Quando a renomada empresária Arizona Robbins recebeu uma ligação de sua mãe no meio da manhã, não poderia ter notícia pior:
Festa em família.
Que contaria com a presença de sua ex que nunca superou com o seu irmão trairá que roubou o amor...
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Os pés de Callie afundavam-se na areia. Ela estava um pouco inclinada porque estava segurando as mãos de Sofia que andava pela areia, os seus pequenos pés protegidos pelas sandálias. Sua filha estava muito feliz e consequentemente, ela também.
Ao seu lado, estava a Arizona que caminhava lentamente, os seus olhos estavam perdidos no horizonte. Parecia pensativa. A praia tinha pouquíssimas pessoas, e nenhuma estava no mar, caminhavam, ou estavam sentadas na areia, também pensando. A tranquilidade era ótima para os corações.
Porém, nenhuma das duas estava tranquila. Aquela energia sexual eletrizante que sempre deixava os corpos tensos estava presente. Arizona não queria muito olhar para o corpo da morena porque sabia que os seus olhos iriam revelar o desejo latente. Mas era um golpe muito baixo ter que ficar tão perto de Callie com aquele biquíni vermelho entrando em contraste com a pele morena.
— Vai colocar as boias agora? — Arizona perguntou olhando para morena.
— Apenas as dos braços.
Callie pegou a Sofia nos braços que choramingou e quis descer, porém, a segurou mais firme. Arizona a ajudou; colocou as boias nos bracinhos agitados, rindo com as reclamações da menina.
— Ah, que mocinha brava! Parece com a mãe. — Arizona riu, recebendo um olhar da morena.
— Eu não sou brava. — Callie revirou os olhos. Mas depois sorriu, ofereceu a sua bolsa para a loira. — Você pode tirar o meu celular da bolsa?
— Sim. — Arizona pegou a bolsa, então, tirou o celular da bolsa. — E agora?
— Você pode filmar? Quero registrar a primeira vez da Sofia na praia.
— Claro. — Arizona sorriu. — Só vou tirar o meu vestido e as sandálias para acompanha-la nessa aventura.
Callie sorriu, e ficou esperando a Arizona. Como a Sofia ainda tentava descer dos seus braços. A colocou no chão, mas a segurou pelos braços. Sua filha batia os pés na areia querendo avançar os passos e gritava quando não conseguia. Callie ria. A sua atenção foi desviada quando a Arizona retirou o vestido...
O ar lhe faltou... Que corpo era aquele? Esculpido por deuses? Tinha morrido e estava no paraíso? Callie não conseguia disfarçar o seu interesse por Arizona. Observou-a virar, o vento soprou nos cabelos loiros e graciosamente a Arizona tirou dos olhos.
Tenhocertezaquesim. Pronta para o abate. Callie pensou com malícia, dando um sorriso de lado, recebeu um olhar questionar de Arizona, então, voltou a si.
— Pode ser agora. Estamos bem próximas do mar.
Arizona levantou o celular no alto, e tocou no botão para filmar.
— A primeira vez de Sofia na praia... — Arizona disse, então, posicionou a câmera para Callie e Sofia.
Callie sorriu para o celular, o vento soprou nos cabelos da morena, que os balançou, então, começou a caminhar com a Sofia até o mar. A água estava fria! Sofia bateu os pés na água, arrancando algumas risadas das duas. Ela dava alguns gritinhos também, o seu rosto era pura felicidade.
— É gostoso né, meu amor? — Callie falou pra sua filha.
Deixou que a água batesse até a barriga de sua filha que ergueu as perninhas, então, sentou na beira da praia com a Sofia em seu colo. As ondas vinham e quebravam no corpo delas.
Sofia dava gritinhos e batiam as mãos na água.
— Que animação! — Arizona comentou ainda filmando. Então, sentou-se de frente para elas, de costas para o mar. Os seus olhos estavam na tela. — Fique á vontade, finja que nem estou aqui.
Era impossível não ter consciência da presença de Arizona. Estava muito feliz por compartilhar esse momento especial com a loira.
Arizona também estava muito feliz, nunca pensou que algo como isso a pudesse causar essa felicidade tão genuína. Olhando para Callie e Sofia brincando na areia a fazia pensar porque nunca tinha formado uma família. Porque nunca tinha deixado a sua mágoa de Eliza para lá e o seu medo de amar e ter dado uma chance a si mesma para ser feliz. Callie olhou diretamente para o celular nesse momento, e Arizona filmou a beleza dos seus olhos, uma vozinha sussurrou dentro de si... Talvez, porque estava esperando uma morena dos olhos de mel adentrar em sua vida...
— Olha a onda... — Callie deu um gritinho para Arizona.
Antes que pudesse sair, Arizona foi atingida pela onda, para não molhar o celular, o jogou para longe que foi parar na areia, enquanto, o corpo da loira foi arremessado pela força da onda e parou desastrosamente perto de Callie que ria da falta de sorte da Arizona.
— A jaca está muito madura? — Callie provocou ainda rindo.
Arizona tinha areia em todas as partes do seu corpo e suas pernas estavam para o alto. Sempre se divertia quando isso acontecia, mas fingiu que estava aborrecida pelas risadas de Callie. Sentou-se e olhou feio para Callie que tentou parar de rir, mas não conseguia. O que ocasionou risos também de Arizona que não conseguia se manter séria.
E nisso, o tempo foi passando. Callie sentou a Sofia na areia e foi buscar o celular, Arizona começou a brincar com a Sofia. As bochechas da menina já estavam muito vermelhinhas, não era muito apropriado que uma criança ficasse tanto tempo no sol. Então a pegou nos braços e entrou um pouco no mar até que a água ficasse em sua cintura, e deixou que a Sofia sentisse a água por todo o seu corpo. A levantava sempre que vinha uma onda. A menina ria feliz.
Na areia, a Callie observava a cena. Observando as duas se dando muito bem. Quem diria, não é? Essa cena aqueceu o seu coração e a fez suspirar...
