Olhando para trás, posso dizer precisamente que foi ali que tive um estalo. Sob o azul da projeção do universo, enquanto Luke me perguntava sobre as estrelas, eu quis beijá-lo.
Quis pedi-lo para fazer algo que me tirasse de órbita e acalmasse aquela curiosidade que eu tinha sobre ele. Aquela sensação que crescia estivesse ele perto ou longe. Luke Hemmings era o problema e o remédio. Só ele poderia trazer de novo a paz que tinha me tirado. Quem sabe assim eu pararia de sentir falta dele.
Eu me senti muito esperta quando comecei a desenvolver a ideia na minha cabeça.
— No que está pensando? — ele perguntou, talvez notando o tanto que eu o encarava.
Eu pensei. Precisava elaborar uma abordagem antes, então preferi mentir.
— Na... minha mãe.
Era uma boa mentira. Tinha timing.
Ele assentiu, sério.
— Vocês eram próximas?
Eu franzi o cenho.
Nunca tinha pensado muito naquilo. Eu me sentia espiritualmente próxima dela, mas fisicamente não fazíamos nada juntas, não seguíamos os mesmos caminhos e não tínhamos assuntos em comum. Mas eu sabia sua cor favorita e quais filmes a faziam chorar. Éramos mãe e filha, então toda a informação emocional no meu cérebro passava por ela.
Será que o último sentimento forte que ela teve antes de morrer foi raiva de mim?
Era muita coisa para assimilar naquele momento.
— Depende — respondi honestamente — O que você chama de proximidade?
Foi a vez de Luke demorar a responder.
— Conexão — ele respondeu reflexivo — Quando ela supera o tempo e a distância.
— Acho sim, éramos próximas — ponderei.
Eu achei que aquele assunto fosse acabar e eu poderia inventar um tema que pendesse mais para o que eu queria pedir a ele. Mas Luke fez outra pergunta.
— Como seus pais se conheceram?
Eu voltei os olhos para a projeção e balancei a cabeça.
Talvez ele estivesse achando que eu queria falar sobre aquilo, mas ele mesmo deveria estar zero interessado no assunto.
— Você não quer ouvir isso...
— Acho que eu quero sim — Ele respondeu prontamente e parecia um ponto final.
Espiei seu rosto por dois segundos antes de pensar por onde começar. Eu cruzei os braços, adquirindo uma postura fechada, e encostei a cabeça no colchão, respirando um pouco antes de começar.
— Ela era designer. Desenhava peças de alfaiataria para uma marca grande, mas aí um dia, sem mais nem menos, pediu demissão porque achava o trabalho chato demais. Foi quando ela aceitou ser figurinista da Aerosmith. — Eu poderia ter parado nesse ponto, mas optei por continuar. Queria contar tudo logo — Meu pai já tinha a minha irmã Liv lá no final dos anos 80 e estava solteiro, então eles acabaram se apaixonando. Quando minha mãe decidiu começar o próprio ateliê, a distância foi esfriando a relação deles e começaram a terminar e reatar diversas vezes, durante mais de uma década. Numa dessas vezes, ele conheceu uma modelo húngara chamada Carolyn Simon. E, no espaço de um ano, eles se apaixonaram, começaram a namorar, ela ficou grávida e morreu durante o parto.
Luke virou o rosto rapidamente na minha direção.
— E o bebê?
Olhei para ele pois queria ver a sua expressão quando descobrisse. Dei de ombros.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sex - Luke Hemmings
FanfictionLuke não era viciado em sexo. Na verdade, era viciado em endorfina. Ele precisava de feniletilamina, um peptídeo que se ativa também com perigo, paixão, risco ou medo. Mas não, ele não queria nenhuma dessas coisas. E eu? Eu só tinha que fazer o meu...