Valentina.
O Liam pediu um tempo e assim eu fiz. Passei horas naquele bangalô admirando o mar e toda aquela calma que ele nos trás. Quando olhei no relógio, vi ser três da manhã e eu não queria ficar ali mais, eu estava com sono.
Pego minhas coisas do bangalô e descalça entro no hotel, subo pelo elevador e entro no quarto.
O quarto estava inteiramente escuro e eu conseguia me localizar somente pela luz da lua entrando pelas portas da varanda. Era visível a quantidade de coisas no chão e para olhar melhor liguei as luzes.
Estava tudo destruído. Metade do quarto foi à baixo. Havia roupas, caco de vidro, os abajures que haviam nas mesinhas de cabeceira estavam destruídos e ao encarar o chão, vi alguns pingos de sangue por todo piso.
Coloco as sandálias que eu estava na mão em meus pés para que não me cortasse e corro para o banheiro, mas acabo encontrando a cena mais apavorante de toda a minha vida.
Ele estava ali. Desmaiado com as duas mãos sangrando e algumas escoriações no abdômen. Corro até ele e começo a tentar acorda-lo, mas sem sucesso.
Olho rapidamente para a pia dupla do banheiro e vejo uma caixa com remédios de vários tipos. Sei que ele toma alguns por conta do TEI, mas sei que não são todos esses.
Volto para o quarto e ligo para a recepção desesperada:
- Recepção do hotel xxx, como posso ajudar?
- Emergência no quarto 2006! Você pode por favor ligar para uma ambulância? - pergunto em desespero.
- Claro, senhorita! Há um médico aqui no hotel, posso pedir para ele subir?
- Se ele puder ajudar, sim.
- Ok, vou ligar para a ambulância e em cinco minutos o médico do hotel estará aí no seu quarto. - explica.
- Muito obrigada! - desligo o telefone e volto correndo para ficar com o Liam.
Eu estava preocupada. Quando namoravamos o Liam tinha algumas crises do TEI porque ele ainda não tomava os remédios, mas em nenhuma dessas crises vi ele nesse estado como está agora.
- Liam, meu amor... acorda. - peço em seu ouvido. - Eu amo você. Preciso de você aqui comigo. - sinto meus olhos encherem de lágrimas.
Passei exatamente cinco minutos abraçada com ele ali no chão, mas me afasto para olhar quem havia entrado no quarto.
- Com licença. - um homem com um suéter azul escuro entra. - Sou o Dr. Rodríguez e o recepcionista pediu para eu tentar ajudar vocês. - ele diz simpático.
- Doutor, a sua ajuda é muito bem vinda! - levanto do chão e o cumprimento.
- Quero que você me conte tudo o que aconteceu enquanto o examino.
- Certo. Nós estávamos na praia, ele pediu para ficar um tempo sozinho e subiu para o nosso quarto. Eu passei cerca de mais quatro horas lá na areia e quando estava começando a ficar cansada decidi subir para descansar, mas quando cheguei aqui, estava tudo escuro e havia uma grande bagunça no chão como o senhor viu assim que entrou. Vi que havia algumas manchas de sangue no chão e corri para o banheiro, encontrando ele assim. - tento explicar da melhor maneira possível.
- Ele tem alguma doença, síndrome ou algum transtorno?- pergunta.
- Ele tem transtorno explosivo intermitente.
- A não tão famosa síndrome de Hulk. - ele balança a cabeça em sinal de confirmação para si mesmo. - Ele toma algum remédio para evitar surtos como esse?
- Sim, ele toma Paroxetina, Escitalopram e carbamazepina. - falo o nome dos remédios que lembro dele falando.
- Dois antidepressivos e um para alteração de humor. - o doutor fala e se levanta. - Aquilo ali são os remédios que ele tomou para tentar se controlar? - aponta para a caixinha que eu havia notado quando entrei no banheiro.
- Provavelmente. - digo preocupada.
O doutor Rodriguez se aproxima da caixinha e pega remédio por remédio para analisa-los.
- Quase todos os remédios que estão aqui podem causar overdose. - ele constata. - Precisamos fazer exames nele no hospital, porque por fora pode parecer que " está tudo bem ", mas por dentro não temos como saber sem os exames. - E nessa hora entram os socorristas no quarto.
Eles vão até o Liam, o colocam na maca seguindo os procedimentos corretos e vão para a ambulância lá embaixo. Pego minha bolsa com os meus documentos e com os documentos do Liam que encontrei dentro de sua carteira e desço atrás dos socorristas.
A minha preocupação só aumentava e a única coisa que passava na minha mente era " ele precisa ficar bem. "
♡.
N/A:
aí gente... 😔😢 tadinho do Liam, né?
Essa síndrome do Liam é real e precisa ser tratada!
Estão gostando? ( educadas respondem )
Beijos de luz ⭐
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LIAM #8 - DOIDAS POR UM TERNO NOVA ERA
Teen FictionLIVRO 8 DA SÉRIE DOIDAS POR UM TERNO! 🇧🇷 SP / BR Liam é o gêmeo mais novo da família Magalhães. Nasceu com uma síndrome conhecida por TEI ( temperamento explosivo intermitente ) e após algumas decepções amorosas, ele tomou a decisão que mudou a...