P.O.V Millie
Acordo com alguém me cutucando, abro os olhos preguiçosamente, vendo Anna me encarando como quem acabou de acordar, cara de zangada e cabelos todos bagunçados.
- O que está fazendo? - pergunta ela.
- O que você acha? - pergunto mal-humorada - dormindo, né?
- No meu quarto?
Eu não seria louca de deitar naquela cama com literalmente uma cobra pronta para dar o bote, Sadie era insana, quem é o ser que tem uma cobra de estimação, dança com ela e ainda tem coragem de por ali no ladinho da cama?
Eu corri aqui para o quarto da pirralha, preferia dormir do ladinho dessas milhares de bonecas, que é algo que eu detesto, do que ficar lá. Mas a Sadie me paga, isso não vai sair barato não, não vai mesmo.
- Que horas são? - pergunto procurando por um relógio, mas não tinha nada ali, Anna ergue as mãozinhas dando de ombros - vamos levantar, já que você fez o favor de me acordar mesmo.
Levanto a pegando pela mão e saindo do quarto, indo para cozinha, onde Sadie já se encontrava vestida e tomando café.
- Bom dia - fala sorrindo grande quando nos vê, Anna vai correndo até ela, sendo pega no colo com abraços e beijos - dormiu bem, meu amor?
- Aham - responde concordando com a cabeça - o que tem aqui?
O cesto que estava em cima do balcão, o mesmo cesto que eu reconheci da noite passada, eu não acredito que ela ainda estava com esse bicho aqui.
- A Jú - responde abrindo o cesto e mostrando para filha, que ri fazendo menção que queria tocar naquilo - ela está dormindo, não acorda ela não, se não ela te morde!
Diz brincando com Anna, a empurrando mais para frente como se fosse jogar a menina lá dentro, que ri abraçando mais forte a mãe, duas malucas na minha opinião.
- A cobra tem nome? - pergunto surpresa, mas nem tanto.
- Claro que tem nome - responde Sadie - ela é uma dançarina profissional, precisa de um nome.
- Você é maluca - comento indo tomar um café, bem forte de preferencia para ver se desperto de uma vez.
- Por que a Jú está aqui em casa? - pergunta Anna.
- Ela veio dançar, mas agora já está voltando para casinha dela.
- Eu quero dançar com ela também.
- Um dia a mamãe te ensina, agora vamos tomar seu café-da-manhã, está com fome?
Sadie a coloca no chão, indo atrás de pegar as coisas para Anna comer, a Sink mais velha estava com um sorriso lindo no rosto que eu logo trataria de tirar, fiquei a noite inteira até cair no sono planejando meu próximo e tirar aquele sorriso campeão do rosto dela.
- Sabe o que é engraçado - comento me lembrando de um ocorrido de tempos atrás - você não deixa sua filha ter um cachorro, mas tem uma cobra de estimação?
- Ela não é de estimação, é companheira de palco - explica.
- Parece de estimação pra mim.
- Olha para minha cara e me diz se eu tenho condições de cuidar de algum bichinho! - diz parando na minha frente com as mãos na cintura - os meus animais ficam no zoológico, onde eles podem ser bem cuidados, ter a devida atenção, ficar com os da espécie.
- Vamos no zoológico! - fala Anna - vamos, vamos!
- A gente pode ir no sábado de tardezinha.
- Quando que vai ser sábado?
- Amanhã, a gente dorme e ai acorda.
- E nós vamos, só eu e você?
- E a Millie também, se ela quiser ir.
- Ela não quer - Anna responde por mim.
- Ela não quer - repito indignada, ela está tentando me excluir, que absurdo, quando eu penso que nós estávamos avançando nessa relação eu percebo que não - falando assim até parece que não quer que eu vá.
- Eu não quero.
- Problema seu, porque eu vou - digo mostrando a língua para ela.
- Mamãe! - choraminga para Sadie.
- Millie, mostrar a língua é feio, não pode, ninguém nunca te ensinou isso?
- Desculpa, mamãe - digo brincando e ela revira os olhos.
Vamos fazer uma nota mental aqui de não chamar Sadie de mãe nem nada parecido perto da Anna, acreditam que a pestinha me tacou o copinho de plástico?
- Anna! - Sadie a repreende.
- Minha mãe meu, só minha! - Anna fala saindo batendo o pé.
- Eu vou ir atrás dela - fala Sadie.
- Espera - digo me levantando, puxando ela pelo braço, colando nossos corpos - agora pode?
Pergunto relembrando a noite passada, só por diversão, ela sorri e concorda com a cabeça, com o rosto bem próximo do meu, pronta para um beijo, e assim eu faço, a beijando morrendo de saudades desses lábios fantásticos.
- Sabia que o que você fez noite passada é imperdoável? - falo encerrando o beijo.
- Pensei que gostasse desse tipo de coisa - diz com uma cara de falsa inocência.
- Eu gosto de pessoas obedientes - digo encarando seus lábios.
- Mas eu sou uma pessoa obediente, muito obediente.
- Eu discordo.
Ela ri mínimo, voltando a aproximar seus lábios nos meus, seus doces lábios que podiam fazer varias coisas pecaminosas.
Ouvimos um baque vindo do quarto da pirralha, fazendo ela se separar de mim com um ar de preocupada.
- Deixa eu ir ver o que ela está aprontando - Sadie me dá um ultimo selinho antes de se separar e ir resolver os dramas da filha.
As manhãs nessa casa eram assim, uma rotina que eu nunca me imaginei vivendo, mas agora que estou aqui, não me parece tão ruim, na verdade era uma vida fácil de se adaptar, contanto que Anna não continue jogando as coisas em mim, um pouco mais de força ela teria conseguido me cortar.
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Oii, tudo bem com vocês?? Como foi o final de semana?
Espero que estejam gostando da história, não vamos esquecer do votinho e daquele comentário de apoio!!
Beijinhos <3<3<3
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Unicórnios e Amor - Sillie
Fiksi PenggemarMillie amava seu emprego, tinha o chefe dos sonhos, até ter a surpresa de chegar um dia no trabalho e encontrar outra pessoa lhe dando ordens, uma mulher sexy e fria, que não tinha nem um pouco de compaixão, um ser humano desprezível na opinião de M...