38. Holocausto

2.5K 247 6
                                    

Valentina.

Nós chegamos no galpão. Eu estava morrendo de medo e a cada segundo que passava eu pensava: " será que sairemos vivos daqui?"

O galpão era bem grande e somente a porta lateral estava aberta, onde nós teríamos que entrar.

O Liam assim que chegamos, averiguou o local e ao menos do lado de fora era " seguro ".

- Presta atenção. - ele segura calmamente em meu rosto. - Nós só poderemos sair daqui quando estivermos com as gêmeas sãs e salvas, certo? - assinto e assim saímos do carro.

Ele foi na minha frente e eu olhava atenta para cada detalhe do lugar. O galpão se localizava em uma praia deserta e para chegar aqui foi bem difícil.

- Liam, não estou com um bom pressentimento. - digo baixo e ele responde:

- Nem eu, mas é a nossa opção mais viável. - paramos de andar quando chegamos na porta que teríamos que adentrar. - Está pronta?

- Estou. - afirmo. - Não esquece eu amo você, ok?

- Eu te amo, Valentina. - me beija rapidamente e assim demos entrada no galpão.

se é que por dentro aquilo poderia ser chamado de galpão, né?

Aquele lugar por dentro era uma grande casa. Havia uma sala nos tons de preto e um mezanino com portas que obviamente davam para algum outro cômodo.

- Nossa, mas vocês demoraram! - ouço a voz do Pietro vindo do andar de cima.

- Nós entregue as bebês. - peço sem transparecer meu apavoro.

- Acha mesmo que eu iria fazer vocês virem até aqui para simplesmente entregar as minhas netas e vocês sairem na maior calma do mundo? - ele pergunta cínico.

- Vindo de você, eu não espero nada. - Liam diz.

- Eu avisei há quase um mês atrás que era para você se afastar da minha filha. O que faz com ela?

- Pietro entenda, sua filha é o amor da minha vida e eu jamais irei me afastar dela. Diferentemente de você, eu tenho amor à minha família e pretendo construir uma nova com a sua filha. Está pronto para ser avô mais uma vez, crápula? - Liam responde com deboche.

- Vocês nunca irão ficar juntos! - Pietro grita de lá de cima causando eco no galpão.

- Mas por quê? Quem irá nos impedir? - pergunto. - Você? - solto uma risada alta. - Conta outra. Todos nós sabemos que você não é nada sem os seus capangas ao redor do mundo.

- Pelo visto vocês também não são nada sem aqueles " Magalhães ". - ele faz aspas com as mãos.

- Não precisamos estar perto deles para sentirmos o amor e o carinho que eles possuem conosco, diferente de você que nunca amou à mim, a minha irmã e nem mesmo a mamãe.

- Não cite sua mãe! - Pietro desce as escadas do mezanino rapidamente me causando arrepios.

- O que foi? Se arrepende de ter matado ela de desgosto pelo homem que você se tornou, Pietro? A minha mãe era uma mulher maravilhosa e não tinha um pingo de maldade no coração. Até hoje me pergunto como ela conseguiu se apaixonar por um homem como você!

- Apaguem eles! - Pietro diz alto e rapidamente seus capangas aparecem atrás de mim e do Liam nos imobilizando. Não demorou muito para eu sentir o cheiro daquele sonífero em meu nariz...

...

Acordei horas depois sentindo dores em todas as partes do meu corpo.

- Olha só, a margarida decidiu acordar rapazes! - Pietro diz e abro os olhos encarando o lugar.

Não havia nada bonito naquele cômodo. Era um lugar escuro e somente um abajur antigo no canto do ambiente o iluminava. O cheiro de sangue fresco se fazia presente e aquele paredão de homens a minha frente com objetos cortantes me apavoravam ainda mais.

Procuro rápido pelo Liam por todo o ambiente, mas quando o encontro sinto lágrimas escorrerem de meu rosto no mesmo momento. Ele estava desacordado, todo machucado, seu rosto estava inchado e haviam muitas marcas de cortes profundos em sua pele clara. Aquilo era culpa minha. Eu tive a ideia, eu o coloquei em perigo e a família problemática era a minha e não a dele. A família dele é maravilhosa, com pessoas incríveis que não merecem passar isso e que se não fosse por minha culpa, provavelmente eles estariam em outro lugar aproveitando as férias em família. Já o Liam, provavelmente estaria namorando alguém diferente. Alguém com menos problemas familiares e até mesmo traumas que não irão ser curados tão facilmente. Eu não podia deixar que o matassem e por isso tomei a decisão mais rápida de toda a minha vida.

- Pai, eu faço o que você quiser, só não machuca ele! - peço aos prantos.

- Como eu sonhava em ouvir essa frase sair de sua boca, minha pequena. - ele diz com os olhos brilhando em felicidade. - repita! - nego e ele vem até minha direção apertando fortemente meu rosto. - Eu mandei você repetir!

- Pai, eu faço o que você quiser, só não machuca ele! - repito o que já havia dito.

- Ótimo! Como sempre, você é uma boa submissa. - diz e volta a encostar na parede onde estava anteriormente. - Infelizmente, você você poderá fazer nada por mim nessa situação. - me encara de baixo para cima e só assim consigo ter noção do meu estado.

As roupas que eu usava assim que eu entrei no galpão estavam rasgadas, havia um corte em minha perna que sangrava sem parar e quando desci meus olhos mais um pouco vi que ainda havia uma faca presa em minha coxa. Como eu não percebi isso antes? Acho que o principal motivo é que meu sangue estava quente o que fazia com que eu sentisse menos dor.

- Eu não ligo para o meu estado, só diga o que eu preciso fazer para você soltar ele. - digo decidida.

- Valentina, eu quero que permanentemente você se afaste dessa família e de todos os membros dela, inclusive os amigos em comum. Irá começar a vida em outro lugar e longe de tudo e todos. - Pietro diz.

- Faço isso se você soltar o Liam e entregar as crianças de volta para os pais...

♡.

meu Deus, eu estou muito tensa! O que vocês acham que vai acontecer?

LIAM #8 - DOIDAS POR UM TERNO NOVA ERAOnde histórias criam vida. Descubra agora