41. Após a tempestade...

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Duas semanas depois...

Liam.

Se passaram duas semanas desde que todo aquele inferno aconteceu e todas as memórias se faziam presentes a cada segundo que eu piscava os olhos.

Passei uma semana inteira desacordado. Segundo meu irmão, eu acordei algumas vezes mas por conta dos remédios fortes eu voltava a dormir cerca de dez minutos depois de acordar. Quando eu finalmente acordei e consegui passar mais de dez minutos acordado, recebi a notícia que mais me doeu...

A Valentina estava em estado de coma.

Para ser sincero, essa notícia me derrubou, mas eu estou tentando manter a minha fé nas alturas para que ela acorde logo. São duas semanas sem ela, duas semanas sem nenhum sorriso ou algum surto vindo dela e isso está me tirando a paz.

Eu a quero de volta, porém sei que isso só depende de incentivos, dela e de Deus. Nessa questão de  incentivos, agora que posso andar -  por conta da fisioterapia que estou fazendo, após a fratura grave da minha perna. - estou indo várias vezes até o quarto que ela está e fico conversando por horas com a mesma.

...

- Oi, tio! - Maitê diz entrando no quarto que estou.

- Oi, meu amor. - ela vem até mim e me abraça. - Como você está?

- Estou bem. Senti sua falta e queria ter vindo antes, mas a minha mãe não deixou. - ela deita ao meu lado.

Está pra nascer alguém que seja mais bipolar do que a Maitê. Muitas vezes você irá encontrar ela extremamente brava com a vida, mas em alguns momentos o modo fofo e sentimental dela volta e confesso que esse é meu favorito. É surreal a conexão que tivemos desde o primeiro momento e consigo até mesmo lembrar a frase que ela soltou aos cinco anos de idade naquela viagem que fizemos à porto seguro: " Pai, o que é um prostibulo?", eu nunca tinha visto o Matheus ficar tão vermelho na minha vida.

- Óbvio que eu não deixei. - Maju diz entrando no quarto com o Davi no colo. - Seu tio ainda estava muito feio para receber visitas. Foi um favor que eu fiz.

- O tio Liam já é feio normalmente, mãe. - Maitê me perturba.

- Você que é horrorosa e banguela. - respondo de volta.

- Isso é mentira, tá? Os meninos da minha escola sempre dizem que eu sou maravilhosa e perfeita. - ela se explana sem perceber.

- Que meninos, Maitê Scarpa Magalhães? - Matheus pergunta dizendo seu nome completo.

O Matheus e a Maju conseguiram mudar o nome de batismo da Maitê. Eles removeram o " Julien " da progenitora dela e adicionaram o " Magalhães " da Maju.

- Ué, pai... os meninos da minha sala. - ela dá de ombros. 

- Não vou te julgar por ser linda, mas saiba que não está na hora ainda, ok? - ele diz pra ela.

- Sei, pai. Só posso namorar quando eu for maior de idade. - ela revira os olhos.

Mal sabem eles que pelo desenvolvimento da Maitê com quinze anos no máximo ela aparece namorando e eu estou pronto para ver a cara de tapado do Matheus.

...

A Maju foi embora com o resto do pessoal quando o horário de visitas terminou, mas afirmou que voltava para ficar comigo, com a Valentina e com a Karen que estava ficando com a minha ex loira por essa noite.

Eu estava sem fazer absolutamente nada e como de costume, peguei uma das muletas que estava usando para me equilibrar e fui até o quarto do amor da minha vida - que por incrível que pareça, ficava em frente ao meu. - E, lá estavam elas. Karen dormia na poltrona de visitas e a Valen dormia serenamente na cama.

Seu rosto não estava pálido mais, ele estava corado. Seus machucados do rosto e do braço estavam melhores, mas o machucado da coxa se mantinha do mesmo jeito. Os médicos estavam cuidando da melhor maneira possível, porém ele não cicatrizava de maneira nenhuma.

Fico ali no quarto a observando por longos minutos e quando a Karen acorda percebendo a minha presença, ela me chama para ficar ali com elas.

- Você realmente a ama, não é? - Karen pergunta ao meu lado.

- Ainda tem dúvidas? - questiono olhando para a Valentina. - Eu demorei para encontrar alguém como a Valentina e quando encontrei, perdi por mentiras que nem mesmo tinham nossa culpa e quando descobri isso, todo aquele amor que estava aprisionado em um canto isolado do meu coração voltou a vida com uma força mil vezes maior.

- Aí meu Deus, isso é tão fofo! - Karen me abraça. - Desejo que vocês sejam muito felizes juntos, sério. Vocês dois merecem toda felicidade do mundo.

- Obrigado, cunhadinha. - dou um beijinho em sua testa.

- Não vai deixar de me chamar assim nunca, né? - nego.

- E se acostume cabelo de fogo porque esses apelidos tendem a piorar com o tempo. - digo um novo apelido e ela ri.

- Esse é muito pesado, porque as crianças me chamavam assim na escola! - ela diz sem deixar de sorrir.

- Não tinha apelidos na escola, porque eu faltava sempre que podia. - dou de ombros.

- Então você era o famoso turista. - inventa um apelido pra mim.

- Certo, esse apelido foi bem ruim... você pode fazer algo melhor, cabelo de fogo. - insisto para que ela crie algo melhor.

- Que tal: Flora do clube das winx? - solto uma gargalhada alta.

- Eu esperava mais de você, cunhadinha. - digo fingindo decepção.

- Sabe porque a Flora do clube das winx? - nego. - Porque assim, eu já arrumo apelidos para os outros meninos da família também.

- Esperta. Já decidiu quem vai receber cada apelido? - ela assente.

- Sim, mas só irei contar no próximo almoço em família.

- Que irá acontecer logo logo, se Deus quiser.

- Aí, amém. - ela une nossas mãos.

Desde que a Karen se tornou mãe das gêmeas, um lado fofo assim como o da Maitê aflorou nela e eu particularmente estou amando isso...

♡.

A nossa menina em coma e a Karen tentando fazer o Liam sorrir para que ele não fique mal olhando para a Valen é um exemplo de amizade, sério. 🥺

capítulo meio ( ???? ), mas juro que para essa reta reta irá fazer sentido.

até o próximo capítulo ♡.

LIAM #8 - DOIDAS POR UM TERNO NOVA ERAOnde histórias criam vida. Descubra agora