Unicórnios e Amor - Sillie

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P.O.V Millie

Pelo visto eu vou me mudar, né.

Quem diria que um dia, Millie Bobby Brown estaria juntando os trapinhos e indo para uma casa com uma criaturinha que te chama de mãe. Eu não consigo acreditar nisso até agora.

Nós fomos conhecer a tal casa, bonitinha, mas eu achei muito cara, não vale tudo que estavam pedindo, fora os gastos com a mobília que a ruiva cismou que quer comprar tudo novo, eu já disse que devíamos é fazer um chá de panela e se virar com o que temos, mas isso para seus ouvidos pareceu muita coisa de pobre.

A única coisa que eu consegui convencer ela foi de não comprar a casa e sim construir ao nosso jeito, isso daria mais tempo de me programar, juntar dinheiro, comprar as coisas com calma e não gastar um dinheiro exorbitante tudo de uma vez. Enquanto isso eu me mudo definitivamente para o seu apartamento, essa parte não lhe agradou muito, estou tentando entender até agora qual o seu problema em me ter morando naquele prédio específico.

Na verdade eu sabia sim qual era sua preocupação, o medo de por ventura não darmos certo e ela ter que ficar em uma casa cheia de lembranças.

No momento meu maior sonho é poder fazer esses pensamentos pararem de rodar em sua cabeça, como ela pode pensar que depois de tudo eu teria a coragem de ir embora? É impossível partir depois de se viciar nessa coisa tão boa que era o amor delas.

Eu passei minha vida inteira acreditando que o amor não era para mim, que o único amor eterno seria aqueles de uma noite em baladas, sempre me vi como um cavalo selvagem que não podia ser domado e amarrado, nunca desejei uma vida como a dos meus pais.

Mas, tudo mudou quando a Sadie virou dona dos meus pensamentos, me mostrando que podia ser construído um relacionamento saudável, que podia existir amor além de sexo.

E se querem saber, nesse ultimo eu realmente nunca botei muita fé, nunca pensei que duas coisas completamente diferentes pudessem cair tão bem junta, jurava que essa historia de "sexo é consequência do amor" era só conto de fadas, mas não, o sexo com a Sadie me fazia sentir coisas extraordinárias, eu sentia que com ela eu podia me sentir vulnerável quando precisava.

E mesmo sabendo de tudo isso, porque ela sabia exatamente o que tinha no meu coração, Sadie insistia em continuar guardando um medo e um receio de que vai acabar magoada.

Bom, o que importa mesmo dessa historia é que eu vou me mudar, com os planos da casa em andamento, a Sadie listando mil e uma coisas para comprarmos, eu diminuindo a lista quando ela não estava vendo, e a Anna me considerando oficialmente mãe dela (agora aquela pestinha me chamava assim o tempo todo), decidi que precisava comprar um presente de comemoração para a casa nova, e nada melhor do que...

- Um cachorro? - fala Noah indignado - perdeu o amor a vida?

- Eu perdi a paciência de escutar a Anna pedindo por um bichinho desses.

- A Sadie não vai gostar disso - fala Noah - eu que não namoro com ela sei bem.

- Que nada, a Sadie gosta de animais.

- Até porque ela namora uma anta como você - comenta Lilia. Eu trouxe os dois para como sempre não me ajudarem em nada.

- Que graça - digo nem um pouco interessada nas gracinhas deles - eu falo serio quando digo que ela gosta de bichinhos, o Amarelinho tem mais mordomias dentro daquela casa do que eu.

Amarelinho foi o nome que ficou no pintinho que a Anna ganhou na escolinha, no primeiro momento a Sadie não gostou muito da ideia, mas depois comprou uma casinha pro bichinho e mais um monte de coisas inúteis.