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P.O.V Millie

Eu não podia estar em um estado pior, cara inchada, cabelos bagunçados, mal humorada por ter sido acordada, mas a Sadie estava aqui, e mesmo com a minha cara feia, ela estava me beijando.

Millie Bobby Brown é demais, consegue pegar mulher até mesmo em um de seus piores estados!

Os beijos estavam esquentando, eu estava deitada sobre ela no sofá, com minha mão passeando por sua coxa, a enorme blusa de dormir que emprestei para ela estava levemente erguida, eu estava sedenta por aquilo, eu nunca quis tanto alguém como eu queria ela, já fazia um tempo que eu não dormia com ninguém, desde o dia que eu decidi que eu queria ela, agora que estávamos aqui nada me impediria.

- Millie... - ela fala no meio do beijo - Millie...

Sadie me empurra de leve, desgrudando nossos lábios, olhos arregalados, respiração ofegante, ela ficava tão linda com os lábios inchados. Acaricio sua bochecha delicadamente, passando meu polegar por seus lábios.

A olho nos olhos por uns segundos, seu olhar era uma mistura de desejo com alguma outra coisa, não sei identificar, mas tinha algo ali naqueles olhos azuis.

A beijo com ternura, de forma calma, acho que eu nunca beijei alguém com tantos sentimentos assim. Nos separamos novamente, vendo que seu olhar parecia mais calmo.

Vou beijando seu pescoço, encontrando o ponto que fazia ela suspirar e se arrepiar. eu estava doida para conhecer todos os pontos que faziam ela ficar assim, tudo que fazia seu corpo estremecer, tudo que a fazia gemer, quero conhecer aquele corpo como ninguém, descobrir até pontos novos.

Levo minhas mãos até o short de pijama, pronta para retirar aquela peça de roupa, mas ela me impede.

- Millie, espera um pouquinho - fala me empurrando e se sentando - espera, tá?

- O que foi?

- Eu não sei... - diz hiperventilando.

- Não sabe o que? - eu nunca vi essa reação em ninguém, pelo menos em ninguém que já esteve comigo.

- Eu não sei se quero fazer isso.

Seus olhos estavam com aquela coisa de novo, que agora eu estou concluindo ser pavor.

Eu não sabia o que fazer, não sabia se podia me aproximar, se me afastava, era uma sensação estranha.

- Quer me contar o que está errado?

- Não é nada com você, é só que... - ela joga a cabeça para trás, abraçando as próprias pernas - o que isso significa?

- C-Como? - essa pergunta me pegou de surpresa.

Sadie me encara novamente, parecia ter se acalmado de seja lá o que a fez ficar assim, e agora é a minha vez de experimentar um certo pavor.

- Isso é o que? - pergunta - nós vamos transar hoje e amanhã fingir que nada aconteceu? É esse o seu objetivo, depois não nos falamos mais além de coisas do trabalho? Eu preciso saber.

- Você quer isso? - pergunto - o que quer que aconteça? Porque eu quero você, como eu nunca quis ninguém em toda minha vida, como eu disse antes, eu acho que estou apaixonada por você.

- Mas o que acontece depois?

- O você que quiser! - me aproximo segurando seu rosto com as duas mãos - eu topo o que você quiser, menos casamento, porque ainda não me preparei psicologicamente para isso, me dê uns meses a um ano.

Meu comentário fez ela rir, quebrando um pouco do clima que estava estabelecido.

- Topa o que eu quiser? - pergunta se desvinculando, com aquele olhar de superior.

- Tudo que está entre não mais se falar e ter encontros.

Deixo sugestivo, vendo o começo de um sorriso se formando em seu rosto, com o olhar desviado para o lado, pensando antes de me responder.

- Podemos ter um encontro de verdade primeiro? - pergunta.

- Você é do tipo que só dorme com alguém depois do terceiro encontro, e gosta daquelas coisas todas de jantar chique a luz de velas?

- Tiro o negocio dos três encontros, e continua com o jantar a luz de velas.

Um encontro com Sadie Sink, eu sou péssima em encontros, acho que eu nunca tive um na vida, só a ideia já me causa ansiedade, e acho que ela percebeu isso.

- Olha, eu acho que também gosto de você, e isso não é uma proposta de casamento, muito menos um compromisso serio, até porque eu tenho uma filha, mas essa é outra historia - fala brincando com a barra da blusa - mas acho que preciso de algo a mais além de pirraças e beijos fantásticos.

- Beijos fantásticos? - pergunto sorrindo e me aproximando novamente.

- São legaizinhos.

- Você disse fantásticos.

- Eles me fazem esquecer.

- Esquecer do que?

Sadie respira fundo, me encarando como se não quisesse falar sobre aquilo, mas ao mesmo tempo é como se ela estivesse louca para falar, como se precisasse. Passo minha mão por seus cabelos.

- Já foi traída por alguém? Alguém que você amava como irmão? - pergunta com lagrimas nos olhos.

- Não, eu acho, só tem algumas pessoas no mundo que eu amo, Noah, Lilia, minha mãe e meus irmãos.

- Eu já - fala triste - pelo meu melhor amigo, o que ele fez foi permanente, e ainda estou aprendendo a superar.

- Isso por acaso, esse amigo, ele é o pai da Anna?

- A Anna não tem pai - me corta de forma hostil.

- Eu entendo o que você quis dizer, mas não tem como você ter feito ela com o dedo.

- Eu não quero falar sobre isso - diz se levantando, acho que fui longe demais na ferida - eu quero ir embora, pode chamar alguém para vir ver o meu carro.

- Não - falo em protesto me levantando também - está tarde, dorme aqui comigo, você tem cara de quem gosta de dormir de conchinha.

Ela fica quieta, cara emburrada, braços cruzados, ela estava muito brava, mas estava triste também, olhos cheios de lagrimas.

- Só dormir?

- Só dormir, prometo.

- Tá - fala sem me encarar, voz muito baixa.

- Ei - coloco minha mão em seu rosto, fazendo ela me encarar - quando quiser me contar essa historia, eu vou escutar, no seu tempo.

A ruiva me encara nos olhos, concordando com a cabeça, a beijo sutilmente, eu gostava mesmo dela, estou preste a dormir de conchinha com alguém sem nem ter passado pela parte divertida, quer prova maior que eu gosto dela?

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Estamos evoluindo nessa história, nem está sendo tão difícil assim, olha.

Beijinhos gente <3<3<3

Unicórnios e Amor - SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora