Unicórnios e Amor - Sillie

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P.O.V Sadie

Ser uma mulher de negócios, empoderada, que tem uma filha, não é nada fácil, as vezes tudo da errado e você não tem com quem deixar a seu amorzinho.

Eu não queria a Anna nesse ambiente, aqui não é lugar de criança, e eu confesso que odeio pessoas de mais sabendo da existência da minha filha. Não que eu escondo ela, não, eu só tenho medo de alguém sequestrar ela, a matarem, ou o babaca que enfiou ela em mim descubra de sua existência.

Mas nesse momento, o que mais estava me incomodando era a Millie, eu estava tão brava e tão magoada com ela, que não queria nunca, nunca, que a Brown conheça a minha filha, ainda mais que depois que ela se referiu daquela forma rude com o meu pai, perguntando se a Anna estaria lá naquele jantar que meu pai inventou.

Ignorando isso, eu pensei que podia confiar nela, a Millie me beija e eu sinto o mundo saindo dos meus pés, eu passei anos com um buraco no peito, que nem mesmo Anna pode curar, só que quando Millie estava do meu lado, daquele jeito estranho, estava me fazendo sentir coisas, porém ela não passava de uma babaca que só estava interessada em brincar comigo.

"Todos te vê como um brinquedo, uma única peça que as pessoas podem manipular, e você nunca vai passar disso, um mísero brinquedo."

Essa fala nunca saiu da minha cabeça, me lembro bem do dia, da briga, até da roupa que estava usando, essa foi a frase que me prendeu a ela por mais dois anos, pensando que realmente todo mundo me via assim. Millie fez concretizar essa frase mais uma vez em minha cabeça.

Eu sei que pode parecer um drama muito grande, mas para mim dói muito, dói quando tenho que lembrar, dói pensar que poderia deixar alguém se aproximar e acabar entrando em um novo relacionamento abusivo emocionante. Mas isso que a Millie fez foi bom, me evitou de cometer um erro danado.

- Mamãe, eu estou com aquela coisa de quando a gente não tem nada pra fazer, qual a palavra? - fala Anna sentadinha no sofá.

- Entediada? - chuto um palpite.

- Isso, eu estou entediada.

- Eu sei, minha linda, mas a mamãe precisa terminar de ler esses relatórios.

- Seu eu tivesse um cachorrinho, eu estaria bem mais feliz.

- Já conversamos sobre isso, não vai ganhar um cachorro!

- Por que não?

- Porque eu disse que não.

- E a nova boneca que vem com cachorrinho? eu posso? - pergunta empolgada.

- Se isso fazer você esquecer essa historia de cachorro.

- Legal! - comemora.

Anna era uma menina especial e muito esperta, aprendeu a falar cedo, e compreendia tudo que acontecia ao seu redor, tinha que tomar muito cuidado com o que falava perto dela, e como todas as crianças, Anna não parava quieta por muito tempo, e logo começa a mexer em tudo que via.

- Mamãe, que horas a gente vai embora?

- Já, já o tio Jack vem te buscar, joaninha.

- Você não vai com a gente? - pergunta vindo pertinho, então a pego deixando ela se sentar no meu colo.

- Meu amor, a mamãe tem que trabalhar, mas sabe o que vamos fazer quando chegar em casa?

- Um chá de princesas!

- Um chá de princesas! - digo beijando sua bochecha.

Anna era o meu grande amor, essa menina transformou minha vida de uma forma que eu nunca esperei, nunca imaginei amar assim um dia, ela era a melhor filha que alguém poderia ter e eu tento ser a melhor mãe para ela.