33. Oxytocin

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Oxitocina torna tudo vermelho.

Os lábios dele, as maçãs de seu rosto, o suor descendo da têmpora e a respiração pesada. Isso tudo e a eletricidade na voz.

A cama também era o palco de Luke e, entrelaçada na sua armadilha, eu tinha a mesma cor.

Luke estava me olhando como se fosse a primeira pessoa no mundo a me descobrir. Era como eu me sentia enquanto ele estava dentro de mim de novo, investindo contra o meu corpo em êxtase, enquanto se apoiava na mesma cabeceira onde eu tentava me segurar.

Eu não sabia o que me esperava. Tanta intensidade ao invés de velocidade, tornava muito fácil confundir o desejo dele por mim da sua paixão por sexo.

Ele gostava tanto daquilo que tinha a paciência de tornar cada detalhe simples, um evento a ser lembrado.

Como quando segurou meus pulsos acima da minha cabeça e abriu as minhas pernas, deixando apenas a ponta de seu membro me tocar. Ou quando o colocou no meu rosto, mas não me deixou tocá-lo com a boca e eu quis choramingar. Ou até mesmo o olhar que me deu quando entrou em mim pela primeira vez.

Até o silêncio dele estava gravado na minha mente. Eu não sabia se tinha sido a escolha mais sábia subir na sua cama, mas eu não estava arrependida. Nunca estaria. Não importava o tamanho da queda que estaria me esperando.

Nada que encaixava tão bem podia ser tão errado.

Quando senti minha intimidade se derreter mais uma vez contra Luke, meus braços caíram fracos e ele terminou se derramando na minha barriga. Devia ser a quarta ou quinta vez naquela noite.

Mesmo estando esgotada, eu não conseguia dizer não quando ele tomava a minha boca. Meu corpo respondia tão bem ao dele que aquilo me assustava.

Luke se deitou ao meu lado, respirando pesado. Eu virei a cabeça para observar a cor no seu rosto e o suor escorrendo de sua têmpora. Seus olhos estavam fechados e a sua boca buscando por ar, assim como a minha.

Parecia que finalmente faríamos uma pausa para respirar.

Eu continuei fitando-o simplesmente porque não conseguia desviar.

Eu devia ter desviado, pois Luke abriu um sorriso que podia iluminar toda a cidade. Sem propósito, sem ambição, apenas prazer. O prazer que ele tinha alcançado comigo.

Meu cenho franziu quando senti aquele sorriso bater asas no meu estômago.

Eu podia muito bem estar sonhando.

— Eu sabia que ia valer a pena esperar — sussurrou para mim — Mas agora eu não acho que vou conseguir ficar perto de você sem querer te comer.

Não respondi nada, apenas avancei até seu rosto e o segurei, puxando-o para a minha boca, buscando sua língua. Outra coisa que ele fazia insanamente bem.

Quente, lento, provocante. Com a paciência de me conquistar, embora eu já estivesse nua em sua cama.

Nosso beijo durou até o momento em que ele me puxou para cima de si, me segurando pelos quadris.

— Se você não colocar a roupa eu vou continuar te fodendo até estar fisicamente incapaz — ele disse.

A questão era que eu já estava fisicamente incapaz. Até mesmo de vestir a minha própria roupa.

— Você tem um voo — respondi abrindo minimamente os olhos e encarando as duas órbitas azuis.

— Já transou em um avião? — Ele levantou uma sobrancelha.

Minha mente ainda estava lenta.

— Eu já arrumei outro emprego... não posso ir.

Ele riu fraco.

— Eu sei. Estava só brincando com você. O que eu quero dizer é: se quiser transar, você sabe como me achar.

Deitei a cabeça em seu peito.

— O que vão pensar? — perguntei.

— Os garotos vão odiar. Eles me disseram para não ir em cima de você, mas esqueceram de te avisar para não vir em cima de mim — ele estava se divertindo.

Eu franzi o cenho mais uma vez.

— Não foi assim...

Ele riu e eu o senti ficando duro embaixo de mim. Luke passou o membro na minha entrada, espalhando a umidade. Eu fechei os olhos de prazer.

— Ah é?

— Luke... — Me remexi contra a pele dele.

— Hum. Isso, diz o meu nome, diz... — ele sussurrou.

— Você é tão narcisista — reclamei, mas cedendo outra vez.

— Você é tão apertada... — ele se empurrou um pouco para dentro de mim — Fica ainda mais linda em volta do meu pau — empurrou mais, saiu um pouco e depois voltou a entrar com tudo.

Eu soltei um gemido.

Sufocantemente bom.

Transamos outra vez. Eu estava bêbada de algo tão mais forte que álcool que não me importava se o mundo acabasse enquanto ele estivesse dentro de mim.

Não sei quando paramos e menos ainda a que horas caí de sono, mas estava sozinha quando acordei. O sol entrava pela janela aberta e uma bandeja com frutas e café estava sobre a mesa no canto da suíte.

Meu corpo todo pulsava levemente dormente e eu tive que levantar para procurar o celular e ver a hora. Dei uma breve olhada pela janela para encontrar um belo dia de verão sobre Chicago.

A vista e a dormência do meu corpo tinham um gosto doce. Cheiravam a novidade.

Ao pegar o celular, vi que passava do meio dia e, nas notificações, havia uma mensagem de Luke, que pelo horário já estava há quilômetros de distância.

Abri a conversa e era uma foto minha. Eu aninhada no pescoço dele.

Uma foto nossa.

Imediatamente senti o perfume dele como se ele ainda estivesse ali e algo esquentou no meu peito. Tão quente que eu me senti suar. Não havia qualquer outra mensagem, somente a foto. Eu queria que ela estivesse acompanhada de uma piada ou um comentário que me impedisse de fazer a minha própria interpretação.

Não era mais só oxitocina. Era também dopamina, feniletilamina e noradrenalina, e toda aquela merda que me deixava perigosamente perto de me viciar nele.

Luke tinha acabado de foder tudo.

Sex - Luke HemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora