O meu gosto por confusão me fez seguí-lo. Eu estava com energia para fazer um estrago, mas Luke simplesmente escapava de mim e eu terminava frustrada.
Eu ainda não sabia o que falar ou o que fazer, mas não queria deixá-lo ir quando o assunto parecia tão mal terminado.
Ouvi Calum me chamar assim que comecei a andar. Ele correu na minha direção e me deu um olhar de sabedoria.
— Eu não sei o que você tá fazendo, mas eu tenho a ligeira impressão de que devia estar fazendo o oposto.
Eu bufei.
— Cal, eu sou o tipo de garota que precisa cair muito antes de levantar. Eu não me orgulho disso, mas se isso for me fazer odiar ele, eu estou topando.
Ele riu, desacreditado.
— Então você sabe que essa não é uma boa escolha.
— Eu sei. E eu vou fazer assim mesmo — dei de ombros. — Não vou contar com você pra vigiar o caminho dessa vez. Deixa que eu me afogo sozinha.
Eu estava completamente louca.
Deixei um Calum sem palavras no meio do jardim.
Empurrei algumas pessoas, tentando arrumar passagem, mas estava escuro na tenda erguida no jardim. As luzes que se moviam com a música iluminavam um rosto ou outro, mas eu não conhecia nenhum deles.
Qualquer decisão que não fosse ir embora daquela festa era a decisão errada. Mas eu não conseguia. Eu precisava fazer merda.
Continuei procurando até parar ao lado de um grupo de garotas. Elas estavam animadas com seus copos de bebida na mão e pupilas dilatadas.
— Dance com a gente!
Uma delas pegou a minha mão, me puxando para dançar. Eu não queria ser rude, então cedi um pouco enquanto ainda procurava Luke por cima dos ombros.
Aceitei bebida delas e as ouvi se apresentar. Elas eram muito bonitas e se Luke estivesse caçando, ali estavam suas presas favoritas. Talvez eu pudesse levar alguma delas pro quarto dele e fazer eu mesma o serviço.
Eu gostava de garotas também. Garotas eram divertidas, Luke Hemmings não.
Com os minutos se passando, a minha ansiedade foi indo embora e eu me permiti relaxar. Cansada de perseguir a resposta que eu teria que arrancar de Luke, talvez eu devesse ir atrás de Zach e pedir pra ele me levar para o hotel.
Talvez Zach pudesse me divertir. Talvez eu, Zach e as garotas pudéssemos nos divertir juntos.
Aliás, qualquer um podia me divertir, mas só um podia me deixar uma pilha de nervos. Eu não devia dar tanta condição para Luke.
Mas...
Agora eu sabia qual pergunta fazer:
"Que merda você tá planejando quando me fala essas coisas?" eram essas as palavras.
Meu corpo dançava com muita facilidade, como se tivesse sido feito somente pra isso. Eu não estava bêbada, mas estava tão leve que esqueci que tais olhos poderiam estar à espreita.
Eu não o via, mas ele devia estar.
[Play]
O cetim da blusa acariciava a minha pele como se fosse a ponta dos dedos dele. Isso ou a minha imaginação estava ficando fértil.
Eu ergui as mãos para o ar, tocando as luzes coloridas que flutuavam com a música. Eu estava sorrindo no escuro, me movendo no ritmo lento e provocante da melodia. A cabeça vazia e o meu cabelo deslizando pelos ombros.
Minhas mãos desceram, então, passando por cima da barra da blusa, no meio da minha coxa, e depois subindo sobre os botões.
É... talvez a bebida estivesse fazendo efeito.
Ali, com o perfume de Luke na blusa, ficava difícil levar minha mente para muito dele.
Foi quando notei uma aproximação na minha nuca. Um calor conhecido.
A ponta do nariz dele fez um desenho do meu lóbulo até a base do meu pescoço. Ele emitiu um pequeno som ao inalar meu perfume. Exatamente como havia feito no closet. Ainda deixou um beijo no meu pescoço.
Meu corpo respondeu de imediato, vibrando involuntariamente. Fazendo meus lábios entreabrirem e o ponto entre as minhas pernas esquentar.
Dizem que, antes de morrer, você vê toda a sua vida passar diante dos seus olhos.
Eu vi o começo, quando ele se apresentou para mim.
Vi Toronto, Vegas, Nova Iorque. Vi detalhes que haviam passado batido, gentilezas, sorrisos pequenos. Vi o lado ruim também: a apatia, a ausência, a dúvida.
Encarei sua complexidade, certa de que eu não poderia entendê-lo, mas poderia escolher amá-lo ou odiá-lo.
O passeio de Luke no meu pescoço durou não mais do que três segundos. Eu sequer abri os olhos ou me virei.
Tão rápido quanto chegou, ele foi embora.
Um vulto, uma quase morte. Algo que você não pode explicar à outra pessoa, a não ser que ela experimente também.
Luke era um provocador e eu só precisava ter paciência. Eu só precisava saber aproveitar o que eu tinha naquele momento, sem a ambição da manhã seguinte.
E, naquele momento, o que eu tinha era o seu flerte travesso.
Assim que meus olhos se abriram, eu me virei e um fio de luz iluminou o azul das órbitas dele, andando para longe de mim. Em um segundo eu soube o que fazer.
Aquilo era um convite.
Mil asas bateram no meu estômago. Coloridas, vibrantes, encantadas.
Qualquer um o seguiria depois de receber aquele olhar. Eu não era diferente. Segui.
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Sex - Luke Hemmings
أدب الهواةLuke não era viciado em sexo. Na verdade, era viciado em endorfina. Ele precisava de feniletilamina, um peptídeo que se ativa também com perigo, paixão, risco ou medo. Mas não, ele não queria nenhuma dessas coisas. E eu? Eu só tinha que fazer o meu...