7. Fever Dream

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Toronto

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Eu tive um sonho muito estranho.

O suor escorria pela minha nuca pela manhã, indicando que a febre realmente tinha ido embora, mas aquelas alucinações, aquelas coisas que ele falou...

Eu não conseguia fazer aquilo ir embora.

Na minha cabeça, a febre havia ido embora em algum momento e eu tinha levantado para tomar banho. Na volta do tal banho, Luke me aguardava. Seus olhos azuis, sua postura vermelha.

Isso e os botões abertos de sua camisa. Eu já conhecia praticamente todo o seu corpo, mas estava curiosa sobre ele.

Ele e aquela aura totalmente nova. Leve, quente, excitante e todas as outras contradições que o compunham.

Na minha cabeça, tivemos uma breve conversa perigosa. Muito perigosa.

Mas era só uma alucinação, ela não precisava fazer sentido.

O sorriso dele não fazia sentido. O jeito como passou os olhos pelo meu rosto também não. Muito menos as palavras que eu inventei e a forma como tudo aconteceu.

Nesse sonho turvo e cheio de partes faltando, ele me empurrou pra cama e me beijou. Eu nunca imaginei ser beijada daquela forma. Nunca pensei em sentir aquele arrepio quando ele deslizou o roupão pelos meus ombros. Jamais deixaria ele fazer aquelas coisas.

Eu agarrada na cabeceira da cama, a boca dele descendo pelas minhas costas. Ele tinha uma mão no meu quadril e a outra me encontrando molhada. Ele me torturou pelo tanto que pôde, ainda dentro de suas calças.

Eu tive que implorar.

E eu gostei. Eu gostei de deslizar até o inferno.

Eu sabia quem ele era, conhecia todos os motivos para não me render, mas, ainda assim, o fiz. Aceitei quando ele me pediu para fugir com ele. Eu não teria que procurá-lo pela manhã, pois ele estaria comigo.

Um carro, um bar, uma rua deserta no centro de Chicago.

Um lugar que eu conhecia e ele. Ele por todos os cantos.

"Não há passado nem reputação aqui" eu havia dito em algum momento.

Eu sei.

A febre mexeu comigo. Nada disso aconteceu.

Era o nosso último dia em Toronto e eu acordei um pouco mais tarde do que o normal. Me arrumei rápido para ir encontrar Luke, mas não queria vê-lo enquanto as minhas alucinações continuavam tão vívidas.

Iria levar um tempo até eu conseguir pronunciar o nome dele sem lembrar do sonho estúpido.

"Diga o meu nome" martelou na minha cabeça até que ela começasse a doer de verdade.

Antes de sair no corredor, fechei a cara e ensaiei meu tom de voz durante um minuto inteiro. Até fechei o último botão da minha camisa séria e profissional.

Ainda tentava me lembrar como foi a que noite anterior havia terminado. Uma confusão entre estar no quarto com Luke, uma outra garota e Hayley me examinando e o sonho louco.

Bati na porta do quarto do loiro e toquei a campainha para apressá-lo.

Nada.

Bati com mais força e apertei por mais tempo.

Nada ainda.

Droga.

Abri a conversa com ele no celular e mandei "Onde você está?" mesmo sabendo que ele quase nunca respondia.

Sex - Luke HemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora