Eu e as meninas fomos pro cinema assim que saímos da clínica, resolvemos que iríamos assistir algum filme de ação e depois de tanta insistência da Jas, escolhemos assistir jogo vorazes, mas devo admitir, era muito bom. Não sou muito fã de filmes de ação, não me leve a mal, eu até gosto, só não sou fã. As meninas insistem pra eu assistir os filmes da Marvel, e são ótimos.
Quando o filme estava já quase no final, o meu celular não parava de vibrar no bolso, já que no cinema não pode haver interrupção durante as sessões, devemos desligar ou silenciar os celulares, no meu caso eu só silêncio mesmo, culpa da S/a, ela me deixou paranoica com esse negócio de celular desligado.
Segundo ela, não era bom desligar o celular, era como se desligar do mundo e se alguém quiser falar urgentemente com você? Ou estiver precisando de você? Ou algum parente seu morrer? Enfim paranoica.
Como o celular não parava de vibrar, resolvi sair da sala, avisando as meninas que iria ver o que estava acontecendo pra pessoa não parar de me ligar. Pego o celular saindo da sessão, vejo um número desconhecido por mim, estranhei pois fazia pouco tempo que eu tinha chegado alí, e não conhecia muitas pessoas. Clico em atender.
Ligação on:
- Alô?
- É a senhorita Maya? - Maya era meu sobrenome, achava um pouco estranho quando alguém me chamava assim, geralmente era em casos formais.
- Sim, pois não?
- Aqui é do hospital Santiago - meu coração acelera - meu nome e Clara, recepcionista.
- O que aconteceu? - pergunto assustada.
- Estou ligando pois a senhoria S/n Moon sofreu um acidente - a notícia vem como um tiro no meu peito. Coloco a mão na boca tentando abafar o meu choro. Vou até um banheiro ali perto procurando passar uma água no rosto para não passar mal - esse era o primeiro número que tinha na sua lista de emergência pra ligarmos.
- Como aconteceu? Me diz por favor, me fala que ela tá bem - falo em um fôlego só apertando a barra da minha blusa.
- Ela no momento está na UTI, senhorita - escuto um suspiro - o estado dela é grave - me encosto na parede com a mão na boca chorando sem parar, por favor Deus, que ela fique bem - aconselho que venha ao hospital.
- Estou indo - desligo com as mãos tremo-las, sem conseguir segurar o choro.
Ligação off:
Eu não posso perder ela, por favor Deus eu não posso perder ela. Sempre fomos muito grudadas desde criança, crescemos juntas, quando uma estava mal a outra tava lá pra enfrentar tudo juntas, até mesmo quando não morávamos mais na mesma cidade, o tempo e a distância nunca teve poder sobre a gente.
Sua maluquice me animava quando eu estava mal por algo na minha família, ela me ajudava até quando não sabia. Pego o celular tentando mandar uma mensagem pra Jas ou pra Júlia, mando pra ruiva e ligo em seguida pra ela ver a mensagem.
*Venham ao banheiro por favor*
Não demorou muito pras duas passarem pelas portas do banheiro preocupadas, quando me viram ali no chão chorando me abraçaram o mais rápido possível me perguntando o que tinha acontecido. Sinceramente eu não sabia o que falar, eu só sabia chora, e tinha medo das suas reações, com certeza seria a mesma que a minha.
- Vamos ao hospital - falo com dificuldade - a S/a sofreu um acidente - Jasmim me larga se sentando no chão em choque.
- O que? Me diz que não é verdade por favor - ela fala com as sobrancelhas levantadas e ficando com os olhos vermelhos - Quel - diz baixo, ela me chamava assim quando precisava de uma abraço ou de carinho.
- Raquel, por favor me explica isso melhor - a morena a minha frente pergunta em choque - por favor - ela não chorava, mas sei que em algum momento ela desabaria.
- Ei - seguro com as duas mãos no rosto da Jasmim - vai ficar tudo bem ok? Temos que ir no hospital agora saber como ela está - olho pra Júlia respirando fundo - vou te explicar no caminho, saberemos mais quando chegarmos lá, ok? - ela assente se levantando e dando a mão pra Jas se levantar também, de alguma forma eu tinha que ser forte alí, mesmo que eu estivesse muito quebrada agora.
Chamamos a Ashley pra nós buscar no cinema, não conseguimos chamar um Uber, nenhuma das três estavam conseguindo se concentrar em nada, nossa sorte é que ela tava saindo da casa do namorado e aceitou vim nos buscar assim que ouviu o meu tom de voz.
- Ei - vai até Jas a abraçando - o que aconteceu gente? Por que estão assim? - vou até o seu carro abrindo a porta do passageiro.
- É melhor eu não falar agora Ash, quando chegarmos lá eu explico, tudo bem? - sabia que se eu falasse algo agora ela ficaria do mesmo estado que a gente, então é melhor ficar calada até lá.
A loira me encara por um tempo, mas logo assente entrando no banco do motorista, entramos no carro e ela começa a dirigir até o hospital. O caminho inteiro eu rezava para a S/n não morrer, pra ela ficar bem. Estava prestes a realizar seus sonhos, eu só pedia pra que Deus não a levasse, porquê eu ainda preciso dela aqui, nós precisamos dela aqui.
Quando a Ash estaciona na frente do hospital eu sou a primeira a pular do carro indo até a recepção, com as meninas me acompanhando.
- Oi, sou a garota que você ligou a pouco tempo - falo com a recepcionista.
- Senhorita Maya? - assinto.
- Eu quero saber da minha amiga, como ela está? - minha respiração estava desregulada.
- Não tenho muitas informações no momento, mas ela está em cirurgia agora.
- Tem alguma informação do estado dela? - Júlia pergunta se pondo do meu lado.
- Ela perdeu muito sangue, os médicos estão fazendo o possível, só resta aguardar agora - seu semblante era de pena por ver como estava nossa situação.
- Pera ai - Ashley fala - de quem vocês estão falando? - olha em volta tentando raciocinar e para o olhar em mim - onde está a S/a? - sua voz falha um pouco.
- Ash vem - pego sua mão fazendo a mesma se sentar nas cadeiras da recepção - eu sei que é difícil, a como é, mas temos que ser fortes agora ok? Por ela - olho pra Jas que está abraçada com a Júlia chorando - a S/a sofreu um acidente - seu semblante é de choque, logo mostrando lágrimas caindo.
- Aí meu Deus - ela me abraça e chora nos meus ombros me fazendo chorar junto.
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•Paixão Inesperada•
RomansaSua vida pode mudar muito com uma simples escolha, imagina uma viagem! S/n uma jovem de 20 anos se muda para a Califórnia, para realizar sua tão sonhada faculdade de psicologia. Mas ela não imaginava que uma conversa com o seu vizinho, poderia mudar...