Luke demorou. Ele era um mestre em fazer o oposto do que eu achava que ele faria. Imaginei ele não aparecendo em casa ou retirando o que disse. Imaginei várias possibilidades para zerar todas elas e não me surpreender.
Eu estava farta de surpresas.
Eu não escutei a porta da frente bater e nem seus passos no corredor, mas o ar mudava quando ele se aproximava e Luke sabia disso, por isso nunca se anunciava. Quando ele chegou, me encarou com a exata mesma expressão que eu sabia que tinha no meu rosto. Desconfiança? Vontade?
Ele não entrou no quarto, ficou na porta, apoiando a mão no batente. Tinha aquele olhar de predador reconhecendo a presa, mas não avançava.
As minhas reações não eram minhas quando os olhos de Luke estavam sobre mim. Talvez nem as dele fossem dele, pois entrávamos em um transe e se era forte assim do lado de cá, era impossível ser menos do que inebriante do lado de lá.
Fiquei pensando no que ele havia dito sobre não conseguirmos fugir um do outro. Eu esperava que o tal fio que nos puxava fosse apenas um impulso animal, um feromônio que tentava nos amarrar, não uma sina à qual estávamos fadados.
Mas Luke estava ali porque eu tinha chamado, eu devia retirar algum poder disso. Todas as vezes, nós havíamos escolhido ir na direção um do outro, mesmo que isso significasse uma colisão e não um encontro. O fio existia porque nós existíamos.
Fiquei observando a forma como a camisa abraçava o corpo dele e a sombra no seu rosto. Se aquele fosse o Luke vermelho, ele não estaria em silêncio, ele não me esperaria agir. Mas aquele ali estava. Aquele Luke cinza.
O problema do cinza é que ele é território desconhecido. A imprevisibilidade do vermelho tem personalidade, você enxerga suas inclinações. Mas eu não tinha como saber o que aquele cara na porta ia fazer. Eu só sabia que eu ia fazer com ele.
Eu, sentada na beira da cama com os pés plantados no chão, me levantei e fui até ele. O único movimento que Luke fez foi baixar um pouco a cabeça para me olhar nos olhos. Quase um metro ainda nos separava.
Será que ele estava pensando o que eu estava pensando?
Precisei de cinco segundos para dar mais um passo e ficar tão próxima que nossas respirações se confundiam. Luke estudou meus olhos, paciente, me esperando decidir o que eu queria fazer. Havia muito tempo desde que tínhamos nos beijado e era uma tortura pensar que aquilo só tinha acontecido três vezes.
Então, avancei e colei meus lábios nos dele, segurando seu rosto e sentindo um alívio me tomar de imediato. Luke me recebeu colocando a mão livre na minha cintura gentilmente. Pressionei mais a minha boca contra a dele porque eu sentia falta daquilo e meu peito estava em completo, total e fulminante êxtase.
Mas foi um beijo casto, apenas um toque de quem sentia falta da pele do outro. Me afastei um pouco e abri os olhos, mas sem tirar as mãos do rosto dele.
Luke entendeu.
Ele colou nossos lábios de novo e me pegou no colo, as minhas pernas envolvidas na sua cintura e meus polegares passeando sobre a barba por fazer na sua mandíbula. Ele me carregou até a cama e sentou, mudando a mãos da minha coxa para minhas cintura e, então, minhas costas.
A forma como ele passeava pela minha pele só podia ser descrita como carinho. E carinho foi também o que a sua língua fez na minha em seguida, sem pressa. Com o corpo colado no dele, envolta em seu perfume e compartilhando de seu calor, meu coração estava quente.
Meus dedos foram passear nas ondas finas do cabelo dele, passando por sua nuca vez ou outra e buscando as texturas que ficariam marcadas na pontas dos meus dedos e no fundo da minha mente sempre que eu quisesse visitá-las.
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Sex - Luke Hemmings
FanficLuke não era viciado em sexo. Na verdade, era viciado em endorfina. Ele precisava de feniletilamina, um peptídeo que se ativa também com perigo, paixão, risco ou medo. Mas não, ele não queria nenhuma dessas coisas. E eu? Eu só tinha que fazer o meu...