Chicago
Eu me apresentei desnecessariamente. Ele com certeza sabia que eu chegaria a qualquer momento. Não eu, mas alguém que fosse ocupar o cargo.
Apenas pedi que se arrumasse e fosse o mais rápido possível para a arena passar o som. Ele me encarou por alguns segundos com algo que seria um pequeno sorriso no canto do rosto de outra pessoa. Mas no dele... era outra coisa.
Eu não gostei.
Ele seguiu para o quarto e entrou no banheiro sem dar indício algum de que estava me ouvindo. O barulho do chuveiro ligado soou.
Pensei em sentar na cama para esperá-lo, mas tive medo de pegar alguma doença ou engravidar de um jeito bizarro.
Como eu ia explicar às pessoas? Meu pai iria amar, aposto, mas eu me mataria.
Resolvi dar a ele espaço para se arrumar. Voltei ao corredor. Em surpreendentes vinte minutos, Luke Hemmings saiu do quarto arrumado e com cheiro de banho tomado. A camiseta do Pink Floyd e o headphone pendurado no pescoço o conferiam um ar quase inocente. Era impossível dizer que aquele não era um bom garoto enquanto saíamos do hotel e ele sorria doce para algumas fãs.
O taxista – coitado – me esperava ainda com o taxímetro rodando. Parecia entediado, mas ao menos estaria ganhando um bom dinheiro.
Partimos para a arena onde o resto da banda já havia começado o ensaio e o recepcionaram sem irritação pelo atraso. Estavam mais acostumados do que eu jamais estaria.
Um cara com um rádio e uns papéis na mão tocou no meu ombro em um corredor do backstage.
— Você é a garota do Luke?
Ele parecia com pressa.
— Eu? – Gaguejei tentando levantar a minha credencial onde estava escrito o meu cargo – Eu sou a assistente...
O homem não me dava tanta atenção assim. O que ele queria dizer com "a garota do Luke"?
Sem nem me olhar direito, ele fez um gesto como se não precisasse da explicação.
— É, como eu disse, a garota do Luke – Pegou um papel e me deu –– Essa é a programação da semana. Não perca! Contamos com você.
Recebi o papel com a ligeira impressão de que a rotina de Luke pesava bem mais do que aquilo.
O homem afastou com o tom de voz tedioso e me deixou com a lista que preenchia toda a folha. Eu dei uma olhada por cima de toda a semana, mas me foquei no que teria que fazer até o final do dia.
"Ok, eu posso fazer isso" pensei.
O trabalho era período integral – com integral eu quero dizer o tempo todo mesmo. Eu poderia fazer o que eu quisesse desde que meus deveres com Luke estivessem sempre em dia, o que poderia parecer férias, se eu já não tivesse um gostinho da personalidade dele.
Durante a viagem até a arena, Hemmings me fez três perguntas enquanto digitava despreocupadamente no telefone. Questionei se podia ajudá-lo e ele me olhou, do nada, como se tentasse enxergar através da minha roupa. Quando me movi surpresa, ele subiu os olhos nos meus e disse:
— Talvez mais tarde.
Ele tentou me intimidar, claramente, mas eu já estava meio que preparada para as suas gracinhas. Os assistentes anteriores foram demitidos depois de ir pra cama com ele, então, eu sabia das possíveis cantadas e também havia sido avisada sobre as três famosas perguntas:
1. Você é virgem?
2. Tem ou já teve alguma IST?
3. Qual o melhor álbum da Taylor Swift?
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Sex - Luke Hemmings
FanficLuke não era viciado em sexo. Na verdade, era viciado em endorfina. Ele precisava de feniletilamina, um peptídeo que se ativa também com perigo, paixão, risco ou medo. Mas não, ele não queria nenhuma dessas coisas. E eu? Eu só tinha que fazer o meu...