Unicórnios e Amor - Sillie

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P.O.V Millie

Dois dias trabalhando para Sadie Sink e eu já estou pensando em cortar meus pulsos.

A mulher é uma carrasca, se algo não sai do jeito dela, ela te humilha até ficar tudo certo, pisa em qualquer um que aparece em seu caminho, se acha muito superior, o completo oposto do pai.

Tenho uma breve teoria de que a Sink não tem um coração, e se realmente tiver alguma coisa bombeando sangue pelo seu corpo isso é algo feito de mármore, deve ser uma pedra bem grande seu coração para ser tão amarga daquela forma.

E ainda para ajudar minha situação, estou aqui me arrumando para a tal social que vai ter dos investidores, ainda não consigo entender por quê ela quer que eu vá junto, não faz sentido isso. Fora o medo que estou sentindo de me vestir, Sadie é tão elegante, está sempre tão bem arrumada, e nesses dois dias que trabalhamos juntas ela deu conta de criticar minhas roupas umas seis vezes por dia, então tinha que caprichar nesse evento para calar a boca dessa princesinha.

Marquei uma hora no salão para fazer o cabelo, maquiagem e as unhas, optando pelo cabelo preso em um coque com moicano, uma maquiagem mais leve, mas que ressaltava meus olhos, e as unhas devidamente lixadas, com um esmalte claro para dar uma variada no meu estilo. Vesti uma blusa frente única de um tecido brilhoso de cor naval que peguei emprestada de Lilia, uma calça da mesma cor, entretanto sem brilho, cintura alta, daquelas calças bem justas na cintura e que ficavam mais largas nas pernas, de tecido bem leve, uma sandália de salto alto que ficava escondida pela calça, e alguns acessórios bem simples, um brinco pequeno de ponto de luz pendente e varias pulseiras em um braço.

Ao meu ver estava devidamente apresentável, vestida sem nenhuma falha, mas provavelmente Sadie Sink vai encontrar alguma coisa para implicar, aposto.

Saio de casa indo direto para o local do evento, ao chegar lá estaciono meu carro um pouco distante, claro que tinha manobrista e essas ouras frescuras, só que meu carro era muito diferente desses de riquinho, tinha vários macetes para fazer funcionar e o volante era extremamente duro, eram anos de pratica para manobrar o meu amado carrinho.

Chego na entrada na hora exata em que Sadie sai do seu carro entregando a chave para o manobrista, e puta que pariu!

Eu sai de casa me sentindo a pessoa mais linda do mundo, mas vendo ela agora eu percebo que é impossível alcançar o padrão de beleza da minha chefe.

A boneca Barbie que me perdoe, mas que corpo era aquele? Nunca vou superar uma cintura não fina acompanhada daquelas pernas torneadas, o que era aquele par de coxas?

Sadie vestia um vestido preto que marcava seu corpo todo, ele chegava na metade das coxas, mas dava a impressão de estar sempre subindo, as mangas eram caídas nos ombros e era de veludo bem volumoso, o veludo dava a volta em seu corpo nessa extensão dos peitos, cobrindo a parte de baixo dos ombros e costas também. Eu vi aquele vestido na capa de uma revista semana passada, aquele pedaço de pano custava milhares de euros, na modelo parecia algo tão sem graça e com um valor muito caro por ser só pano, mas em Sadie era outra historia, o vestido ficou estupidamente mais lindo.

Seus cabelos estavam cacheados e soltos, salto alto preto, uma bolsa de mão, e a maquiagem bem leve, mal dava para perceber tirando pelo excesso de gloss labial, por um momento me pego pensando qual seria o gosto daquele gloss.

Ao me aproximar mais dela percebo seu olhar me encarando de cima a baixo, me analisando com sua cara de antipática de sempre, parando em meus olhos.

- Acha que esse negocio demora para acabar? - é a única coisa que ela fala, sem cumprimentos ou criticas.

- Boa noite pra você também - digo e a vejo revirando os olhos - eu não sei quando acaba, é um jantar, você entra, bebe um pouco, conversa com as pessoas, depois senta para comer porções muito pequenas de algo horrível que não vai matar sua fome, depois beber e conversar mais um pouco, e pronto, hora de ir.