Sex - Luke Hemmings

58. Taste Like Tears

"Eu quase queria que fôssemos borboletas e vivêssemos por apenas três dias de verão. Três dias contigo e eu poderia preenchê-los de um prazer que cinquenta anos comuns nunca teriam."

— Eu queria muito te conhecer — ela disse com um sorriso, a voz ainda fraca, mas os olhos bem abertos.

A mãe de Luke havia saído da entubação no dia anterior, mas ele não comentou nada comigo. Quando estávamos a caminho da casa na praia, ele recebeu uma ligação de Jack avisando que ela estava acordada e falando.

A cara de Luke quando Ben nos avisou que ela queria falar comigo em particular foi impagável. Minhas pernas tremeram o caminho todo até o quarto. Eu não a conhecia e estava entrando em sua vida num momento delicado.

Eu preferia não ter que fazer isso.

Encostei a porta e caminhei até a cama dela.

— Olá, Sra. Hemmings. Sinto por estarmos nos conhecendo nessa situação — falei hesitante.

— Me chame de Liz! E o mais importante é que você está aqui — ela segurou a minha mão com um aperto afetuoso.

Eu não sabia como agir. Estava sem graça, mas ela parecia confortável.

— Percebo que está se sentindo melhor — comentei.

— Estou melhor, mas e você, como está? — ela arregalou os olhos alegres para mim.

Tinha tanto de Luke nela, mas com uma energia totalmente diferente. Eu pisquei confusa. Ela estava numa cama de hospital, porém queria saber como eu estava.

Afastei o estranhamento da minha expressão.

— Estou bem... bem.

— Ele está te tratando direito? — ela perguntou mais baixo, como se ele pudesse ouvir da sala de espera.

Dei um sorriso nervoso e depois me lembrei de não sorrir num quarto de hospital. Parecia errado. Atenuei o movimento nos cantos da minha boca.

— Está — soltei apenas.

Liz não se convenceu, me deu um olhar de pena e ficou em silêncio por alguns momentos.

— Ele provavelmente não está, se conheço bem o humor que ele desenvolveu nos últimos anos — lamentou com um pesar visível — Mas eu não criei ele assim, ele era um garoto tão doce...

Aquilo me desconcertou, ela não devia estar se preocupando com esse tipo de coisa.

— Está tudo bem, Liz. A gente meio que está se entendendo — tentei aliviar o coração dela.

Ela balançou a cabeça, ainda não comprando completamente a minha resposta.

— Ele pode ser uma montanha russa às vezes. Eu só queria que ele se acertasse contigo. Luke precisa de um pouco de paz, ele não se permite ter isso.

Engoli em seco. Ela falava como se eu e ele tivéssemos algum tipo de história extensa e que todo mundo sabia. Resolvi testar uma teoria:

— Ele fala de mim? — minha voz saiu baixa.

Ele deu um pequeno sorriso, se divertindo com a minha pergunta.

— Eu e Luke conversamos bastante por telefone. Você é uma constante. Sempre em uma história, sempre a protagonista, mesmo quando ele tenta me enrolar.

Senti minhas bochechas arderem. Não sabia como responder apropriadamente.

— Então você sabe do quão louca ele me deixa — respondi nervosa com um riso tremido no final.