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P.O.V Millie

Sai da cassa da Sadie mais cedo, indo para a empresa com o meu carro e ela iria com o dela, pois tinha que deixar Anna na escola antes, então imagina minha surpresa quando eu vi ela chegando acompanhada da Mini Sadie, até na forma que se vestiam, era uma copia quase idêntica, os namorados e/ou namoradas dessa menina nunca vão entrar em um relacionamento com medo dela ficar feia no futuro, bastava ver a mãe dela para saber como ficaria.

Lanço um olhar para Sadie perguntando o que aconteceu, recebendo em troca um olhar preocupado dela.

- Anna, o que faz aqui? - pergunto para ela - já sei, não aguenta mais ficar um segundo longe de mim, acertei?

- Não - responde ela - eu vim ficar com a mamãe meu.

- Simpática você, né gracinha - digo sorrindo forçado para ela, que faz micagem para mim também.

- Eu estou vendo isso - fala Sadie olhando para nós duas - vamos, Anna, vamos que a mamãe tem um monte de coisas para fazer.

Ela puxa a menina para dentro da sala, e eu pensando que conseguiria tirar uma casquinha dela aqui na empresa, já que Anna acabou com a minha alegria de manhã.

Mas até aqui estava tudo bem, eu tinha acesso a toda agenda da Sadie, as horas vagas eram todas minhas, tinha umas que até marquei como compromisso importantíssimo, que ela não tinha a menor condição de desmarcar, e realmente não tinha, pois eram compromissos de extrema importância para mim.

Depois de uns cinco minutos, a luzinha que pisca quando Sadie aperta o botão para me chamar até a sua sala começa a piscar freneticamente, e eu já sei que era Anna brincando de novo com o botão.

Vou a sua sala e tenho minha confirmação ao ver Anna o segurando.

- Por que só aparece você quando aperta aqui? - pergunta ainda apertando o botão - por que não vem as outras pessoas lá fora?

- Porque eu sou a mais especial aqui - digo me gabando.

- Não é não, a mais especial e mais bonita é a minha mãe.

- Concordo na parte do bonita - jogo uma piscadinha para Sadie - mas se não fosse por mim, sua mãe já teria pirado aqui dentro.

- Que exagero - se defende Sadie.

- É verdade, amor, você fez todo mundo mudar a organização dos arquivos porque você não conseguia entender, e tem problemas para ligar o sistema até hoje.

- É porque você está aqui a mais tempo, e eu quero deixar a organização a minha cara, dá licença.

- Eu sei que não vive sem mim, eu sei.

- Vive sim, ela viveu até agora - fala Anna.

- Vive nada, nem você vive mais sem mim, Anninha, nem você.

- Claro que vivo, você não é chocolate nem a minha mamãe.

- Chocolate, Anna? - pergunta Sadie - chocolate? Você me colocou abaixo do chocolate? E a agua, o oxigênio, não entra para você viver?

- Eu gosto mais de suco.

- Anna, Anna - fala Sadie em tom de alerta, apontando para o olho e depois para a ruivinha - estou de olho.

- Mas então - digo rindo, eu gostava de ver elas duas conversando - no que eu posso ser útil?

- Já que você está aqui - fala Sadie se levantando - olha a Anna um pouquinho, tem uma reunião, quem marca reunião uma hora dessa, senhorita Brown?

- O que tem de errado com o horário?

- Cedo - choraminga.

- Mamãe, eu vou com você - fala Anna se levantando também.

- Princesinha, você não pode vir, eu já volto, fica aqui brincando com a Millie um pouquinho.

- Não, eu quero você - diz começando a chorar.

Sadie me olha como se estivesse pedindo ajuda, se não intervisse ninguém, Anna não deixaria Sadie ir trabalhar, ela dobrou a mãe para não ir a escola.

- Anna, quer ver uma coisa engraçada? - pergunto entrando em sua frente no exato momento que Sadie saiu da sala.

- Não, eu quero a minha mãe - diz fazendo birra, o que se faz quando uma criança começa a fazer birra? Bate?

- Sua mãe está trabalhando, criatura, se contente comigo, já te disse.

Isso fez ela chorar mais, indo para o canto do sofá e enterrando o rosto junto com as mãos, o que eu faço agora? Socorro!

Me sento ao lado dela no sofá, deixando ela chorar e gritar por um tempo, pensando no que fazer, minha vontade era de dar uns tapas nela e mandar parar de ser mimada, a mãe dela está trabalhando, ficando mais rica para comprar mais coisas inúteis para ela, não é difícil de compreender.

- Anna - a chamo quando começa a soluçar, passando a mão por seus cabelos.

- Não rela em mim! - grita se esquivando e passando as mãos com raiva em seus cabelos - eu não... gosto de... você.

- Por que não gosta de mim?

- Você... quer... tirar a minha mãe... a minha mãe... de mim - fala chorando mais e entre muitos soluços.

Ai estava o problema, e eu pensando que ela estava começando a gostar de mim, até que estava fácil demais, boba fui eu de pensar que não teríamos mais birras assim.

- Tem um menino na escolinha que disse que minha mãe nunca gostou de mim, e disse que assim que ela ia se casar e arranjar uma outra filha mais bonita do que eu e ia me mandar morar de baixo da ponte. Eu não quero, não quero, não quero que minha mãe casar com você, não quero.

- Anna - digo tentando me aproximar - presta atenção aqui na tia, me escuta, calma e me escuta.

- É verdade, é verdade, aham - fala concordando com a cabeça - o Oto também disse que eu sou tão chata e feia que é por isso que eu não conheço o meu pai, e a pofessora disse que todo mundo tem um pai, e quando eu disse que eu não tinha o Oto falou que foi porque ele foi embora e não me ama, e que minha mãe não me ama também e que ela só não foi embora também porque ninguém quis ficar com uma menina tão feia quanto eu.

- Você acredita em mim? - ela nega com a cabeça - e por que acredita nesse tal de Oto?

- Ele fala isso todo dia, eu contei para pofessora e ela não fez nada.

- E sua mãe? Contou para ela?

- Eu não quero que ela vai embora, eu quero ficar com ela, mas ela não quer ficar mais comigo.

- Não fala bobagem, menina, sua mãe te ama, até cego vê isso.

- Cegos não enxergam.

- Para você vê qual é o tamanho do amor de sua mãe por você, é tão grande que todos podem ver - a pego no colo, precisava dar um jeito de acalmar essa menina - vamos dar uma volta, lavar esse rosto, comer algo, e você me conta mais sobre esse projetinho de babaca do Oto.

Não vou mentir, peguei raiva de uma criança que nunca vi na vida, onde já se viu falar esse monte de barbaridade para a menina e ninguém fazer nada?

Isso não pode ficar assim não.

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Mais um capítulo fresquinho para vocês!

Como é que estão as coisas em suas vidas? Boas? Novidades? Contém tudo!

Não esqueçam de votar e comentar o que estão achando!

Beijinhos<3<3<3

Unicórnios e Amor - SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora