23. Estragos.

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Valentina.

O Liam pediu um tempo e assim eu fiz. Passei horas naquele bangalô admirando o mar e toda aquela calma que ele nos trás. Quando olhei no relógio, vi ser três da manhã e eu não queria ficar ali mais, eu estava com sono.

Pego minhas coisas do bangalô e descalça entro no hotel, subo pelo elevador e entro no quarto.

O quarto estava inteiramente escuro e eu conseguia me localizar somente pela luz da lua entrando pelas portas da varanda. Era visível a quantidade de coisas no chão e para olhar melhor liguei as luzes.

Estava tudo destruído. Metade do quarto foi à baixo. Havia roupas, caco de vidro, os abajures que haviam nas mesinhas de cabeceira estavam destruídos e ao encarar o chão, vi alguns pingos de sangue por todo piso.

Coloco as sandálias que eu estava na mão em meus pés para que não me cortasse e corro para o banheiro, mas acabo encontrando a cena mais apavorante de toda a minha vida.

Ele estava ali. Desmaiado com as duas mãos sangrando e algumas escoriações no abdômen. Corro até ele e começo a tentar acorda-lo, mas sem sucesso.

Olho rapidamente para a pia dupla do banheiro e vejo uma caixa com remédios de vários tipos. Sei que ele toma alguns por conta do TEI, mas sei que não são todos esses.

Volto para o quarto e ligo para a recepção desesperada:

- Recepção do hotel xxx, como posso ajudar?

- Emergência no quarto 2006! Você pode por favor ligar para uma ambulância? - pergunto em desespero.

- Claro, senhorita! Há um médico aqui no hotel, posso pedir para ele subir?

- Se ele puder ajudar, sim.

- Ok, vou ligar para a ambulância e em cinco minutos o médico do hotel estará aí no seu quarto. - explica.

- Muito obrigada! - desligo o telefone e volto correndo para ficar com o Liam.

Eu estava preocupada. Quando namoravamos o Liam tinha algumas crises do TEI porque ele ainda não tomava os remédios, mas em nenhuma dessas crises vi ele nesse estado como está agora.

- Liam, meu amor... acorda. - peço em seu ouvido. - Eu amo você. Preciso de você aqui comigo. - sinto meus olhos encherem de lágrimas.

Passei exatamente cinco minutos abraçada com ele ali no chão, mas me afasto para olhar quem havia entrado no quarto.

- Com licença. - um homem com um suéter azul escuro entra. - Sou o Dr. Rodríguez e o recepcionista pediu para eu tentar ajudar vocês. - ele diz simpático.

- Doutor, a sua ajuda é muito bem vinda! - levanto do chão e o cumprimento.

- Quero que você me conte tudo o que aconteceu enquanto o examino.

- Certo. Nós estávamos na praia, ele pediu para ficar um tempo sozinho e subiu para o nosso quarto. Eu passei cerca de mais quatro horas lá na areia e quando estava começando a ficar cansada decidi subir para descansar, mas quando cheguei aqui, estava tudo escuro e havia uma grande bagunça no chão como o senhor viu assim que entrou. Vi que havia algumas manchas de sangue no chão e corri para o banheiro, encontrando ele assim. - tento explicar da melhor maneira possível.

- Ele tem alguma doença, síndrome ou algum transtorno?- pergunta.

- Ele tem transtorno explosivo intermitente.

- A não tão famosa síndrome de Hulk. - ele balança a cabeça em sinal de confirmação para si mesmo. - Ele toma algum remédio para evitar surtos como esse?

- Sim, ele toma Paroxetina, Escitalopram e carbamazepina. - falo o nome dos remédios que lembro dele falando.

- Dois antidepressivos e um para alteração de humor. - o doutor fala e se levanta. - Aquilo ali são os remédios que ele tomou para tentar se controlar? - aponta para a caixinha que eu havia notado quando entrei no banheiro.

- Provavelmente. - digo preocupada.

O doutor Rodriguez se aproxima da caixinha e pega remédio por remédio para analisa-los.

- Quase todos os remédios que estão aqui podem causar overdose. - ele constata. - Precisamos fazer exames nele no hospital, porque por fora pode parecer que " está tudo bem ", mas por dentro não temos como saber sem os exames. - E nessa hora entram os socorristas no quarto.

Eles vão até o Liam, o colocam na maca seguindo os procedimentos corretos e vão para a ambulância lá embaixo. Pego minha bolsa com os meus documentos e com os documentos do Liam que encontrei dentro de sua carteira e desço atrás dos socorristas.

A minha preocupação só aumentava e a única coisa que passava na minha mente era " ele precisa ficar bem. "

♡.

N/A:

gente... 😔😢 tadinho do Liam, né?

Essa síndrome do Liam é real e precisa ser tratada!

Estão gostando? ( educadas respondem )

Beijos de luz ⭐

LIAM #8 - DOIDAS POR UM TERNO NOVA ERAOnde histórias criam vida. Descubra agora