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Termino de me arrumar e logo pego o celular para chamar o Uber. Hoje era segunda-feira e, antes que perguntem, mandei uma justificativa para a diretora dizendo que precisava buscar minha prima no aeroporto. Odeio faltar à aula, isso é um fato, mas hoje era necessário. Escolhi um macacão camuflado e uma blusa preta, com o cabelo amarrado em um rabo de cavalo bem firme.

Sobre ontem? Definitivamente o melhor encontro da minha vida. Depois do nosso beijo na praia, ficamos mais um tempo por lá, aproveitando o momento, e depois voltamos para casa. Ele ainda ficou um tempo comigo, conversamos, assistimos a algumas coisas e, claro, nos pegamos também, né.

Quando o Uber chega, entro no carro e fico mexendo no celular até chegarmos ao aeroporto. Antes de ir para a sala de desembarque, pego uma plaquinha e escrevo o nome da minha prima. Eu sei que ela vai saber que sou eu, mas gosto de fazer isso, torna tudo mais divertido. O motorista estaciona na frente do local e eu logo saio, pagando a corrida.

Começo a andar pelo aeroporto em direção à sala de desembarque, mas no meio do caminho decido parar em uma lanchonete para comprar algo para comer. Saí muito cedo de casa e nem tive tempo de tomar café. Peço um misto-quente e um café puro e como ali mesmo, já que ainda ia demorar um tempinho para Jasmim desembarcar.

Assim que termino, recebo uma mensagem dela avisando que já desembarcou. Ando até a sala de desembarque e pego a plaquinha com o nome dela, ansiosa para esse novo capítulo da nossa vida. Como será ter minha prima morando comigo? Será tão incrível quanto eu imagino? Meu coração acelera um pouco com essa expectativa.

Olho ao redor e, de repente, vejo uma garota loira de cabelos encaracolados, vestindo um vestido azul claro florido e um tênis branco. Ela carrega uma mala enorme—maior do que ela, para falar a verdade—e olha ao redor procurando por mim.

Ela demora um pouco para me encontrar, mas, quando vê a plaquinha, abre um sorriso gigante, dá uns pulinhos animados e, sem hesitar, sai correndo na minha direção.

— AAAAAAA! — grita, me abraçando com força. Definitivamente, não tem um pingo de noção do volume da voz dela. — Estava com saudades!

— Eu também, sua maluca! — a aperto mais no abraço e depois a solto. — Como foi a viagem?

— Foi ótima! Tirando a parte em que eu quase tive um treco quando o avião subiu... — Ela faz uma careta exagerada e depois ri, pegando a mala e trazendo para perto de nós.

— Ah, que bom! Eu tô muito feliz que você está aqui. — Meu sorriso se alarga e ela olha ao redor com curiosidade.

— O que você está procurando, dona Jasmim? — arqueio as sobrancelhas, desconfiada.

— Eu? — Ela coloca a mão no peito, fingindo inocência. — Nada...

Semicerro os olhos, desconfiada, e ela suspira.

— Tá, me pegou — levanta as mãos em rendição. — Cadê o seu boy supremo? — pergunta com um sorriso malicioso.

— Você não presta — nego com a cabeça, rindo. — Ele tá no estúdio com a banda.

— Você não negou, então quer dizer que a coisa ontem foi boa... — Ela me encara, provocativa.

Sorrio e sinto minhas bochechas esquentarem.

— Foi muito boa. — Admito, e ela solta um gritinho animado antes de começar a pular.

— Ok, parou! — Seguro seus ombros, tentando contê-la. — Chega de surto.

— Aff, chata — ela faz um biquinho e mostra a língua, bem madura.

Pegamos suas malas e vamos para fora do aeroporto chamar um Uber.

— Então me fala, quando começam suas aulas? — pergunto, enquanto confirmo a corrida pelo celular.

— Já tenho que ir para a escola amanhã — ela faz uma cara triste e joga a cabeça para trás. — Tenho que resolver minha matrícula e tudo mais... Aqui as coisas acontecem muito rápido.

— Você não viu nada ainda. — Rio, e logo o Uber chega.

Colocamos todas as malas no carro e partimos para minha casa. O caminho foi silencioso, já que Jasmim estava exausta e acabou cochilando durante o trajeto. Quando chegamos, a acordo com cuidado. Tiramos as malas do carro e eu logo pago o motorista. Enquanto eu caminho normalmente para dentro de casa, ela praticamente se arrasta de tanto sono.

— Nossa! — Ela para em frente à casa, arregalando os olhos. — Que casa linda! Você arrasou.

Sorrio, destranco a porta e entramos. Ela coloca as malas na sala, observando tudo ao redor com interesse.

— Vem, vamos deixar logo suas coisas no quarto. Aí você toma um banho, come e dorme. — Digo, colocando a chave da casa e minha bolsa na mesinha de centro.

— Tá bom, mãe — ela responde debochada, revirando os olhos. Eu só rio.

Levamos suas malas para o quarto dela. Como estava cansada demais, decidiu arrumar tudo depois de dormir um pouco. Enquanto ela tomava banho, fui para a cozinha preparar algo para comermos. Depois, subi para o meu quarto e tomei meu próprio banho. Vesti algo mais confortável para ficar em casa: um top branco, um short jeans claro curto e um moletom preto por cima.

Quando desço, encontro Jasmim jogada no sofá, olhando para o teto como se estivesse refletindo sobre a vida.

— Ei, vamos comer — a chamo, e ela se levanta com pressa. Rimos juntas enquanto vamos para a cozinha.

— Então... — Ela dá uma mordida na tapioca, apreciando cada pedaço. Meu Deus, sou grata todo dia por aqui ter um supermercado que vende comida brasileira. — Quando vou conhecer minha cópia e o meu cunhado?

Dou risada. A "cópia" dela era Ashley. Depois que falei sobre Ash, Jasmim cismou que as duas eram idênticas na vibe. O pior? Não era mentira.

— A Ashley está trabalhando hoje. Não sei que horas vai chegar. Quando os fotógrafos a pegam para tirar fotos, já era... — Rimos. — E, primeiro: eu e o Corbyn não namoramos para ele ser seu cunhado.

— Mas ele vai ser. Isso já é um fato. — Ela dá de ombros.

— Segundo: não sei. Geralmente, ele só aparece aqui do nada. Isso já virou uma marca dele. — Sorrio ao lembrar.

— Alguém aqui está apaixonada! — cantarola, me provocando.

— Ei, peraí! Apaixonada não. — Levanto um dedo, séria. — Ainda estamos nos conhecendo. Não chegamos nesse nível.

— Mas vão. — Ela fala com tanta certeza que chega a me desconcertar. — Cara, vocês são tão lindos juntos que, se não derem certo, eu não acredito mais no amor.

— Olha o drama! — Falo, rindo.

— Beleza, eu vou ver vocês dois juntos e aí a gente conversa. — Ela faz uma cara convencida.

— Ok, senhorita "Eu tô sempre certa". — Ela dá de ombros. — Mas agora você vai dormir e eu vou fazer uma atividade da faculdade. Depois, cama pra mim também. Acordei super cedo... — Faço uma careta de cansaço, e ela concorda, subindo para o quarto.

Definitivamente, vai ser interessante ter Jasmim morando comigo.

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