2.12🦋

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- Dói pensar que você está nessa cama de hospital por minha causa - aperta um pouco minha mão e levanta levando ela a sua boca, deixando um beijo alí. Mas minha mão ainda permanece encostada em seus lábios e eu posso sentir água escorrer por ela.

São lágrimas dele

- Quando voltamos naquele dia, eu prometi a você, eu prometi - minha mão repousa novamente na cama e o moreno toca meu rosto - Eu disse que não ficaria longe de você de novo por muito tempo, que não te magoaria mais e olha o que eu fiz - sua voz está entre cortada.

Eu queria te abraçar, dizer que está tudo bem e que eu vou ficar bem.

Da última vez que brigamos de verdade, quase terminamos. Não por causa do tempo longe ou a distância, mas por ele ter ficado distante de mim, frio, não sabíamos mais como conversar pois ele não dava mais espaço para isso, sempre que eu tentava uma conversa sobre nossa relação, ele dizia que estava ocupado ou que precisaria sair para resolver algo sobre os shows. Aquela situação já estava insustentável para mim, foi naquele momento que eu disse que tínhamos que terminar.

Flashback on:

- Corbyn, eu quero terminar - encosto na cabeceira da cama passando uma mão no cabelo já que a outra estava o telefone. Escuto sua respiração falhar um pouco.

- O que? Por quê? - suspiro.

- Não da mais pra continuar assim - fungo - Isso tá acabando com a minha saúde física e mental, isso não tá mais dando certo.

- Você tá dizendo que eu tô acabando com você?

- Eu tô dizendo que suas atitudes estão me fazendo mal - me levanto começando a andar pelo quarto - Corbyn, não nós vemos a quatro meses, não que isso seja um problema gigantesco pois é o seu trabalho e não sabe o tanto que eu fico feliz com tudo que você está conquistando. Mas você está frio comigo, o meu namorado está frio comigo e isso afeta diretamente meu emocional e em tudo em minha vida, isso está acabando comigo - ele não se atrevia a falar nada, escutava apenas sua respiração através do celular e soluços de quem estava chorando - Eu te amo Corbyn Besson, mas infelizmente te amar está me machucando - não escuto nada na ligação além da sua respiração, então resolvo desligar.

Jogo o celular na cama e me sento no chão bruscamente me encostando na cama. Meu corpo treme com o choro doloroso que saí da minha boca, meu coração dói a cada lembrança juntos que tenho em minha mente e que insiste em ser relembrada com algum tipo de conforto a minha dor, mas não é, só faz eu me odiar mais por está longe dele, por não termos nós resolvido e ter chegado a isso.

Durante esses quatro meses, passei a acreditar que somos ligados de alguma forma, que não importa o que aconteça vamos ter sempre um ao outro, mesmo longe, mesmo separados. Ele me permitiu realmente sentir o que era ser amada de verdade e mesmo sem saber o motivo de ter o perdido durante esses meses, acho que nunca conseguiria o odiar, pois o amor é mais forte que o ódio.

Tenho que te deixar ir. Se sente preso a mim, não está mais.

Levanto do chão e me deito na cama agarrando meu travesseiro. Minha mente está um turbilhão de pensamentos e só o que quero fazer agora é chorar até dormir.

[...]

Acordo com a campainha tocando xingo minha prima mentalmente por não está em casa. Pego o celular que está quase caindo da cama, e vejo que já são quase dez da noite. Dormir demais.

Me levanto e tento fazer um coque no cabelo, que não fica a coisa mais linda do mundo, mas dá pró gasto. Me olho no espelho no corredor pra ir em direção a escada e suspiro vendo meu estado, olhos inchados e vermelhos. Desço as escadas rapidamente, já que a pessoa que está na porta não está nem aí se quebrar a campainha. Abro a porta bruscamente já pronta para xingar a pessoa, mas paro quando vejo quem é.

- Corbyn? - em suas mãos estava um buquê de girassóis e eu podia ver seus olhos também vermelhos e sua respiração descompassada - O que tá fazendo aqui?

- Peguei o primeiro avião que consegui - dispara - Eu não quero te perder, e muito menos quero que me deixe ir. Eu fui um babaca durante esses meses e eu nunca vou me perdoar por ter feito você passar por isso, por ter feito você chorar, por não está aqui e ainda me torna frio com você.

- Corbyn - o interrompo e toco em seu braço - Entra - ele engole em seco e eu do espaço para o moreno entrar. Pego o buquê em suas mãos e deixo na cozinha. Quando volto pra sala, o moreno está sentado com os braços apoiados em suas pernas que não param quietas em nenhum momento. Me sento ao seu lado um pouco afastada - Pode falar.

- Durante esse tempo longe, fiquei com medo de te perder, que por está longe, você poderia encontrar alguém que te desse o carinho que eu não estava podendo dá por está sem tempo.

- E achou que ficar sem falar comigo resolveria algo? - esbravejo.

- Achei que se eu te deixasse primeiro doeria menos - levanto as sobrancelhas incrédula - Eu sou um idiota e babaca, eu te amo e achei que se eu te deixasse ir, sem nada lhe prendendo a mim, as coisas seriam menos dolorosas e você se sentiria livre.

- Corbyn, amar você não é se sentir presa, amar você não é uma obrigação para mim - chego mais perto tocando seu rosto - Amar você é o sentimento mais lindo que eu poderia sentir, pois amar alguém e ser recíproco é uma alegria imensa e eu jamais me sentiria presa por ser amada - passo o polegar por sua bochecha - Estávamos fazendo a mesma coisa - ele franze o cenho - Eu achei que se a gente terminasse, você poderia fazer seus shows e aproveitar sua carreira em paz sem se sentir preso a mim.

- Como se amar você fosse algum tipo de obrigação para mim - repete minha fala e sorrir - Eu jamais quero que sinta que é um peso em minha vida - toca minha cintura e me puxa para sentar em seu colo com as pernas em cada lado de sua cintura - Prometo não fazer mais isso está bem? Prometo não te magoar mais - assinto e sem nem pensar mais em nada, lhe beijo matando toda saudade.

- Sem promessas - falo saindo do beijo - Promessas podem ser quebradas, só faça - assente passando a meu pelo meu rosto apertando minha cintura - Pegou um vôo assim que desliguei?

- Sim - rimos - Tenho um dia inteiro com você, é o máximo que os meninos conseguem enrolar o nosso empresário.

- Vocês são malucos - rimos e lhe beijo novamente.

Seu aperto em minha cintura fica mais forte, me fazendo arranhar sua nuca.

Flashback off:

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