59. Shelter

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"Me beije na chuva e eu saberei que você não é dos que fogem pro abrigo"

Chegamos na casa e tudo que eu conseguia pensar era como eu tomava decisões feito uma criança, deixando minha vontade massacrar a lógica.

Eu queria muito acreditar que eu estava ali porque ele não conseguia ficar longe de mim.

Mas a verdade era que Luke queria que eu ficasse porque ele precisava do que eu sentia por ele. Ele precisava do meu olhar de adoração, das minhas reações inconsequentes, da minha facilidade em dizer sim. Ele precisava do quanto eu estava apaixonada por ele.

Eu já não sabia o quão esperta eu me achava.

Antes de descermos do carro, eu fiz o que devia ter feito dias antes: mandei mensagem para o contato da agência de Londres aceitando o trabalho e confirmando que eu estaria lá em duas semanas. Ally, a assistente do diretor da agência disse que prepararia o contrato para a data, mas eu disse que gostaria de ir pra lá com o contrato já assinado.

Eu era responsável com meus compromissos e nenhuma decisão emocional passaria por cima disso.

"Não quer nos conhecer e ver o escritório pessoalmente antes?" ela perguntou.

Não, eu não queria.

Quando o carro parou na frente da praia, mansões se estendiam pela orla cercada de palmeiras. Entre cada uma das construções se via uma faixa de areia que levava até o mar. Senão fosse o vento frio, eu ficaria do lado de fora admirando a vista noturna até que meus olhos estivessem acostumados com a ausência de luz.

Segundos depois, quando o carro já havia se afastado, notei Luke me encarando há alguns metros.

— Gostou? — ele perguntou.

— É muito bonita. Por que seus pais não moram aqui?

Ele deu de ombros.

— Era o sonho da minha mãe. Eu comprei, ela decorou, mas nunca se mudou.

— Por que?

Luke colocou as mãos nos bolso e olhou a extensão da propriedade procurando um motivo, um defeito. Não havia, era lindo.

— Não sei. Talvez ela quisesse manter essa casa como um sonho, não uma realidade — disse.

Olhei em volta novamente. Parecia que tinha muito a ser olhado.

Depois de alguns segundos em silêncio, Luke voltou a falar.

— Hoje foi... um dia estranho.

— Foi.

— O que foi aquilo no hospital? O que a minha mãe te disse? — ele finalmente perguntou. Eu sabia que aquilo estava importunando-o.

— Como você sabe que ela disse algo?

— Eu conheço a minha mãe.

— Faz sentido.

Suspirei buscando as palavras certas sem olhar pra ele. Era melhor assim.

— Ela queria saber se algum dia teríamos o mesmo sobrenome.

Luke não riu, não suspirou, não prendeu a respiração.

— E o que você disse?

— A verdade.

— Qual a verdade?

— Você está realmente me perguntando isso?

— Só quero saber como você disse.

— E isso importa? — finalmente me virei pra ele.

Sex - Luke HemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora