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P.O.V Anna

- Você - digo meio atordoada, não esperava por isso - O que quer comigo?

- Você sabe quem eu sou, Anna? - respondo com um aceno com a cabeça.

- Como sabe o meu nome?

- Que tipo de pai não sabe o nome da filha?

Ao perceber que ele estava se aproximando, começo a me afastar no mesmo ritmo, seu olhar tinha alguma coisa que me assustava, parecia um louco.

Engraçado, ele disse que é meu pai, minhas mães não me falaram que ele sabia que eu existia, ele deveria saber quem eu sou?

- Se aproximar mais, eu vou gritar! - aviso ainda andando para trás.

Eu tenho aulas de autodefesa, me ensinaram alguns golpes caso alguém se aproxime, e um professor falou uma vez que pessoas com esse olhar meio de louco são iguais cachorros: ele só corre a hora que você correr!

- Está com medo, Anna? - pergunta sorrindo - É só o papai.

- Desculpa, mas eu não tenho pai.

Ao notar que eu não estava longe de casa, e a rua bem movimentada, percebo que eu conseguiria correr até em casa e chegar a salvo.

Esse cara machucou as minhas mães, eu não sou mais uma menininha, reconheço que não é seguro para ninguém andar na rua sozinha, acham que eu seria capaz de dar trela para ele sem me sentir segura? Se fosse em outras circunstâncias, talvez, mas nessa em específico não dava, ainda não estava pronta para tal coisa.

Começo a correr, saindo em disparada até minha casa, percebendo que ele também corria, então aperto o passo para correr mais rápido, eu só precisava chegar perto da minha casa.

E, assim que eu entrei na rua de casa, estando a poucas passos, sinto um forte puxão em meu cabelo, fazendo minha cabeça voltar para trás.

Grito me debatendo, chamando por minha mãe, elas me avisaram mais cedo que estariam em casa a essa hora, que iriam trabalhar na empresa apenas no período da tarde, então não demoraria para alguém me escutar.

- Chega, para que gritar assim? - pergunta apertando os meus braços, me mantendo de frente para ele, o que me assustou mais, principalmente a calma que ele tinha para falar.

- ME SOLTA! - grito me debatendo - ME SOLTA, SEU MALUCO! ISSO É SEQUESTRO!

- Eu já mandei você se acalmar, é melhor ficar quietinha e vir comigo por bem.

- ME LARGA! EU NÃO VOU COM VOCÊ PARA LUGAR NENHUM!

Usando a força que eu tinha nas pernas, uso os meus pés para tentar o desequilibrar e acertar um golpe, mas não é tão fácil quanto nas aulas.

Por sorte o meu golpe dá certo, assim que senti suas mãos afrouxarem e ver que ele perdeu a reta por um milésimo de segundo, consigo me soltar e correr novamente.

Mas, isso não dura nada, porque acabei tropeçando nem sei em que, me levando ao chão e aquele tal ser na minha frente acaba me agarrando novamente.

- Para com isso! - fala rude - as pessoas na rua vão pensar que não nos damos bem!

- A gente nem se conhece! ISSO É SEQUESTRO! SOCORRO, SOCORRO! HOMEM ESTRANHO TENTANDO ME AGARRAR!

Pelo menos os meus gritos pararam a rua, estão todos olhando, entretanto, ninguém fez nada, povo desumano, espero que pelo menos alguém tenha chamado a policia.

- EI! - Escuto aquele grito familiar se sobressaindo nos meus, e logo a imagem da Millie aparece - LARGA A MINHA FILHA!

Em um movimento rápido, Millie acerta um soco no rosto do... não sei como chamar ele. O movimento faz com que ele me solte, e eu corro abraçando a minha mãe Sadie, que também estava ali.

- Você está bem? - pergunta ela me abraçando - Ele fez alguma coisa com você? Ele te machucou?

Não respondo, apenas a abraço bem apertado, assistindo a cena que se passava na nossa frente.

- Sua filha? - Repete Finn - Acho que você se enganou ai, ela é minha filha! Eu tenho o direito como pai, está na lei!

- Então vai - diz minha mãe - Vai lá, que eu vou logo atrás com uma gravação ondo eu tenho a confissão de um crime! Ou já se esqueceu que eu te tenho na palma da mão?

- Pode ir, vá em frente, isso não tira o fato que eu sou o pai da Anna!

- VOCÊ NÃO É MEU PAI! - Grito o mais alto que consigo, com lagrimas escorrendo por meus olhos - NÃO É!

- Anna, acho melhor você entrar - minha mãezinha fala - Entra em casa, por favor.

Apesar de estar concordando, eu não conseguia me mexer dali, eu não estava entendendo nada, quando foi que minha vida virou esse pesadelo sem fim? Eu só consigo abraçar minha mãe com mais força, me agarrando nela.

- Eu se fosse vocês, saíssem da minha frente! - fala o cara - A Anna vai sair daqui comigo, COMIGO!

Parecia coisa de cinema, daqueles filmes de pessoas que tiveram uma vida sofrida que enlouquecem e começam a matar todo mundo. Se esse caso virar filme, eu quero no mínimo escolher a atriz que vi me interpretar!

- Fica longe! - diz Millie.

- Quem vai me impedir? Você?

Mais um movimento rápido, dessa vez vindo de Finn, acerta com tudo minha mãe, a levando ao chão.

- MAMÃE! - Grito fazendo menção de ir até ela, mas minha outra mãe me segura.

- Corre para casa e chama a policia, agora! - Manda me empurrando para o outro lado, enquanto ela mesma vai ajudar a Millie, a apoiando para levantar, depois gritando com o homem.

- COVARDE, FULHO DA PUTA! PERDEU COMPLETAMENTE O JUIZO?

Eu não sei o que acontecia com a minha mãe, mas apesar das aparências, ela tinha uma força imensa, era capaz de muita coisa, quando se juntava com minha outra mamãe então, ninguém segurava.

Percebo que isso estava saindo fora de controle, então corro para casa como ela mandou, ligando de forma desesperada para todo mundo, policia, bombeiros, samu, saindo de dentro de casa só quando a policia chegou.

A briga se tornou algo feia, parecia que todos os três estavam machucados, e todo mundo acabaria na delegacia.

- Mãe, mamãe - digo tentando me aproximar.

- Você está bem? - pergunta Millie - O que esse desgraçado te fez?

- Nada, nada - respondo meio atordoada ainda - Mas e vocês, o que...

- Está tudo bem - diz me abraçando - agora escuta, entra em casa e não sai de lá, a gente já volta.

- Não - falo negando com a cabeça - não vou ficar sozinha, an an.

- Anna...

- Eu vou com vocês! - digo decidida, é ruim que vão me excluir dessa, esse problema é meu também.

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Oii, como vocês estão?? Todo mundo de férias já??

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Beijinhos <3<3<3

Unicórnios e Amor - SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora