos na mesa. - A cara não está das mais bonitas mas o gosto está divino.

  – Que nada. Você deixou o prato tão bonito, que se eu não estivesse morrendo de fome, nem comeria.

  Ele deu uma gargalhada.

  Nos sentamos e começamos a comer, o Ethan novamente não decepcionou a comida estava com um gosto divino:

  – Nossa você é um excelente cozinheiro!

  – Obrigado vida. - Esse apelido me causava uma sensação quentinha, acalentadora. 

  Depois de comer fomos para a sala de estar, ele se sentou esparramado numa poltrona, a cabeça tombada para trás, as pernas abertas, estava um perfeito pecado com aquela camisa aberta; me sentei um pouco mais longe, mais ainda de frente para ele em um outro sofá, cruzei as pernas e fiquei olhando em volta.

  Passado alguns minutos, vimos pelas janelas que davam para a entrada que um carro preto parou na frente da casa:

  – Devem ser os empregados. 

  De dentro do carro saíram quatro pessoas, um único homem que parecia ter uns 35 anos, duas mulheres branquinhas que pareciam ter de 29 a 30 anos, e uma senhora de pele negra.

  As duas mais jovens entraram conversando animadamente, o homem olhava o capô do carro enquanto a senhora de estatura baixa e corpo gordinho subia as escadas apreciando o sol quentinho. Ela emanava gentileza, e andava com a postura tão ereta que acabava esbanjando uma áurea mais jovem.

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