Eu me virei, voltando para dentro do closet, eu era realmente a intrusa ali. Na casa, na festa. Ele não me queria em nenhuma delas e mesmo assim eu estava inconvenientemente perto.
Engoli em seco, com os olhos arregalados e apoiando as costas na divisão da seção de camisas e jaquetas.
Será que faríamos uma cena? Gritaríamos um com o outro até que todos nos escutassem e terminássemos na capa dos sites de fofoca na manhã seguinte?
Cheguei a pensar que ele fosse fingir que eu não estava ali e fosse me obrigar a escutar o que ele estava prestes a fazer.
Mas Luke apareceu na porta do closet.
Seus olhos eram um azul cristal. Pareciam de vidro. Gelados, cortantes. Me lembravam invernos muito frios e contrastavam com o seu calor habitual.
Toda aquela mudança na postura somente porque eu o amava. Porque para ele era como se eu tivesse jogado uma praga no seu jardim, impedindo que qualquer coisa florescesse.
— Aquela garota é jornalista. TMZ. Você não deveria estar aqui — ele sussurrou entredentes. — Eu vou levá-la para o banheiro. Vá embora sem fazer barulho — ele orientou, me olhando nos olhos, pelo jeito já havia pensado em tudo.
Eu sustentei seu olhar por vários segundos. Ele esperava que eu concordasse e eu planejava fazê-lo, mas acabei desviando minha atenção para a boca dele.
Porque eu não tinha autocontrole com ele. Porque ele ficava lindo quando estava bravo. Porque parecia que eu já conhecia aquele rosto há milênios e, menos não sendo meu, algo ali fazia parte de mim. Algo ali estava tão gravado nas minhas entranhas que mesmo o gelo de sua expressão poderia ser um lar para eu descansar.
Eu sentia falta dele. De qualquer coisa sobre ele.
Enquanto eu o encarava, ciente de que meus olhos mostravam mais do que deviam, seu queixo cedeu um pouco. Os lábios se separando, como se tivessem segurado a respiração e agora o ar precisasse entrar.
Mirei nos seus olhos. Fitei sua boca. Fiz o caminho inverso e ele fez o mesmo comigo, imitando meus movimentos. Uma dolorosa dança sincronizada.
Ele piscou, franzindo o cenho por um momento, e virou o rosto para o lado. Tomou um segundo inteiro antes de se voltar pra mim.
— O que você quer? — perguntou baixo, o grave de sua voz vibrando no ar e atingindo a minha pele.
Tudo que ele fazia era físico. Elétrico. Impossível de não se perceber.
Meu rosto estava quase se retorcendo com o esforço de resistir. O que eu queria? Eu queria ele. O tempo todo eu queria ele.
Preferi não responder. Não queria mentir, mas também não queria reiterar a verdade. Esperei então que ele fosse embora, porque se estivesse difícil pra ele como estava pra mim, nenhum de nós devia ficar ali.
Mas...
Luke se aproximou.
Lenta e vagarosamente. Me dando tempo de fugir, mas me hipnotizando para ficar no lugar.
Ele foi chegando e chegando perto, ao ponto de colar a testa na minha. Quando senti a respiração dele atingir meu rosto, fechei os olhos.
Luke segurou meus braços, como se quisesse me controlar para que eu não respondesse à sua aproximação. Nossos narizes se roçaram e aquilo estava ficando impossível para mim.
Dei um pequeno impulso pra frente, sendo empurrada levemente pra trás.
Me segurou no lugar. Não queria que eu avançasse e nem fugisse. Ele ofegou, apertando mais os meus braços.
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Sex - Luke Hemmings
FanficLuke não era viciado em sexo. Na verdade, era viciado em endorfina. Ele precisava de feniletilamina, um peptídeo que se ativa também com perigo, paixão, risco ou medo. Mas não, ele não queria nenhuma dessas coisas. E eu? Eu só tinha que fazer o meu...