Stairway to... where?
Chicago
Eu sempre tive uma certa inclinação para o azar. Não era minha opção, mas realmente parecia que o universo conspirava contra mim boa parte do tempo.
Mas okay, eu até que estava acostumada e já tinha parado de fazer correlações literárias da minha rotina com os romances que já havia lido.
Eu havia me recolhido cedo para acordar antes do sol nascer e estar adiantada a qualquer coisa que pudesse surgir no meu caminho. Vesti a minha roupa mais formal e mascarei o rosto inexperiente com um profissionalismo fingido.
Peguei o ônibus até o meu destino e, chegando lá, lembrei que não havia preparação que superasse a minha sorte.
Ou a falta dela.
O que eu podia fazer era ligar para o único número que haviam me passado e descobrir quais seriam meus próximos passos.
Aquela manhã era bege. Um bege sem graça.
Pouco menos de duas horas depois, eu já tinha um gostinho amargo de como seria dali pra frente.
Minha cabeça doía e minha barriga roncava de fome enquanto o táxi parava em mais um bar na avenida principal. Pedi ao homem grisalho que me esperasse e prometi que pagaria o dobro se ele fingisse que não viu nem ouviu nada durante a corrida.
Desci do carro e disparei pra dentro do estabelecimento. O cheiro de cigarro tão cedo pela manhã – quando eu nem sequer tinha tomado um café ainda! – me revirou o estômago.
Olhei por cima das mesas procurando por clientes, perguntei no balcão, e nada. Resolvi procurar no banheiro, mas, quando fui entrar no reservado masculino, uma mulher saiu de lá portando um pano e um balde.
"Há algum cliente aí dentro?"
Ela negou mal humorada.
Droga.
Já era o quinto bar no qual eu parava, não queria ser obrigada a ir procurar em lugares piores.
Saí para a calçada e o meu telefone tocou pela trigésima vez naquela manhã.
— Maya? – Ouvi a voz do cara que ainda não conhecia o rosto – Encontrou ele?
Levei a mão à testa. Era meu primeiríssimo dia de trabalho e eu me sentia a mais inferior das proletárias. Teoricamente, eu era assistente da assessoria, na prática, era a babá de um rockstar. E não de qualquer um.
De qualquer forma, eu já odiava a minha nova vida. O problema era que eu não podia odiar, afinal, aquela era a minha carta de alforria dos meus pais. A independência do poder, do dinheiro e do nome roxo deles.
Sacudi a cabeça me acordando para a nova realidade.
— Não, já procurei em todos os bares, motéis e hotéis próximos a arena, mas está cedo demais e tem pouca coisa aberta – respondi.
— Ok, continue procurando!
Entrei de novo no táxi e, enquanto o motorista parava em um pub que mais parecia um puteiro, tive uma ideia.
E se ele estivesse no lugar mais óbvio de todos? Segundo o que me disseram, não seria a primeira vez que o cara reservava outro quarto no mesmo hotel para que não o achassem com facilidade.
Mudamos a direção de volta para onde a banda estava hospedada.
Era minha aposta mais alta e eu perderia um bom tempo se estivesse errada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sex - Luke Hemmings
FanficLuke não era viciado em sexo. Na verdade, era viciado em endorfina. Ele precisava de feniletilamina, um peptídeo que se ativa também com perigo, paixão, risco ou medo. Mas não, ele não queria nenhuma dessas coisas. E eu? Eu só tinha que fazer o meu...