Luke não era viciado em sexo.
Na verdade, era viciado em endorfina. Ele precisava de feniletilamina, um peptídeo que se ativa também com perigo, paixão, risco ou medo.
Mas não, ele não queria nenhuma dessas coisas.
E eu? Eu só tinha que fazer o meu...
Com o começo da divulgação da Heritage, a YSL criou uma programação um tanto cheia para mim. Apesar de não estar completamente confiante no meu trabalho, eu gostava de estar ocupada. E também gostava de ver meu nome nas revistas.
Aquilo tudo ia parecendo cada vez menos invasivo e um tanto divertido.
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Couro, vinil, jeans e flanela para todo canto.
Foto com guitarrista da banda tal e vocalista de não sei onde. Perguntavam sobre meu pai, sobre a capa do Arctic Monkeys, perguntavam sobre a 5SOS, mas ninguém queria falar o nome de Luke por medo da minha reação.
Por dentro, eu ria da ironia do destino.
Naquela semana, comecei a frequentar shows de bandas de rock que eu nem conhecia, vestindo prévias da coleção da YSL e sorrindo pequeno somente nos momentos certos. Eu entendia o apelo daquele visual, daquele comportamento. Me sentia muito mais uma atriz do que uma modelo enquanto posava para os fotógrafos.
No dia do aniversário de Ashton, fizemos vídeo chamada e eu pude dar um breve "oi" para Luke. Eu não tive tempo de me preocupar com a interação desinteressada dele porque estava no camarote de um show do Royal Blood. Estava trabalhando.
Fui um boa atriz escondendo o quanto meu coração estava batendo forte mesmo depois da chamada terminar. Eu e ele não estávamos nos falando como antes por razões óbvias e eu sabia que era a melhor coisa a se fazer.
