4. He's Satan

740 74 334
                                    

Seattle

Anya surtou a partir do momento em que recebeu o vídeo de Michael e passou a me enviar tantas mensagens que eu precisei bloquear seu contato. Recebi mensagens do meu pai dizendo "atenda sua irmã" e ignorei essas também.

Basicamente, ignorava toda e qualquer mensagem que não fosse de Hemmings ou de alguém da produção. Aquilo já não era um trabalho, mas a minha vida.

Eu ainda não tinha assistido um show sequer da banda pois usava aquelas horas para dar um tempo de Luke. Era o meu momento feliz de respirar sem correr o risco dele escapar das minhas mãos.

Ele me aguardava desistir todas as noites e esperava que eu não aparecesse na sua porta todas as manhãs, mas eu sempre estava lá, a cada dia mais acostumada e prendada na arte de como lidar com ele.

Certa manhã, fui xingada por um cara na hora de acordá-lo para uma entrevista.

— Hey, não fale assim com ela assim! – Luke o repreendeu e o cara se calou.

Sorri pequeno anotando na minha agenda que talvez aquele fosse o dia do surgimento da nossa amizade sincera.

— Podemos nos ver amanhã? – O moreno quase nu perguntou.

Hemmings não se deu ao trabalho de responder enquanto seguia para o banheiro.

Que humilhação.

— Vamos embora hoje – Avisei por educação antes do cara ir embora.

Quando o mês virou e eu não fui demitida, comecei a receber alguns sorrisos no backstage. Era como se eu estivesse sendo premiada por resistir a Luke.

Tanto à rotina quanto ao tal encanto dele.

Na verdade, o tal encanto dele era inexistente pra mim. Ele me cansava ao ponto de eu vê-lo como uma das malas que eu precisava empurrar pra cima e pra baixo.

Era o terceiro dia do mês de fevereiro quando Hemmings entrou batendo palmas no camarim, logo depois do show em Seattle.

Ele tinha um espaço inteiro só pra ele, pois ninguém queria dar de cara com qualquer coisa indecente. Durante o show, eu deitava no sofá e comia praticamente tudo que havia no lugar e, claro, aproveitava para me assegurar de que Luke não usaria o camarim como um quarto de motel – o que não o impedia de fazer isso, na verdade.

— Feliz 1 mês – Ele disse enquanto abria ainda mais a camisa suada – Deveríamos trocar presentes?

Nós dois estávamos na posição mais distante possível do que poderia ser chamado de namoro, mas Luke forçava a barra mesmo assim.

Aliás, a camisa que ele estava usando havia sido escolhida por mim. Caía bem nele.

Agarrei uma garrafa d'água e joguei em sua direção. Ele a pegou no ar, abriu e deu um gole.

— Cedo demais – Eu estava um pouco orgulhosa de mim.

Sentei e cheguei para o lado para que Luke se sentasse. Entreguei o seu celular que ficava comigo durante os shows.

— Tiffany ligou – avisei.

— Quem é Tiffany?

Dei de ombros.

— Você quem deveria saber.

Ele procurou o registro de chamada, porém não fez nada sobre isso. Assim como eu, ele não era de assimilar nomes e rostos, mas aposto que Luke reconheceria se a garota abrisse as pernas.

Eca.

Ficamos imersos em um silêncio confortável enquanto mexíamos no celular. Nada demais. Foi quando ouvimos uma batida na porta e ele autorizou a entrada da pessoa.

Sex - Luke HemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora