Capítulo 2

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Espero que estejam gostando meus amores e obrigada de novo à  Lerigoou.

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Calliope estava atrasada para o trabalho. Tinha uma cliente de oito horas, e o seu relógio de pulso denunciava que se passavam dez minutos da hora marcada. Sua chef e também a cliente iriam mata-la! Compromisso e responsabilidade fazia parte do slogan do Estúdio Fotográfico Robbins. E estava sendo tudo, menos compromissada e responsável naquele momento.

Os seus passos eram rápidos na avenida amarrotada de pessoas, não podia perder o seu emprego, precisava receber o seu salário para sustentar a sua filha, já que o pai da mesma, não sabia de sua existência. Foi apenas um encontro relâmpago no quarto escuro de uma balada que gerou um fruto.

Não sabia o nome dele e muito menos onde morava...

A único coisa ruim era que sua filha crescia sem a presença de um pai, mas Callie tentava suprir a ausência de um pai, dando todo o seu amor e carinho para ela.

Esbarrou em algumas pessoas e pediu desculpa com um sorriso amarelo, mas não diminuiu os seus passos. Sentia o seu corpo ficar banhado de suor e os seus pés a torturando com os sapatos altíssimos de bico fino. Sempre ia para o trabalho de tênis e lá, trocava de sapato. Mas como tinha se atrasado, optou em ir logo arrumada, mesmo que isso gerasse alguns calos em seus pés.

O seu celular vibrava na bolsa, mas era impossível pegá-lo quando se estava com uma criança no braço esquerdo, e com bolsas penduradas no ombro direito. Mas poderia imaginar quem estava ligando.... Geralmente, não tinha muitos amigos e as pessoas que tinham o seu número eram quase escassas, apenas seu amigo Mark, mas a supor pela hora, não seria. Só podia ser do trabalho.

Olhou para os lados, ignorando o toque insistente do celular e atravessou a rua quase correndo. Sofia que estava com a cabecinha deitada em seu ombro, reclamou por ter o seu sono abruptamente interrompido. Ela ainda estava um pouco mole, tinha passado a noite com febre. A febre tinha cedido um pouco, porém, ela ainda estava um pouco amuada.

Mas Callie sabia o que era a causa da febre... Os dentinhos que estavam saindo.

— Mamãe está quase chegando à creche e você poderá descansar meu amor. — Disse á Sofia, dando um beijo em sua cabeça repleta de cabelos negros e lisos.

Não gostava de deixar a sua filha na creche, mas não tinha dinheiro para pagar uma babá, e essa creche era considerada uma das melhores. Era cara, mas o preço não se aproximava de um salário mínimo que teria que pagar a uma babá!

Andou mais alguns passos e finalmente, chegou á creche. Passou na portaria, sendo reconhecida pelo porteiro e chegou á salinha que já tinha algumas crianças da mesma faixa etária da Sofia, brincando.

Sofia tinha ficado no berçário até completar um ano. Como estava com um ano e dois meses, tinha sido transferida para creche. Entregou as bolsas com fraldas, alguns brinquedos, e o travesseiro preferido da sua filha para a cuidadora, e depois passou a Sofia para o braço da mesma.

Sua filha levantou a cabecinha e os olhos castanhos e grandes brilharam em lágrimas que aquebrantou o coração de Callie. Ela não podia ver a sua filhinha desse jeito que também sentia vontade de chorar.

— Oh meu amor... Não chore mais tarde mamãe volta para lhe buscar. — Disse carinhosamente, e acariciou o rosto de sua menina, depois deu um beijo suave na testa. Sabia que ela não tinha compreensão da frase e que sempre chorava, mas tentava consolá-la. Olhou para cuidadora.

— Ela teve febre à noite toda, os dentinhos estão saindo. Antes de sair de casa, medi a sua temperatura e está com febre baixa, se aumentar, por favor, me ligue informando.

— Pode deixar Callie. A pequena Sofia está em boas mãos. — Informou a cuidadora, ninando a menina nos braços.

Com mais um beijo de despedida, Calliope deu as costas e se afastou de sua filha, escutando o chorinho angustiado da Sofia, e a palavra "Mama" diversas vezes. Ela não olhou para trás, saiu da creche e limpou as suas lágrimas que escorriam em seu rosto.

Sua vontade era de voltar para sua filha, mas infelizmente.... Tinha que trabalhar!

Correu para pegar o ônibus. O seu trabalho ficava três quarteirões da creche, se fosse outro momento, iria á pé, mas como estava atrasada...


ғᴀᴢ ᴅᴇ ᴄᴏɴᴛᴀ (adaptação) CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora