Acordo sentindo a minha cabeça latejar um pouco, a luz da janela toma conta da minha visão fazendo eu fechar os olhos novamente. Ontem, acabei passando a noite chorando depois que cheguei em casa, até o sono me pegar e eu apagar sem perceber.
Vê-la daquele jeito me dói tanto, ver seu estado, não poder conversar com ela sobre o que eu estou sentindo, não poder ouvir os seus conselhos, é uma dor inexplicável. Sempre fomos muito próximas, sabemos sobre tudo uma da outra, somos como irmãs, até nós considerávamos gêmeas por ter tantas coisas parecidas uma com a outra.
Me sento na cama e pego o meu celular para ver o horário, eram onze horas da manhã, até entendo ter acordado agora, quase não durmo ontem. Me levanto indo até o banheiro fazer minhas necessidades, escovo os meus dentes e lavo o meu rosto tentando afastar a expressão de acabada, só que essa parte era meio impossível de disfarçar.
Escuto umas batidas na porta do quarto e saio do banheiro indo em direção a cama novamente.
- Pode entrar - me sentando na cama com pernas de índio, colocando a colcha em minhas pernas, Califórnia era bem fria quando queria.
- Oi - Rafa passa pela porta com um olhar de consolo e um leve sorriso no rosto.
- Oi - lhe devolvo um sorriso fechado de lado. Ele senta na cama perto de mim e entrelaça nossas mãos.
- Como está se sentindo? - pergunta passando o polegar levemente na parte de trás da minha mão, encaro por um tempo o local suspirando.
- Eu não sei - impresso os meus lábios fechando os olhos com força - só dói muito tudo isso, dói em pensar que ela está em uma cama de hospital e eu não posso fazer nada, dói pois eu sei que está doendo nela e eu não posso fazer nada pra parar a dor, dói ver meus amigos brigando por uma situação que no momento não deveria ter tanta relevância - falo tudo sem consegui segurar o choro e ele me abraça.
- Tudo vai ficar bem - fala no meu ouvido - ela vai ficar bem, logo vai está aqui de novo nós expulsando do quarto falando: "Muito novos pra ficarem em um quarto sozinhos, vão pra sala ou deixem a porta aberta" - imita a voz dela me fazendo rir um pouco em meio ao o choro - se lembre que você não está sozinha ok? Não vou sair do seu lado, nem que você me expulse daqui a ponta pés - rimos - não vou te abandonar.
- Obrigada - minha voz sai em forma de sussurro.
- Não precisa agradecer - beija minha bochecha e se deita na cama, me fazendo se deitar também com a cabeça em seu peito - quero te ver sorrir, então me diz uma história engraçada de vocês duas, aquela que você rir só de lembrar.
- Nossa - rio um pouco - quando éramos bem mais novas, gostávamos muito de ler, ainda gostamos hoje em dia, mas não tanto como antes - começo a mexer em um colar seu que é faz par com o meu, desde que completamos um anos de namoro, o meu era uma chave e o dele um cadeado.
- Bom isso é bem claro, já que querem uma casa com uma sala apenas para livros - rir um pouco.
- Vai ser lindo, isso se ela não se casar antes. Se bem que eu não duvido que ela ainda construa essa sala só pra nós duas - rimos - a gente criava nossas próprias histórias, com coisas que gostaríamos que acontecesse em nossas vidas, até o que não queríamos que acontecesse, tinha lá - suspiro - também somos apaixonadas pela Marvel, então nas histórias éramos heroínas ou fazíamos parte do elenco da Marvel.
- Uau, devo admitir, isso devia ser divertido, é como brincar quando criança imaginando ser um herói, só que escrevendo.
- Verdade - sorrio - ela tinha a sua história e eu a minha. Quando uma não tinha ideia pra sua, íamos pedir idéias uma a outra. Teve um dia que a história dela era pra ter uma cena de briga, bate boca, então começamos a encenar a cena, no fim sempre acabava em crises de risos e minha tia perguntando se estávamos bem - rimos - parecia que estávamos bêbadas, sem beber.
- Meu Deus - fala rindo.
- Juro - me viro pra ele colocando os cotovelos na cama o encarando - se a gente conhecesse os atores que a gente colocava nessas histórias, com toda certeza iríamos começar a rir sem parar, ia ser constrangedor - rimos mais um pouco e eu paro por um tempo abaixando o meu olhar, respirando fundo.
- Ei - toca a minha bochecha e eu o olho - vão poder rir muito disso ainda, juntas, não duvide disso pequena.
- Eu sei, é só que - passo as mãos entre os meus cabelos - tenho medo que ela não acorde, que a perdemos sem nem perceber.
- Bom, eu fiquei sabendo que ela é bem forte e bem cabeça dura quando quer - sorrio - tenho certeza que vai dá um pé na bunda do coma e vai voltar pra nós, afinal ela é minha irmã mais velha perdida esqueceu? Duvido que vai me deixar crescer sem ela - indaga.
- Ela te fez prometer que ela entraria com você na sua formatura da faculdade - ele sorrir - ela é bem insistente.
- Até demais - rimos.
Recebo uma mensagem no celular e me estico pegando o mesmo da cômoda. Vejo quem a enviou e desligo. Encaro o celular, tentando decidir se devo ou não responde, se ele merece o meu voto de confiança depois do que aconteceu.
- O que foi? - Rafa pergunta e se inclina vendo a mensagem que chegou em meu celular.
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Segundo pai chato 🤍
*Oi, sei que não quer me ver agora, mas eu preciso explicar o que realmente aconteceu pra você, não quero te ter longe logo agora*
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- O que acha? - pergunto encarando o meu namorado.
- É complicado tudo isso - suspira passando a mão no cabelo - mas eu lembro de uma frase da S/a, que se encaixa bem nessa situação.
- "Não vai se resolver com alguém se não conversarem, da uma de orgulhosa, não leva a nada" - falamos juntos.
- Ela não tá errada - ele completa e eu encaro o celular mais uma vez respirando fundo - olha - pega o celular da minha mão o colocando encima da cômoda novamente - você não está bem agora não é? - assinto - então o responde depois, sei que vão se resolver de alguma forma - assinto e lhe do um selinho.
- Obrigada por está aqui.
- Já disse, não precisa agradecer - coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.
- Você é perfeito pra mim.
- E você é perfeita pra mim - ele sorrir e me beija.
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•Paixão Inesperada•
RomanceSua vida pode mudar muito com uma simples escolha, imagina uma viagem! S/n uma jovem de 20 anos se muda para a Califórnia, para realizar sua tão sonhada faculdade de psicologia. Mas ela não imaginava que uma conversa com o seu vizinho, poderia mudar...