24. Culpa.

3.5K 318 7
                                    

Liam.

Acordo naquele quarto triste de hospital, eu sabia o motivo de estar aqui. Após anos sem surtar dessa forma, ontem eu explodi.

Como sei que foi ontem? O dia está claro e luz que entra das janelas do quarto fazem meus olhos arderem.

Quando sinto meus olhos se acostumarem com a claridade, olho ao redor do quarto e acabo me deparando com a cena da Valentina dormindo serenamente sentada na poltrona de acompanhante. Ela dormia serena, mas era perceptível o quão abalada estava e me dói saber que eu fui o causador desse abalo.

Eu juro por tudo que é mais sagrado que tentei me controlar dentro daquele quarto, mas a face do Pietro não saia da minha mente em segundo nenhum, por isso acabei surtando e quebrando tudo como se em todas as coisas que eu visse fosse ele.

Sei que vão me perguntar sobre os remédios em cima da pia da banheiro... confesso que tomei metade deles sem nem ao menos conferir o nome. Eu só queria que aquilo tudo acabasse o mais rápido possível e que eu pudesse finalmente descansar a mente um pouco. Deu certo? nenhum pouco.

...

A Valentina depois de longos minutos acordou e a sua única reação foi:

- Seu filho da mãe! Você me assustou, sabia? Eu fiquei preocupada com você, Liam. - e após me xingar e me abraçar por uns três minutos ela saiu indo chamar um médico.

Ela voltou alguns minutos depois com um médico que se apresentou como " dr. Rodríguez ".

- Liam, após te encontrarmos desmaiado no banheiro, te trouxemos às pressas para o hospital para fazer alguns exames. Fizemos exames de sangue, raio-x no corpo inteiro e vários outros para confirmarmos o nosso laudo.

- Tudo bem, mas nos exames deram algum coisa? - pergunto preocupado.

- Sim, Liam. Você teve um início de overdose por conta da quantidade de remédios que ingeriu de uma única vez e no raio-x descobri que você conseguiu torcer um osso da mão esquerda. - ele aponta para minha mão e só assim percebo que estou usando uma tala.

- Como eu não percebi isso? - questiono.

- Porque você ainda está sob efeito de anestesia. - explica.

- Então, por enquanto ele não sentirá nada? - a Valentina pergunta curiosa.

- Não sentirá somente em algumas partes do corpo, mas daqui algumas horas voltará a sentir tudo.

- Entendi. - ela diz.

- Liam, eu tenho uma pergunta para te fazer.

- Fique à vontade para me fazer qualquer pergunta.

- Há quanto tempo você tem o TEI?

- Desde que me conheço por gente. - dou de ombros.

- Você sabe como foi descoberta a síndrome em ti?

- Sei. Basicamente, o meu tio Kevin tem o TEI também, mas bem mais leve do que o meu e quando eu era criança, comecei a ter alguns surtos de raiva onde eu acabava descontando tudo no meu irmão. Nisso meu pai percebeu que eu estava com alguns sintomas parecidos com o do meu tio e tanto ele quanto minha mãe decidiram me levar ao psiquiatra que constatou que eu tinha o TEI.

- Quantos anos você tinha quando seus pais desconfiaram?

- Tinha três anos. - digo.

- Certo, última pergunta: você sente alguma diferença em seu corpo quando toma algum dos remédios pro TEI?

- Eu os tomo há tanto tempo que hoje em dia não percebo mais tanta diferença.

- Vou te indicar para um psiquiatra do seu país e daí ele irá poder te passar um novo remédio. Por agora, você irá tomar xxx, descansar por dois dias no seu hotel e voltará para casa onde será muito melhor para se cuidar.

- Ok, doutor. Muito obrigado! - o agradeço por ele ter simplesmente salvado a minha vida.

O médico sai do quarto deixando somente eu e a Valentina no ambiente. 

- Liam, depois desse dia horrível, você promete se cuidar direitinho? - ela se senta ao meu lado na cama.

- Eu prometo, Valentina. - digo. - Me perdoa por eu ter feito você passar por tudo o que passou essa noite? Eu juro que não foi minha intenção. Eu precisava ficar sozinho por uns minutos e logo voltaria para a praia para poder passar a noite inteira com você, mas eu surtei antes e me sinto culpado por isso.

- Ei, - ela segura meu rosto de forma carinhosa. - você não precisa pedir perdão, porque está tudo bem. Eu fiquei preocupada, óbvio. Mas, agora tudo já passou e temos que focar na sua recuperação. Sobre passar a noite inteira comigo, fique tranquilo porque eu mesma me responsabilizarei por isso assim que você melhorar, ok? - ela me dá um selinho.

- Eu amo você. - sou sincero.

- Eu também te amo. - ela me beija novamente. - Agora descansa porque liguei para os seus pais e eles estão preocupados com você. Já mandei mensagem para eles avisando que está tudo bem, mas eles querem uma ligação por chamada de vídeo com você. Então, descansa porque depois você irá passar horas em chamada com eles. - Ela diz rindo.

- Obrigado por se preocupar comigo. - agradeço segurando em sua mão.

- Não precisa agradecer. Sabe por quê? - nego. - Por que eu te amo, bobão...

♡.

Ele está bem!

Esse capítulo foi focado no transtorno do Liam, mas os próximos capitulos irão pegar fogo!

Estão preparadas?

LIAM #8 - DOIDAS POR UM TERNO NOVA ERAOnde histórias criam vida. Descubra agora