Quando a renomada empresária Arizona Robbins recebeu uma ligação de sua mãe no meio da manhã, não poderia ter notícia pior:
Festa em família.
Que contaria com a presença de sua ex que nunca superou com o seu irmão trairá que roubou o amor...
A campainha tocava insistentemente. Era até um desaforo alguém ir incomodá-la no momento tão delicado como esse. Abriu a porta do jeito que estava: Cabelos assanhados e emaranhados. Os olhos inchados, o nariz bem avermelhado, e um pijama surrado. Tinha um lencinho em sua mão.
— Meu Deus. Você está lastimável. — Meredith informou ao passar por ela e adentrar no apartamento.
Meredith passou no hall e parou na sala. Ficou surpresa com o estado daquela sala. Estava uma zona! Lençóis e travesseiros espalhados, algumas embalagens de comida, latas de refrigerante. Podia jurar que tinha resto de comida enfurnada em algum lugar por baixo dos lençóis.
Arizona fechou a porta seria. Estava surpresa com a presença de sua irmã!
— O que está fazendo aqui? — Perguntou Arizona sem animo, se aproximando.
Meredith se virou. O estado de sua irmã estava horrendo. As olheiras debaixo dos olhos indiciava o quanto a mesma não estava dormindo.
— O que aconteceu com você? — Respondeu com uma pergunta, sabendo muito bem o que tinha acontecido com a sua irmã, por isso que tinha voltado imediatamente.
Arizona fungou e os olhos encheram de lágrimas. Antes mesmo de responder, a mais velha caiu no pranto, assustando a mais nova. As lágrimas de Arizona pareciam uma cachoeira, fazia um som estranho e por muitas vezes, parecia que a sua respiração iria se perder entre os seus soluços.
— Ela me deixou. — Arizona gritou de repente, entre soluços. Depois voltou á chorar.
— Ok.... Venha cá.
Meredith puxou a irmã para os seus braços. Ela não era afetuosa, mas tentaria ser no mínimo gentil com a Arizona. A loira caiu nos braços da irmã, molhando o ombro da mais nova com lágrimas e também babá. Meredith batia nas costas de Arizona como um bebê e pedia para a mesma ter calma.
Meia-hora depois a Arizona sentia-se melhor e tinha parado de chorar. Afastou-se da irmã e limpou o rosto que estava mais caótico depois da crise.
— Ela foi embora e levou a Sofia. — Arizona murmurou.
— Deve ser porque a filha é dela. Tinha mais que levar mesmo. — Meredith falou dando os ombros e recebeu um olhar da irmã.
— Sofia é minha filha também. Não posso ter concebido, e não ter acompanhado o crescimento dela por um ano e pouco, mas o meu coração a adotou e a amou como filha... — Arizona terminou de falar e recomeçou a chorar.
Meredith contou até cem mentalmente. Realmente, não era a pessoa mais indicada para consolar ninguém. Depois que completou cem, e Arizona continuava no seu choro histérico, não teve outra opção do que dá duas tapas no rosto de sua irmã que a olhou com surpresa, bem... Ao menos tinha parado de chorar.
— Por que fez isso? — Arizona gritou com as duas mãos no rosto.
— Pra você parar com esse choro infernal! Estou quase uma hora aqui e já servir de babador. — Meredith retrucou seria. — Eu estava muito feliz em Las Vegas, transando todos os dias. Addison estava liberando coisas que antes não fazia. Sabe o que isso? Então, soube que a maluca da Callie lhe deixou, vim correndo para ajuda-la, mas não vou ficar sendo babada por você! Pare de chorar ou vou encher a sua cara de porrada, entendeu? — Ameaçou, olhando a sua irmã com a cara feia.
Arizona fungou com força, passou a palma da mão em seu rosto e puxou o ar com força. Se acalmando, fez um bico por ser contrariada. Estava sofrendo, precisava de carinho e afago. Bem que isso iria aumentar o seu choro.
Sabia como era o método da Meredith.
— Entendi.... Parei.
— Ótimo. — Meredith continuou olhando pra sua irmã. — Quantos dias você não toma um banho?
— Eu tenho tomado banho! — Arizona se defendeu ofendida.
— Querida, não minta pra mim. Os gambás ficariam ofendidos com essa catinga que está exalando de suas axilas. Mataram um bicho e colocaram em seu pijama? Você está fedendo menina! — Meredith revirou os olhos, tampando o nariz.
— Não estou! — Arizona gritou, fazendo bico.
— E não venha de malcriação pra cima de mim. — Apontou um dedo em riste para Arizona. — Você, vai tomar um banho e tenta tirar esse odor de mendigo do seu corpo, e eu vou ver se o caminhão de coleta de lixo vem aqui recolher toda a sua sala, tá um lixo! — Virou-se para sala, e foi entrando mais. — Onde é a cozinha? Vou preparar alguma coisa para a gente comer.
— Na segunda direita. — Arizona disse. — Você não cozinha.
— Pra tudo sempre á uma primeira vez. Banho. Agora. Juro por Deus, Arizona, se você não sair do seu quarto cheirosa, irei empurrá-la numa bacia de água. — Avisou ao sumir de vista.
Arizona ficou parada por um tempo, depois foi para o seu quarto. Um sorriso pequeno, bem singelo estava em seu rosto. No fundo, com o seu jeito bem malvado de ser, estava feliz por sua irmã está com ela.
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