Unicórnios e Amor - Sillie

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P.O.V Sadie

Ver a Sophia depois de tanto tempo foi um choque, eu não queria ver ela nunca mais, se eu pudesse eu mandava ela para a expedição que vai ter em Marte.

Essa surpresa fez aparecer todas as inseguranças que ela plantou em mim em todo aquele tempo em que ficamos juntas, eu estava fazendo um esforço danado para não deixar transparecer isso, meu maior medo era deixar transparecer muito e não conseguir explicar para Millie que esses sentimentos são coisas ruins.

Eu já superei o amor que eu sentia pela Lillis, essa amor se transformou em uma magoa muito grande que estava escondida, eu nem lembrava mais da existência da Sophia, e agora eu lembrei de tudo e tenho que guardar esses sentimentos ruins.

- Então aquela é a Sophia - diz Millie quando entramos no quarto - bonita ela.

- Eu não acho, ela é podre por dentro - digo me sentando na penteadeira cruzando as pernas - a Maddie é sua amiga? De onde se conhecem?

- Eu que devia te perguntar isso.

- Ela me parece simpática, prometi para mim que se a encontrasse novamente iria ser mais legal, mas acho que falhei nisso, a Sophia me assustou um pouco.

- Você já me disse como acabou tudo entre vocês - diz se sentando na cadeira que acompanhava a penteadeira - mas eu gostaria de escutar essa historia em detalhes e o que está sentindo agora.

- E se eu não quiser falar sobre? - pergunto suspirando.

- Desculpa, amor, mas vamos ficar aqui até contar tudo.

A Millie era uma boa pessoa, sabia como me levar a loucura direitinho, e era alguém que gostava de deixar tudo em pratos limpos, sempre foi muito sincera comigo e sempre me pediu que eu fosse igualmente sincera, e eu sempre era, entretanto, eu morria de medo do meu passado me afastar dela.

Eu sei que isso é só paranoia da minha cabeça, que não tem pé nem cabeça minha logica, eu sei, mas eu tenho medo de a perder. E a bonita da Brown tem total ciência de que eu me jogaria no chão e imploraria para ela não ir embora, com certeza eu faria isso, depois acabaria me odiando pelo resto da vida, mas eu seria capaz de fazer isso a qualquer sinal dela de ir embora.

- Não tem muito que você já não saiba - começo a dizer, Millie colocou suas mãos em minhas pernas e apoiou a cabeça para me ouvir - eu conheci a Sophia quando tinha dezessete anos, aqui nessa pousada. Meus pais sempre gostaram muito daqui e tinham acabado de me contratar uma nova acessóra, alguém que tivesse a idade perto da minha, Sophia e eu temos três anos de diferença, para ser tipo uma dama de companhia, cuidar de mim em festas já que eles conhecem bem a filha e os amigos que a acompanha, essas coisas. Acharam que esse lugar seria perfeito para nos apresentar.

"A Sophia não ia muito com a minha cara, me achava mimada demais, só aceitou o emprego porque precisava de dinheiro. Eu tentei me aproximar dela, ela tinha algo que me encantou, não sei explicar, talvez a maneira que ela falava, era alguém bem legal de conversar, pena que ela não achava a mesma coisa de mim. Estávamos passeando de barco nós duas, aqueles barcos a remo, quando começou a discutir comigo e me empurrou no lago, quase me afoguei, mas ela pulou na agua me salvando da situação que ela me colocou."

Eu lembrava disso como se fosse ontem, depois disso, como tínhamos que nos encontrar sempre, fomos nos aproximando, eu já estava apaixonada e fazia de tudo para ver se ela se aproximava dessa maneira intima comigo, e um dia ela me beijo e aquilo fez com que meu coração adolescente saltasse de tanta paixão.

- Ela construiu nossos relação em base do dar atenção, depois sumir do nada, e voltar a dar atenção, até hoje não sei dizer se era um jogo de manipulação dela ou seu jeito mesmo. Só sei que aquilo foi me deixando louca e doente pela validação dela, eu queria sua atenção e carinho o tempo todo, e um pouco antes do meu aniversario de dezoito anos começamos a namorar escondido e junto, as piores brigas da minha vida.